domingo, 25 de janeiro de 2009

Carta Aberta à Organização das Nações Unidas,


O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro e as entidades signatárias deste documento vêm a público repudiar firmemente a ofensiva de Israel contra a população palestina que vive na Franja de Gaza, agressão claramente identificada como genocídio, e exigir a punição do Estado de Israel pelos crimes de guerra cometidos desde 1948 e em particular pelos agora perpetrados.


A ONU, segundo seus estatutos, deve velar pela paz e a segurança mundial, bem como garantir o legítimo direito de autodefesa dos povos que vivem sob ocupação. Sobre essa instituição recai a responsabilidade de impor o respeito às leis e tratados referentes aos direitos humanos, a garantia da vida, a segurança e a dignidade do ser humano. Entretanto, contrariando todas as regras e resoluções internacionais, desde 27 de dezembro de 2008, o mundo assiste estarrecido e revoltado ao genocídio que o Estado de Israel submete os homens, as mulheres e, em particular, as crianças palestinas.


Israel insiste em atingir a população civil: habitações, mesquitas e escolas, entre estas, a Universidade de Gaza. Até cemitérios foram profanados. Prédios e instalações públicas são alvo da artilharia pesada, bombas e obuses dos tanques. Sob seus escombros estão enterradas famílias inteiras. Desprezando a Resolução da ONU, o bombardeio sob a população indefesa aumentou indiscriminadamente, com emprego de diferentes tipos de bombas, como as de fragmentação química, urânio empobrecido, fósforo branco, todas condenadas pelas convenções internacionais.


Durante esse período da agressão, o Exército nazi-sionista lançou mão de todos os meios para atingir o máximo possível de baixas e impedir a sobrevivência dos feridos, dando um passo a mais na política de limpeza étnica iniciada em 1948. Assim, quatro instalações da ONU foram atingidas, incluindo escolas, onde morreram 42 crianças. Tiveram a mesma sorte prédios para refugiados e o centro de recebimento da ajuda humanitária, tão necessária aos famintos, doentes e feridos palestinos. Nesse ataque, a destruição de toneladas de remédios e alimentos foi possível porque Israel utilizou a proibida bomba de fósforo banco, capaz de queimar e propagar-se até que tudo ao seu redor vire carvão. Israel também abriu fogo contra o comboio com doações do movimento de solidariedade internacional, assassinando funcionários da ONU. As ambulâncias e o corpo médico foram vítimas da mesma bestialidade, constantemente alvejados ao prestarem socorro aos milhares de homens, mulheres e crianças feridas.


Um dia antes de declarar o cessar fogo unilateral, Israel bombardeou o prédio onde os jornalistas trabalhavam, insistindo em cobrir os horrores dessa guerra suja, ferindo dois deles. Também destruiu um hospital que cuidava de 100 feridos, provocando enorme quantidade de mortos e feridos, inclusive entre a equipe médica. É notório que em vários pontos da Franja de Gaza, os soldados israelitas trancafiaram famílias palestinas assustadas em uma única casa, sob ordens de ali ficarem. Em seguida, a casa era bombardeada e destruída, deixando pouquíssimos sobreviventes, testemunhas dessa guerra suja, do genocídio, do Holocausto.


Diante de tamanha monstruosidade, que não encontra limite nem respeito aos Convênios de Genebra, ao Direito Internacional e aos princípios dos Direitos Humanos, fato que situa Israel, sob um ponto de vista histórico, num patamar tão agressivo quanto a Alemanha Nazista, apelamos às Nações Unidas para que tomem as devidas providências no sentido de punir de forma exemplar essa afronta à humanidade, ou seja, os crimes de guerra praticados por Israel contra o povo palestino.


Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro

23/01/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário