quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O próximo palco da guerra estadunidense: Síria e Líbano? A guerra de Washington contra o bloco de resistência.


by Mahdi Darius Nazemroaya
Global Research, June 18, 2011

Este texto foi escrito, como podem ver, em junho de 2011. Portanto, os dados sobre o processo eleitoral do Líbano, entre outras informações, devem ser apreendidos levando isso em consideração. (Nota do Blog)

Washington e seus aliados, Israel e os al-Sauds [1] estão levando a vantagem em todos os levantes no Mundo Árabe. Eles estão agora trabalhando para desmantelar o Bloco de Resistência e enfraquecer qualquer rumo para a democracia no Mundo Árabe. O tabuleiro de xadrez geopolítico está em vias de se preparar para um longo confronto cujo alvo será Teerã e inclui a Síria, o Líbano, o Iraque e os palestinos.

Amarrando as Mãos do Hezbollah Através de Pressão Interna e Externa

Existe um impasse em relação à formação de um governo libanês. Michel Sleiman que mantém a presidência e o novo primeiro ministro libanês [2] estão retardando a formação do gabinete em uma disputa política com Michel Aoun, o líder do Movimento Patriótico de Libertação.

É possível que a formação do novo gabinete libanês esteja atrasado para que, deliberadamente, o Líbano fique neutralizado no fronte da política internacional.

O Conselho de Segurança da ONU e alguns corpos desta instituição são totalmente submissos aos Estados Unidos ea União Europeia para pressionar o Líbano. O Secretário Geral, Ban Ki-moon, recebe suas ordens de Washington e tem contribuído providenciando e legitimando as guerras dos EUA e da OTAN. Moscou tem acusado abertamente Ban Ki-moon de traição por seus negócios secretos com a OTAN em 2008.

E é neste o contexto que a ONU é utilizada como um fórum insidioso que tenta internacionalizar a questão das armas em posse da Resistência Libanesa com o objetivo de desarmá-la. Apesar do fato da Resolução 1559 não estar mais ativa o Representante Especial para a Implementação da Resolução 1559, Terje Roed-Larsen, continua ativo e emitindo relatórios contra o Hezbollah.

Os comissários da ONU para o Líbano se assemelham a figuras coloniais que, sem serem convidados, fazem editais em Beirute e trabalham como agente de Washington, Bruxelas e Tel Aviv. O Tribunal Especial do Líbano (STL), que possui uma divisão inteira no Departamento de Estado dos EUA, também é uma arma política carregada que Washington planeja usar contra o Líbano ea Síria.

Um tribunal internacional foi formado devidas circunstancias do assassinato de Rafic al-Hariri. Apesar de não ter havido uma declaração da posição oficial acerca deste assassinato um tribunal inteiro foi criado exclusivamente para este caso. Por outro lado, a chamada comunidade internacional não se interessou em constituir nenhum tipo de tribunal para investigar o assassinato de milhares de pessoas mortas no Líbano. O que isso diz a respeito do STL e da busca pela justiça?

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) também tem sido cúmplice de violações israelenses contra o Líbano. Mesmo a Assistência Humanitária das Nações Unidas e Agência de Obras para os Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRAW) tem sido infiltradas por funcionários que apoiam os crimes israelenses contra os palestinos e os libaneses. Isso foi demonstrado por Christopher Gunnes, o porta-voz da UNRAW, em sua entrevista com militares israelenses, em 15 de maio de 2011. Enquanto a israelense IDF disparava em manifestantes civis desarmados durante o dia de Nakba de 2011 (3) Gunness reafirmou que a UNRAW está trabalhando para os interesses da segurança nacional de Israel, enquanto acusa os palestinos de cometer atos terroristas contra Israel. Mesmo o cerco de Israel à Faixa de Gaza foi tratado com cal pelo porta-voz da UNRAW.

A abstenção de um novo gabinete no Líbano tem permitido que Saad Hariri ea Aliança de 14 de Março de continuar a ter uma mão terrificante no controle dos negócios Libaneses. Isso apenas dá mais tempo para o STL que pode prosseguir sem ser desafiado por um governo libanês em Beirute que possa vir a ser hostil ao STL. Um novo governo em Beirute pode certamente ser questão de legitimidade para o STL.

Além disso, as Forças de Segurança Internacionais (ISF) do Líbano também são utilizadas por Saad Hariri contra o Hezbollah e os oponentes políticos da família de Hariri. A ISF pode então ter uma mão no trabalho contra Damasco, ajudando a promover a violência na Síria. A ISF recebe suas ordens diretamente da família Hariri.

Por causa da liberdade dada à Saad Hariri ea seus compinchas (em grande parte pela falta de um gabinete em funcionamento em Beirute), Ziad Baroud, o atual Ministro do Interior do Líbano, se recusou a assinar qualquer outro papel de seu ministério. Baroud tomou sua posição, pois, acredita que a ISF está atuando secretamente e sem a sua aprovação ou supervisão. A este respeito, a ISF se recusou a seguir qualquer ordem de Ziad Baroud para permitir Charbel al-Nahhas, o atual Ministro das Telecomunicações do Líbano, de entrar no sede da ISF para checagem de rotina. A ISF está claramente tentando esconder suas operações e está agindo para prevenir que al-Nahhas e sua equipe entrem em certos lugares do sede ISF.

Também não é segredo que o Líbano seja um covil de agentes de inteligência e detetives dos Estados Unidos, da União Europeia, de Israel, da Jordânia e da Arábia Saudita. Seus objetivos são desmantelar e controlar o Hezbollah e sua coalizão.

Em 2006, durante o bombardeio de Israel ao Líbano as membros das embaixadas da União Européia também estavam coletando dados contra o Hezbollah. Os sauditas ajudaram a facilitar as conexões entre Israel ea rede de espiões no Líbano. Isso é demonstrado pela clara conexão entre o Sheikh Mohammed Ali Husseim, o clérigo xiita capturado trabalhando para Israel e os Al-Sauds.

Em sintonia com tudo isso, o Hezbollah é constantemente acusado de ser um instrumento do Irã. Recentemente, o Hezbollah foi acusado, juntamente com o Irã, de ter incitando protestos no Golfo Pérsico, especificamente no Barein e nas áreas dominadas pelos xiitas na Arábia Saudita. A respeito disso os cidadãos libaneses, independentemente de sua fé na maioria dos casos, também tem sido apontados pelo regime de Khaliji e expelidos do Golfo Pérsico. Isto é parte de uma carta sectarista para criar divisões regionais e ódio. Hariri ironicamente acusa o Irã de interferir no Barein no mesmo momento em que os sauditas militares invadiram a Ilha Estado para manter o poder de al-Khalifas.

Os territórios dos sheiks do petróleo no Golfo Pérsico agora estão sistematicamente proibindo cidadãos libaneses, sírios, iraquianos e iranianos de cruzar suas fronteiras. O Kuwait se justificou dizendo que eles podem causar problemas ao Kuwait devido a instabilidade política de seus países.

Desestabilizando a Síria

Damasco está sob a pressão de capitular aos editos de Washington e da Nação Europeia. Isto faz parte de um projeto de longa data. Troca de regime ou subordinação voluntária do regime sírio são os objetivos. Isso inclui a subordinação da política internacional da Síria ea desconexão da Síria com a aliança estratégica com o Irã e os outros membros do Bloco de Resistência.

A Síria é governada por uma oligarquia autoritária que utiliza da força bruta nas negociações com seus cidadãos. Os conflitos na Síria, no entanto, são complexos. Eles não podem ser vistos unicamente como uma questão de liberdade e democracia. Existe também a intenção dos Estados Unidos e da União Europeia de utilizar estes conflitos na Síria para pressionar e intimidar seus líderes. A Arábia Saudita, Israel, a Jordânia ea Aliança de 14 de Março também desempenham seu papel apoiando a insurreição armada.

Os al-Sauds também ajudaram a sufocar qualquer chamado autentico por reforma democrática e marginalizar os elementos democráticos da oposição na Síria durante os protestos e conflitos. A respeito disto os Al-Sauds tem apoiado duas facções sectárias bem como elementos terroristas que questionam as fundações de tolerância religiosa na Síria. Estes elementos são em sua maioria extremistas Salafitas, como o Fatah al-Islam e os nomos movimentos políticos extremistas que estão se organizando no Egito. Eles também tem combatido contra os Alaítas, os Drusos e os Cristãos sírios.

A violência na Síria é apoiada externamente com a visão das vantagens que geram as tensões internas ea raiva na Síria. Além da reação violenta do Exército Sírio, a mídia esta usando mentiras e imagens falsas vão ao ar. Dinheiro e armas também tem sido enviados aos elementos de oposição ao governo sírio pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Aliança de 14 de Março, pela Jordânia e pelos Khalijils. Fundos também são providenciados por figuras sinistras e impopulares da oposição que estão fora do país, enquanto as armas entram ilegalmente na Síria através da Jordânia e do Líbano.

Os eventos que ocorrem na Síria também são amarrados ao Irã, o aliado estratégico de Damasco desde longa data. Não é por acaso que o Senador Lieberman pede publicamente que a administração de Obama ea OTAN ataquem a Síria eo Irã como estão atacando a Líbia. Também não é coincidência que o Irã seja incluído nas sanções contra a Síria. As mãos do governo Sírio e de seu Exército estão amarradas internacionalmente, como uma nova e ampla ofensiva que está sendo preparada e cujo objetivo é a Síria eo Irã.

A Síria e os Campos de Gás Levantinos do Leste Mediterrâneo

A Síria é a peça central de dois importantes corredores de energia. O primeiro liga a Turquia eo Cáspio a Israel e ao Mar Vermelho, eo segundo liga o Iraque ao Mediterrâneo. A rendição da Síria pode significar que Washington e seus aliados irão controlar estas rotas. Isto também pode significar que os grandes campos de gás natural da costa libanesa e síria do leste mediterrâneo podem ficar fora do alcance da China e passem a se dirigir para a União Europeia, Israel e Estados Unidos.

Os campos de gás do Leste Mediterrâneo tem sido ponto de negociação entre a União Europeia, a Turquia, o Irã, a Síria eo Líbano. Além do gasoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC), a existência dos campos de gás levantinos também são o motivo pelo qual o Kremlin criou uma base militar na Síria para a Federação Russa. Isto foi feito pela melhoria das bases navais da Síria na era soviética. Além disso, o Irã se comprometeu em explorar e ajudar a desenvolver estes campos de gás naturais levantinos pela costa para Beirute e Damasco.

A reconciliação entre o Hamas eo Fatah

Existe uma forte correlação entre a guerra no Sudoeste da Ásia ea crescente conversa em nível oficial entre as lideranças palestinas. A esperança da criação de um Estado Palestino já foi utilizada duas vezes como uma válvula de escape no Mundo Árabe da tensão criada pelos preparativos da guerra contra o Iraque. Da primeira vez com o George H.W. Bush (pai) e na segunda vez com o George W. Bush (filho) que foi aplaudido por ser o primeiro presidente dos EUA a falar seriamente em um Estado Palestino.

Como se desse uma guinada em sua posição, Obama está também falando em um Estado Palestino. Além disso, a aproximação entre o Hamas eo Fatah tem colaborado com a contagem regressiva em caminho ao inicio do reconhecimento internacional de um Estado palestino. Os israelenses também têm liberado os fundos congelados palestinos, que eles se recusavam a liberar enquanto durasse o Hamas.

A reaproximação entre o Fatah eo Hamas também te servido para amarrar as mãos do Hamas. O Hamas terá de tomar cuidado para não se tornar efetivamente um membro Junior de um governo palestino sob ocupação israelense. O Hamas precisa efetivamente modificar sua posição em relação a sociedade de uma unidade de governo com o Fatah. Com toda a probabilidade Tel Aviv e Washington buscam impor o Fatah como a mais poderosa autoridade palestina. Em outras palavras, o Hamas está sendo domesticado indiretamente por Israel e Washington.

Instabilidade no Paquistão

O pronunciamento de que Osama bin Laden foi morto pelas forças dos Estados Unidos contribuiu com o processo da secreta desestabilização política no Paquistão. Houve um esforço calculado para que Osama bin Laden fosse apresentado como uma figura popular e venerada pelos muçulmanos. Isto é, com a visão que apoie o chamado “Choque entre Civilizações”.

Ao mesmo tempo em que o governo dos Estados Unidos começa uma campanha midiática contra o Paquistão, Islamabad é mostrada como um abrigo para Osama bin Laden e sua rede al-Qa'idah. Na realidade o envolvimento do Paquistão com os terroristas foi ordenado e dirigido por Washington. Esta é uma história muito mais complicada que isto, mas, o que está acontecendo na realidade é que a nação paquistanesa se tornou alvo de desmantelamento.

O desmantelamento ea desestabilização do Paquistão poderão servir a três objetivos:

1. Promovendo o cenário de guerra com o Irã: O Paquistão não poderia estar sob a ameaça de ser tomada por revolucionários, que poderiam estar do lado do Irã e seus aliados.

2. A segmentação dos interesses chineses no Paquistão, incluindo o corredor de energia do Irã para a China (eo porto chinês em Gwadas), que transita pelo Paquistão.

3. Desestabilização regional em uma área chave da Eurásia onde o Sudoeste da Ásia, a Ásia Central eo subcontinente indiano se encontram. Esta área se estende do Irã e Afeganistão para o Paquistão, a Índia e ao Oeste da China.

Ao mesmo tempo Washington também quer neutralizar o programa nuclear paquistanês.

Os Estados Unidos também anunciaram que possuem o direito de violar os limites nacionais dos países que abrigam terroristas, bem como o de enviar tropas a estes países como parte da “guerra ao terrorismo”. Hillary Clinton justificou o posicionamento de Washington dizendo que as forças americanas poderão assassinar terroristas. Isto é meramente uma porta de entrada para a criação de um pretexto para a intervenção militar em países como o Irã, onde as Guardas Revolucionarias são designadas como organizações terroristas pelos Estados Unidos, ou na Síria, onde grupos de palestinos exilados também são designados como organizações terroristas por Washington.

---------------------------------------------------------------------------
Mahdi Darius Nazemroaya é Investigador Associado do Centro de Investigação da Globalização (CRG) especializado em assuntos geopolíticos e estratégicos.
Traduzido para Diário Liberdade por E.R. Saracino.
O original encontra-se em (Global Research, 10 de Junho de 2011): America's Next War Theater: Syria and Lebanon?
---------------------------------------------------------------------------

Notas do Tradutor:

1 – Dinastia saudita

2 – Najib Mikati

3 – Dia de Nakba é o dia em que Palestinos protestam contra a formação do Estado de Israel.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Projeto para Redefinir o Islã: A Turquia como o Novo Modelo e “Islã Calvinista”


by Mahdi Darius Nazemroaya

Como Washington e seu bando marcham para o Coração da Eurásia, eles têm tentado manipular o Islã como uma Ferramenta Geopolítica. Eles têm criado um caos politico e social no processo. No decorrer do caminho eles têm tentado redefinir o Islã e subordiná-lo aos interesses do capital global inaugurando uma nova geração que se diz islâmica, em sua maioria, entre os próprios árabes.

A Turquia em sua presente forma é apresentada como um modelo democrático a ser seguido pelas massas árabes rebeldes. É verdade que Ankara tem progredido se compararmos aos dias em que os Curdos eram proibidos de falar em público, mas, a Turquia não é uma democracia funcional, ela se parece muito mais com uma cleptocracia¹ com tendências fascistas.

Os militares continuam desempenhando um papel importante nos negócios governamentais e de Estado. O termo “Estado profundo” que denota um Estado dirigido secretamente do topo para baixo por incontáveis pessoas e organizações, de fato, se originou na Turquia. Os direitos civis continuam a ser desrespeitados na Turquia e os candidatos a cargos públicos precisam passar por aprovação do aparato estatal e do grupo que o controla, o que serve para tentar filtrar qualquer um que queira ir contra o status quo na Turquia.

A Turquia não tem sido apresentada como um modelo democrático para os árabes por suas qualidades. Ela é apresentada como um modelo político para os árabes por causa do seu projeto político e socioeconômico “bida” (inovação) que envolve a manipulação do Islã.

Embora seja muito popular, a Justiça Turca e o Partido do Desenvolvimento ou JDO (Adalet ve Kalkinma ou AKP) chegou ao poder em 2002, sem nenhuma oposição dos militares turcos e das cortes turcas. Antes deste partido chegar ao poder, a tolerância dos militares ao Islã político era muito baixa. O JDP/AKP foi fundado em 2001 e o tempo de sua fundação e sua vitória eleitoral em 2002 também estão amarrados ao objetivo de redesenhar o Sudoeste da Ásia e o Norte da África.

Este projeto de manipular e redefinir o Islã visa subordinar o Islã aos interesses da dominante Ordem Mundial capitalista através de uma nova onda de “islamismo político” assim como o JDP/AKP. Uma nova corrente do Islã está se moldando no que vem a ser chamado de “ Islã Calvinista” ou uma “Versão Muçulmana da Ética Protestante do Trabalho”. É este modelo que agora é alimentado na Turquia e que estão apresentando ao Egito e aos árabes por Washington e Bruxelas.

Este “Islã Calvinista” também não tem problemas com o “reba” ou sistema de juros, que é proibido pelo Islã. E é este sistema que é utilizado para escravizar os indivíduos e sociedades com as correntes do débito ao capitalismo global. E é neste contexto que o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD) está clamando pelas supostas “reformas democráticas” no Mundo Árabe.

As famílias dominantes da Arábia Saudita e os Sheiks Árabes do Petróleo também são parceiros na escravização do Mundo Árabe através do débito. A este respeito o Qatar e os sheikados árabes do Golfo Pérsico estão em um processo de criação de um Banco de Desenvolvimento do Oriente Médio, banco que pretende dar empréstimos aos países Árabes para apoiar sua “transição para a democracia”. A missão de promoção da democracia do Banco de Desenvolvimento do Oriente Médio é um tanto quanto irônica, pois, os países que o formam são todos ditaduras convictas.

É esta subordinação do Islã ao capitalismo global que tem causado os atritos internos no Irã.

Abrindo a Porta para uma Nova Geração de Islâmicos

A esperança em Washington é a de que o “Islã Calvinista” se enraíze através de uma nova geração de islâmicos sob a bandeira dos novos Estados democráticos. Estes governos irão efetivamente escravizar os seus países colocando-os mais em dívidas e vendendo ativos nacionais.

Tel Aviv também irá possuir uma larga influência entre esses novos Estados. De braços dados com esse projeto, diferentes formas de nacionalismo etnolinguísticos e intolerância religiosa também vem sendo promovida para dividir a região. A Turquia também desempenha um importante papel, pois, é um dos berços para essa nova geração de Islâmicos. A Arábia Saudita também desempenha seu papel apoiando a ala militante desses Islâmicos.

A Reestruturação de Washington no Tabuleiro Geoestratégico

Objetivar o Irã e a Síria também faz parte desta ampla estratégia de controlar a Eurásia. Os interesses chineses tem sido atacados em todos os locais do mapa global. O Suão foi balcanizado, e tanto o Sudão Norte, quanto o Sudão Sul estão caminhando para o conflito. A Líbia foi atacada e está em vias de ser balcanizada. Estão pressionando a Síria para que está se renda e entre na linha. Os EUA e a Inglaterra estão integrando seus conselhos de segurança, de modo comparável com os corpos Anglo-Americanos da Segunda Guerra Mundial.

O ato de focar o Paquistão também está ligado à neutralização do Iran e ao ataque aos interesses chineses e qualquer futura união na Eurásia. Acerca disso, os EUA e a OTAN tem militarizado as águas ao redor do Iêmen. Ao mesmo tempo, na Europa Oriental, os EUA estão construíndo fortificações na Polônia, na Bulgária e na Romênia, visando neutralizar a Rússia e os países da antiga União Soviética. Belarus e a Ucrânia também foram postos sob pressão. Todos esses passos são parte de uma estratégia que visa sitiar a Eurásia e também controlar os recursos energéticos ou a afluência energética para a China. Da mesma forma, Cuba e Venezuela estão sob crescente ameaça. O laço militar está sendo apertado globalmente por Washington. Tais governos servirão para subordinar seus respectivos Estados. O Pentágono, a OTAN, e Israel podem ainda selecionar algum destes novos governos para justificar novas guerras. Parece que os novos partidos islâmicos estão sendo formados e preparados pelos al-Sauds, com a ajuda da Turquia, para tomar o poder das capitais árabes.

É preciso mencionar que Norman Podhoretz, um membro original do Project for a New American Century (PNAC), em 2008 sugeriu um cenário futuro apocalíptico em que Israel lança uma guerra nuclear contra o Irã, a Síria e o Egito entre outros países vizinhos. Isto pode incluir o Líbano e a Jordânia. Podhoretz descreveu uma Israel expansionista e também sugeriu que os israelenses poderiam ocupar militarmente as regiões petrolíferas do Golfo Pérsico.

O que por outro lado veio como singular em 2008 foi a sugestão de Podhoretz, que foi influenciada pela análise estratégica do Center for Strategic and International Studies (CSIS), de que Tel Aviv poderia lançar um ataque nuclear em seus leais aliados egípcios no poder em Cairo sob o Presidente Mubarak. Apesar do fato do antigo regime ainda persistir, não é mais Mubarak quem está no poder. Os militares egípcios continuam dando ordens, mas, os islâmicos podem chegar ao poder. Isto está ocorrendo apesar do fato de o Islã continuar a ser demonizado pelos EUA e pela maioria dos aliados da OTAN.

Futuro Desconhecido: O que vem Depois?

Os Estados Unidos, a União Europeia e Israel estão tentando utilizar os protestos no Mundo Turco-Arábico-Iraniano para promover os seus próprios objetivos, incluindo a guerra na Líbia e o apoio à insurreição Islâmica na Síria. Juntamente com os al-Sauds, eles estão tentando difundir a “fitna” ou a divisão entre os povos do Sudoeste da Ásia e os do Norte da África. A estratégia Khaligi-Israelense, formada por Tel Aviv e as famílias árabes dominantes no Golfo Pérsico, é crucial para isso.

No Egito, as revoltas sociais estão longe de terminar e as pessoas estão se tornando mais radicais. Isto está resultando em concessões por parte da Junta Militar no Cairo. Os movimentos de protesto estão agora direcionando as críticas ao relacionamento entre a Junta Militar e Israel. Na Tunísia os movimentos sociais também estão caminhando para a radicalização.

Washington e seu bando estão brincando com fogo. Eles podem pensar que este período de caos lhes apresente uma ótima oportunidade para confrontar o Iran e a Síria. A confusão que vem se estabelecendo no Mundo Turco-Árabe-Irâninano terá resultados imprevisíveis. A resistência popular no Barein e no Iêmen às ameaças de crescimento da violência infringida pelo Estado indicam que a articulação dos movimentos de protesto anti-EUA e anti-Sionista está mais coesa.

--------------------------------------------------------------------------Mahdi Darius Nazemroaya é especialista em Oriente Médio e Ásia Central. Ele é um Pesquisador Associado ao Centre for Research on Globalization (CRG).
Traduzido para Diário Liberdade por E. R. Saracino.
O original encontra-se em (Global Research, 10 de Julho de 2011): The Powers of Manipulation: Islam as a Geopolitical Tool to Control the Middle East

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Agora que o bando ao serviço da CIA assassinou Kadafi, que país se seguirá à Líbia?


por Paul Craig Roberts
Se os planos de Washington tiverem êxito, a Líbia tornar-se-á mais um estado fantoche americano. A maior parte das cidades e infraestruturas foi
destruída por ataques das forças aéreas dos EUA e dos seus fantoches da NATO. Firmas dos EUA e europeias agora obterão contratos sumarentos, financiados pelos contribuintes estado-unidenses, para reconstruir a Líbia. O novo parque imobiliário será cuidadosamente concedido a uma nova classe dirigente escolhida por Washington. Isto colocará a Líbia firmemente sob a pata de Washington.

Com a Líbia conquistada, o AFRICOM arrancará para os outros países africanos em que a China tem investimentos em energia e mineração. Obama já enviou tropas americanas para a África Central sob o pretexto de derrotar o Exército da Resistência de Deus, uma pequena insurgência contra o ditador vitalício. O porta-voz republicano da Câmara, John Boehner, saudou a perspectiva de mais uma guerra ao declarar que o envio de tropas dos EUA para a África Central "promove os interesses estado-unidenses de segurança nacional e a sua política externa". O senador republicano James Inhofe acrescentou uns litros de palração acerca de salvar "crianças ugandesas", uma preocupação que o senador não tem para com crianças da Líbia ou da Palestina, do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão.

Washington ressuscitou o Jogo da Superpotência e está a competir com a China. Mas enquanto a China faz investimentos e ofertas de infraestrutura à África, Washington envia tropas, bombas e bases militares. Mais cedo ou mais tarde a agressividade de Washington em relação à China e à Rússia irá explodir nas nossas caras.

De onde está a vir o dinheiro para financiar o Império Africano de Washington? Não do petróleo líbio. Grandes porções do mesmo foram prometidas aos franceses e britânicos por lhe proporcionarem cobertura a esta última guerra aberta de agressão. Não de receitas fiscais de uma economia estado-unidense em colapso onde o desemprego, se medido correctamente, é de 23 por cento.

Como o défice do orçamento anual de Washington tão enorme como é, o dinheiro só pode vir das máquinas de impressão.

Washington já fez as máquinas de impressão trabalharem o suficiente para elevar o índice de preços no consumidor para todos os consumidores urbanos (CPI-U) a 3,9% ao ano (até o fim de Setembro), o índice de preços no consumidor para assalariados e empregados administrativos (CPI-W) a 4,4% ao ano e o índice de preço no produtor (PPI) a 6,9% ao ano.

Como mostra o estatístico John Williams ( shadowstats.com ), as medidas oficiais de inflação são manipuladas a fim de manter baixos os ajustamentos de custo de vista para os que recebem da Segurança Social, portanto poupando dinheiro para as guerras de Washington. Quando medida correctamente, a presente taxa de inflação nos EUA é de 11,5%.

Que taxa de juro podem obter os poupadores sem assumir riscos maciços com títulos gregos? Os bancos dos EUA pagam menos do que meio por cento nos depósitos de poupança assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation). Títulos a curto prazo do governo dos EUA pagam essencialmente zero.

Portanto, de acordo com estatísticas oficiais do governo estado-unidense, os poupadores americanos estão a perder anualmente entre 3,9% e 4,4% do seu capital. Segundo a estimativa de John Williams da taxa real de inflação, os poupadores dos EUA estão a perder 11,5% das suas poupanças acumuladas.

Quando americanos reformados não recebem juros sobre as suas poupanças, eles têm de gastar o seu capital. A capacidade de mesmo os mais prudentes reformados sobreviverem com as taxas de juro negativas que estão a receber e a erosão pela inflação de quaisquer pensões que recebam chegará a um fim uma vez que os seus activos acumulados sejam exauridos.

Excepto para os mega-ricos protegidos de Washington, o um por cento que capturou todos os ganhos de rendimento dos últimos anos, o resto da América foi remetido para o caixote do lixo. Nada, o que quer que seja, foi feito para eles desde o golpe da crise financeira de Dezembro de 2007. Bush e Obama, republicanos e democratas, centraram-se em salvar o 1 por cento enquanto faziam um manguito para os 99 por cento.

Finalmente, alguns americanos, embora não os suficientes, entenderam o "patriotismo" do desfraldar a bandeira que os remeteu para o caixote do lixo da história. Eles não vão afundar sem um combate e estão nas ruas. O Occupy Wall Street propaga-se. Qual será o destino deste movimento?

Será que a neve e o gelo do tempo frio acabará os protestos, ou os remeterá para dentro de edifícios públicos? Quanto tempo as autoridades locais, subservientes a Washington como são, toleram o sinal óbvio de que falta à população qualquer confiança que seja no governo?

Se os protestos perdurarem, especialmente se crescerem e não declinarem, as autoridades infiltrarão os manifestantes com provocadores da polícia que dispararão sobre a polícia. Isto será a desculpa para abaterem os manifestantes e prenderem os sobreviventes como "terroristas" ou "extremistas internos" e enviá-los para os campos de 385 milhões de dólares construídos por contrato do governo dos EUA pela Halliburton de Cheney.

A SEGUIR AO ESTADO POLICIAL AMERIKANO

O Estado Policial Amerikano terá dado seu passo seguinte para o Estado de Campo de Concentração Amerikano.

Enquanto isso, perdidos na sua inconsciência, conservadores continuarão a resmungar acerca da ruína do país devido ao casamento homossexual, ao aborto e aos media "liberais". Organizações liberais comprometidas com a liberdade civil, tais como a ACLU, continuarão a equiparar o direito da mulher a um aborto com a defesa da Constituição dos EUA. A Amnistia Internacional apoiará Washington demonizando o seu próximo alvo de ataque militar enquanto fecha os olhos aos crimes de guerra do presidente Obama.

Quando consideramos que Israel, sob a protecção de Washington, tem escapado impune – apesar de crimes de guerra, assassinatos de crianças, a expulsão em total desrespeito do direito internacional de palestinos da sua terra ancestral, do arrasamento das suas casas com bulldozers e do arrancamento dos seus olivais a fim de entregar terras a "colonos" fanáticos – podemos apenas concluir que Washington, o viabilizador de Israel, pode ir muito mais longe.

Nestes poucos anos de abertura do século XXI, Washington destruiu a Constituição dos Estados Unidos, a separação de poderes, o direito internacional, a responsabilidade do governo e sacrificou todo princípio moral a fim de alcançar hegemonia no mundo todo. Esta agenda ambiciosa está a ser empreendida enquanto simultaneamente Washington removeu toda regulamentação sobre a Wall Street, o lar da cobiça maciça, permitindo ao horizonte de curto prazo da Wall Street arruinar a economia dos EUA, destruindo portanto a base económica para o assalto de Washington ao mundo.

Será que os EUA entrarão em colapso, num caos económico, antes de dominarem o mundo?

21/Outubro/2011
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=27205
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

domingo, 23 de outubro de 2011

Khadafi morreu combatendo com dignidade e coerência


Miguel Urbano Rodrigues
21.Out.11 :: Colaboradores

A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã-Bretanha deixará na Historia a memoria de uma das mais abjectas guerras neocoloniais do inicio do século XXI. Mas, tal como fez surgir uma verdadeira resistência, fez emergir um Khadafi que recuperou a dignidade e morreu com honra.

A foto divulgada pelos contra-revolucionários do CNT elimina dúvidas: Muamar Khadafi morreu em Sirte.
Notícias contraditórias sobre as circunstâncias da sua morte correm o mundo, semeando confusão. Mas das próprias declarações daqueles que exibem o cadáver do líder líbio transparece uma evidência: Khadafi foi assassinado.
No momento em que escrevo, a Resistência líbia ainda não tornou pública uma nota sobre o combate final de Khadafi. Mas desde já se pode afirmar que caiu lutando.
Os media a serviço do imperialismo principiaram imediatamente a transformar o acontecimento numa vitória da democracia, e os governantes dos EUA e da União Europeia e a intelectualidade neoliberal festejam o crime, derramando insultos sobre o último chefe de Estado legitimo da Líbia.

Essa atitude não surpreende, mas o seu efeito é oposto ao pretendido: o imperialismo exibe para a humanidade o seu rosto medonho.
A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã-Bretanha deixará na Historia a memoria de uma das mais abjectas guerras neocoloniais do inicio do século XXI.

Quando a NATO começou a bombardear as cidades e aldeias da Líbia, violando a Resolução aprovada sobre a chamada Zona de Exclusão aérea, Obama, Sarkozy e Cameron afirmaram que a guerra, mascarada de «intervenção humanitária», terminaria dentro de poucos dias. Mas a destruição do país e a matança de civis durou mais de sete meses.

Os senhores do capital foram desmentidos pela Resistência do povo da Líbia. Os «rebeldes», de Benghazi, treinados e armados por oficiais europeus e pela CIA, pela Mossad e pelos serviços secretos britânicos e franceses fugiam em debandada, como coelhos, sempre que enfrentavam aqueles que defendiam a Líbia da agressão estrangeira.

Foram os devastadores bombardeamentos da NATO que lhes permitiram entrar nas cidades que haviam sido incapazes de tomar. Mas, ocupada Tripoli, foram durante semanas derrotados em Bani Walid e Sirte, baluartes da Resistência.
Nesta hora em que o imperialismo discute já, com gula, a partilha do petróleo e do gás libios, é para Muamar Khadafi e não para os responsáveis pela sua morte que se dirige em todo o mundo o respeito de milhões de homens e mulheres que acreditam nos valores e princípios invocados, mas violados, pelos seus assassinos.
Khadafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte.

Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.

Que imagem dele ficará na Historia? Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muamar Khadafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida reflectiu as suas contradições.
Três Khadafis diferentes, quase incompatíveis, são identificáveis nos 42 anos em que dirigiu com mão de ferro a Líbia.

O jovem oficial que em 1969 derrubou a corrupta monarquia Senussita, inventada pelos ingleses, agiu durante anos como um revolucionário. Transformou uma sociedade tribal paupérrima, onde o analfabetismo superava os 90% e os recursos naturais estavam nas mãos de transnacionais americanas e britânicas, num dos países mais ricos do mundo muçulmano. Mas das monarquias do Golfo se diferenciou por uma política progressista. Nacionalizou os hidrocarbonetos, erradicou praticamente o analfabetismo, construiu universidades e hospitais; proporcionou habitação condigna aos trabalhadores e camponeses e recuperou para uma agricultura moderna milhões de hectares do deserto graças à captação de águas subterrâneas.

Essas conquistas valeram-lhe uma grande popularidade e a adesão da maioria dos líbios. Mas não foram acompanhadas de medidas que abrissem a porta à participação popular. O regime tornou-se, pelo contrário, cada vez mais autocrático. Exercendo um poder absoluto, o líder distanciou-se progressivamente nos últimos anos da política de independência que levara os EUA a incluir a Líbia na lista negra dos estados a abater porque não se submetiam. Bombardeada Tripoli numa agressão imperial, o país foi atingido por duras sanções e qualificado de «estado terrorista».

Numa estranha metamorfose surgiu então um segundo Khadafi. Negociou o levantamento das sanções, privatizou empresas, abriu sectores da economia ao imperialismo. Passou então a ser recebido como um amigo nas capitais europeias. Berlusconi, Blair, Sarkozy, Obama, Sócrates receberam-no com abraços hipócritas e muitos assinaram acordos milionários, enquanto ele multiplicava as excentricidades, acampando na sua tenda em capitais europeias.

Na última metamorfose emergiu com a agressão imperial o Khadafi que recuperou a dignidade.

Li algures que ele admirava Salvador Allende e desprezava os dirigentes que nas horas decisivas capitulam e fogem para o exílio.
Qualquer paralelo entre ele e Allende seria descabido. Mas tal como o presidente da Unidade Popular chilena, Khadafi, coerente com o compromisso assumido, morreu combatendo. Com coragem e dignidade.

Independentemente do julgamento futuro da Historia, Muamar Khadafi será pelo tempo afora recordado como um herói pelos líbios que amam a independência e liberdade. E também por muitos milhões de muçulmanos.

A Resistência, aliás, prossegue, estimulada pelo seu exemplo.
VN de GAIA, no dia da morte de Muamar Khadafi

odiario.info

Os rebeldes libios, entre Al Qaeda e a CIA



Enrico Piovesana (PeaceReporter)
20.Out.11 :: Outros autores

Desde que este artigo foi pela primeira vez publicado a situação na Líbia já evoluiu para a vitória dos rebeldes. Mas não se perde nada em acrescentar mais alguns elementos sobre quem eles são, ao serviço de quem se encontram as suas principais figuras, e as estranhas alianças operacionais que teceram entre si.

Estão na realidade os rebeldes a ser apoiados pelos EUA e pela NATO? Se assim é, com explicar a presença entre eles de grupos fundamentalistas islâmicos ligados à Al Qaeda, com um comando militar estreitamente ligado a um histórico dissidente líbio?

Em finais de Março passado, durante uma audiência no senado dos EUA, o almirante James Stavridis, comandante das forças dos EUA na Europa na chefia da sede europeia das forças da NATO (SHAPE), disse que existiam traços da presença da Al Qaeda entre os rebeldes anti-Khadafi embora, em sua opinião, não fossem significativas.
Os traços teriam origem na mensagem vídeo de 13 de Março, na qual o libio Abu Yahya al Libi, um importante líder de Al Qaeda, incitava os seus compatriotas a prosseguir e intensificar a luta contra Khadafi: “Os líbios têm suportado às mãos de Khadafi, há mais de quarenta anos, sofrimentos de todo o tipo, e foram utilizados por ele para pôr em prática as suas rançosas ideias, as suas excentricidades e as suas políticas de loucos”.

Os traços prosseguiam com as notícias publicadas em 22 de Março pelo diário italiano Il Sole-24 Ore sobre a presença da Al Qaeda, com veteranos líbios regressados do Irão e do Afeganistão, na frente de Adjabiya. À frente deles Abdul-Hakim al-Hasidi, capturado pelas forças dos EUA no Afeganistão em 2002 e agora no comando dos rebeldes de Dema, que declarou que os membros da Al Qaeda são patriotas e bons muçulmanos.

“Não existe dúvida de que o ramo líbio da Al Qaeda, o Grupo Combatente Islâmico da Líbia (LIFG, na sigla inglesa) integra as forças opostas a Khadafi. O que não sabemos é que peso tem”, disse à imprensa indiana Bruce Riedel, ex analista da CIA especializado em terrorismo, assessor militar da Casa Branca durante muitos anos e membro destacado do Conselho de Relações Externas e do The Brookings Institution, dos EUA.

O LIFG foi criado em 1995 por mujahidin líbios veteranos da guerra contra os soviéticos no Afeganistão com o objectivo de derrubar o regime de Khadafi, contra o qual realizaram um atentado que falhou, em Março de 1996, com apoio logístico e financeiro (100.000 libras) dos serviços secretos britânicos MI6. Em resultado deste atentado Khadafi pediu, e foi o primeiro no mundo a fazê-lo, uma ordem internacional de detenção de Osama Bin Laden, mas o procedimento foi bloqueado por Londres e Washington.

À frente do ramo líbio da Al Qaeda (desde 2001 na lista negra do terrorismo islâmico internacional) encontravam-se Anas al Libi, que fugiu da Líbia e obteve asili político na Grã-Bretanha (onde viveu até 2000 e de quem se perdeu então a pista), e Mohammed Benhammedi, que até 2006 (altura em que também desapareceu) apoiou as actividades do LIFG com o produto do tráfico de drogas dirigido pelo narcotraficante britânico Curtis Warren.

O outro símbolo histórico da oposição ao regime líbio, agora de novo em foco, é a Frente Nacional de Salvação da Líbia (NFSL, na sigla em inglês), movimento laico fundado nos anos 80 por dissidentes exilados nos EUA e abertamente apoiado pela CIA. Também o NFSL tentou matar Khadafi em Abril de 1984, numa autêntica operação militar contra o quartel general do coronel em Bab al Aziziya (morreram oitenta pessoas, entre líbios, cubanos e alemães de leste).

O representante mais conhecido do NFSL é Khalifa Belqasim Haft, ex coronel do exército que fugiu da Líbia em 1988 depois da derrota da Líbia na guerra do Tchad. Desde então tem vivido em Fairfax, Virgínia (a 10 km da sede da CIA), de onde durante anos dirigiu as actividades do braço armado do NFSL, o Exército de Libertação da Líbia. Agora surgiu em Bengasi para assumir o comando militar dos rebeldes, facto tornado público formalmente em 24 de Março.

Bem vistas as coisas, a coexistência de homens da Al Qaeda e dos serviços secretos anglo-estadounidenses nas fileiras dos rebeldes líbios só aparentemente é contraditório.

Fonte: http://it.peacereporter.net/articolo/27745/Ribelli+libici%2C+tra+Al Qaeda+e+Cia
Postado: odiario.info

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ABAIXO ASSINADO: Pela liberdade, justiça e dignidade dos presos políticos palestinos

(Envie a assinatura de sua entidade para o e-mail: capaibr@hotmail.com ,ou somostodospalestinos@gmail.com)

Participe e ajude a divulgar!

As organizações da sociedade civil brasileira abaixo assinadas solidarizam-se com os presos políticos palestinos em greve de fome desde 27 de setembro de 2011 e exigem justiça, dignidade e liberdade aos detidos. Sua luta é contra as condições desumanas a que estão submetidos nos cárceres israelenses, as quais têm se deteriorado ainda mais nos últimos meses. A punição coletiva por parte de Israel vem se agravando, e não poupa nem mesmo os muitos que estão à espera de julgamento e os cerca de 200 em prisão administrativa. A tortura sistemática, a humilhação cotidiana, inclusive nas inspeções, o confinamento prolongado, a negação de visitas até mesmo de advogados, a não permissão de reagrupamento familiar, a violação de direitos humanos fundamentais, como à educação, têm sido a regra.
Contra esse regime de opressão, a greve foi iniciada e conta com a adesão de diversas lideranças, de vários partidos e organizações. As mulheres também estão participando do movimento. Como punição, todos têm sofrido repressão, isolamento, transferências arbitrárias e maus tratos. Numa tentativa de desmobilização, muitos líderes têm sido deslocados para paradeiros desconhecidos. Essas práticas comuns têm sido intensificadas com o intuito de quebrar a resistência manifestada com a greve de fome. Fazendo frente a isso, além da recusa a se alimentar, os prisioneiros anunciaram a rejeição de todas as ordens na prisão, como o uso dos uniformes, as chamadas e os horários nos centros de detenção.
As detenções ilegais são praxe por parte do Estado de Israel desde sua criação unilateral, em 1948. Segundo a Adameer – Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Palestinos divulga em seu site, somente de 1967 para cá mais de 650 mil palestinos já foram detidos – ou seja, pouco menos de 20% do total da população dos territórios ocupados naquele ano, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Atualmente, calcula-se que estejam nos cárceres israelenses cerca de 7 mil cidadãos palestinos, entre os quais 340 crianças e 120 mulheres. Por volta de 115 presos encontram-se há mais de 20 anos nessas cadeias e 26, há mais de 25 anos.
Conforme a Adameer, cerca de 24 centros de detenção, cinco centros de interrogação, sete casas de detenção, três campos militares e nove outras prisões na Cisjordânia e Gaza integram o complexo do aparelho repressivo do Estado israelense. Em todos, a violação às convenções de Genebra, sobretudo quanto ao tratamento digno às pessoas nessas condições, é comum.
A solidariedade internacional é fundamental para denunciar esse estado de coisas. Exigimos respeito aos direitos humanos dos presos políticos palestinos em greve de fome e a libertação imediata de todos os detidos, bem como a intervenção da Cruz Vermelha Internacional neste momento. Esperamos que as vozes a partir do Brasil sejam ouvidas para garantir a dignidade desses cidadãos e cidadãs e impedir a contínua punição coletiva e maus tratos.

Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de janeiro
Frente em Defesa do Povo Palestino
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê Democrático Palestino no Brasil
Anel - Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre
Associação Islâmica de São Paulo
Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro de Mato Grosso do SulCentro Cultural Árabe-Palestino do Rio Grande do Sul
Ciranda Internacional da Informação Independente
CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas
CUT - Central Única dos Trabalhadores
Intersindical
MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Mopat - Movimento Palestina para Tod@s
PCB - Partido Comunista Brasileiro
PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Sociedade Árabe-Palestina de CorumbáSociedade Árabe-Palestina de BrasíliaSociedade Árabe-Palestina de Chuí
Sociedade Árabe-Palestina de Santa Maria
UNI - União Nacional das Entidades Islâmicas

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO (CINEMA) : PALESTINA EM DEBATE COM A PARTICIPAÇ​​ÃO DO COMITÊ DO RIO

DEBATE INTERNACIONAl DO FESTIVAL DO RIO :
A Criação do Estado Palestino pode resolver os conflitos?


MAM – Museu de Arte Moderna
Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Sábado, 15 de outubro – 18h30

Filme:
Essa é a minha terra... Hebron /This is my land... Hebron de Giulia Amati e Stephen Natanson (72 min)

Hebron, localizada 30 quilômetros ao sul de Jerusalém, é uma cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. Depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967, foi fundado lá um dos primeiros assentamentos israelenses na Cisjordânia no meio de uma cidade palestina. Legitimados pela proteção do exército israelense, os colonos apedrejam e ofendem mulheres e crianças. Assim, uma cidade que tinha uma vibrante vida nas ruas, com mercados a céu aberto, vai se transformando num campo de batalha.

Seguido do debate:

A Criação do Estado Palestino pode resolver os conflitos?
Can the Creation of a Palestinian State end the Conflicts?

Participação:

Mediador: Paulo Pinto Hilu, Professor de antropologia da UFF.

1 - Giulia Amati, diretora do filme,
2 - Carolina Benshemesh, Cineasta e Fotógrafa.
3 - Maristela Santos Pinheiro, pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio

"Os EUA E O REGIME SIONISTA SÃO A CAUSA PRINCIPAL DA MISÉRIA DAS NAÇÕES"


O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que EUA e o regime sionista são as causas principais da miséria das nações e que todos devem gritar contra eles, em voz alta e clara.

Em cerimônia em Teerã, na 3ª-feira à tarde, para o lançamento do documentário Uncontained [aprox. “sem contenção”, no sentido de “livres”], o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que os EUA e Israel perderam o Egito, aliado regional chave, e agora, semeando a violência sectária no norte da África, tentam manter no poder o que restou do velho regime.

Falando no lançamento de um documentário sobre o Despertar Islâmico no Oriente Médio e Norte da África, o presidente Ahmadinejad conclamou o povo egípcio a ser cauteloso e a preparar-se para as eleições, porque, disse ele, as eleições abrirão mais uma frente de resistência contra Israel e seus apoiadores financeiros.

O ministro iraniano da Cultura e Orientação Islâmica disse que os movimentos de protesto que sacudiram o mundo árabe enfraqueceram EUA e Israel e fortaleceram a posição regional do Irã.

Falando à Press TV, a esposa do Dr. Majid Shahriari, cientista nuclear iraniano assassinado por terroristas no ano passado em Teerã, disse que os manifestantes em todo o mundo árabe querem derrubar governos favoráveis a EUA e Israel; e que todos os protestos na região mostram sinais claros da resistência islâmica e da revolução islâmica iraniana.

O documentário recém lançado ilustra vários momentos em que se veem sinais do poder soft da revolução islâmica iraniana no coração da Primavera Árabe – como a liderança iraniana previu, ano passado, que aconteceria.

O presidente Ahmadinejad destacou a necessidade de união e solidariedade de todos os que prezam a liberdade e buscam justiça em todo o mundo, e disse que os povos do mundo devem gritar bem alto contra os EUA e o regime sionista.

“As ditaduras foram criadas pelas potências colonialistas e arrogantes” – disse o presidente Ahmadinejad. “Todas as nações vivem hoje profundamente insatisfeitas com o que veem em suas sociedades, e a natureza divina dos seres humanos começa a despertar.”

Acrescentou que, em tempos passados, as nações viviam em desespero, sem meios para expressar seus pontos de vista; hoje, têm oportunidade de participar do processo de tomar decisões, porque o desenvolvimento agora terá de ser global e inclusivo, para todos. As multidões sentem-se prontas para um movimento decisivo nessa direção, e os poderes arrogantes tentam ainda distorcer e conter esse movimento.

Sobre os recentes conflitos no Egito, Ahmadinejad disse não ter dúvidas de que, por trás daqueles eventos vê-se a mão dos inimigos do mundo, que sabem que, se houver eleições livres e justas no Egito, o próximo governo daquele país será governo antissionista. Nessas circunstâncias, disse o presidente do Irã, todos temos de ser extremamente cuidadosos.

Referindo-se ainda ao Egito, disse que se os egípcios tiverem a chance de votar em eleições justas e limpas, e elegerem governo popular e revolucionário, que se alie à resistência, só restará aos EUA e ao regime sionista a saída de instalarem nos porões da Casa Branca as suas tocas de espiões.

Manifestando confiança de que a grande nação egípcia encontrará seu caminho, Ahmadinejad disse que os egípcios devem ter em mente que ser muçulmano ou copta não é motivo de diferenças ou disputas. E que os confrontos foram estimulados por potências arrogantes, que temem o despertar e a solidariedade entre todas as nações.

Na conclusão, o presidente elogiou os cineastas que produziram o documentário Uncontained sobre desenvolvimentos regionais e internacionais, com destaque sobre o papel do Irã no Despertar Islâmico. Disse que o documentário é depoimento claro e forte.

Postado do Blog: gilsonsampaio.blogspot.com/2011/10/presidente-ahmadinejad-eua-e-o-regime.html?spref=fb&mid=501

Liga Árabe pedirá que ONU investigue situação de presos palestinos em Israel

DA EFE, NO CAIRO
A Liga Árabe anunciou nesta quinta-feira que pedirá a ONU o envio de uma comissão internacional para investigar a situação dos presos palestinos nas prisões de Israel.

Após uma reunião realizada no Cairo, o Conselho de Delegados Permanentes da Liga Árabe decidiu pedir ao grupo de países árabes em Nova York que façam esta solicitação às Nações Unidas.

Em comunicado, a organização pan-árabe informou que a comissão deverá se assegurar do grau de cumprimento dos pactos internacionais sobre prisioneiros por parte das autoridades israelenses.

Além disso, a Liga indicou que seu pedido respalda a recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio de 2010 de enviar uma delegação junto à Cruz Vermelha Internacional para investigar as precárias condições sanitárias dos presos.

Esta decisão coincide com a advertência feita hoje no Cairo pelo ministro palestino de Assuntos para os Prisioneiros, Issa Qaraqea, que disse que "é possível que haja uma catástrofe" nas prisões de Israel, se suas autoridades não responderem às reivindicações dos presos palestinos em greve de fome.

Por outra parte, a Liga Árabe anunciou que realizará uma conferência mundial no início de 2012 em sua sede do Cairo para divulgar a causa desses prisioneiros.

Além disso, a organização pediu à Cruz Vermelha Internacional em Genebra para enfrentar sua responsabilidade jurídica e humanitária com os presos palestinos, e intensificar seus contatos com as autoridades israelenses para que cessem as perigosas violações que perpetram.

Nesse contexto, a Liga lembra que esses presos palestinos são prisioneiros de guerra que têm o direito de lutar "contra a ocupação" (israelense).

A organização também exigiu a libertação imediata e incondicional de todos os cidadãos palestinos e de outros países árabes reclusos em prisões israelenses.

A entidade pan-árabe manifestou sua satisfação pela troca de prisioneiros acordada entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na terça-feira passada e agradeceu ao Egito por seus esforços que tornaram possível o sucesso dessa iniciativa.

Na terça-feira passada, Israel anunciou um acordo com o Hamas no qual está prevista a libertação de 1.027 palestinos em troca do soldado israelense Gilad Shalit, capturado em junho de 2006 por três grupos palestinos em Gaza.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/990434-liga-arabe-pedira-que-onu-investigue-situacao-de-presos-palestinos-em-israel.shtml?mid=501

SEM A OTAN, KADAFI, JUNTO COM O POVO LÍBIO, RECUPERARIA O CONTROLE DO PAÍS NUMA NOITE


O general norte-americano Carter Ham, responsável pelo comando americano para a África, afirmou que sem a OTAN, Kadafi recuperaria o controle total do país numa noite. E acrescentou "Não queremos perder tudo o que foi conseguido em uma noite"
Ou seja, as forças patrióticas que resistem à agressão contra a Líbia estão em condições de libertar o país em poucas horas se cessar a agressão aérea, naval, terrestre, de espionagem e de apoio a terroristas orquestrada pela NATO. É por isso que a OTAN deixa um forte dispositivo no terreno a fim de 1) manter ficção de que os seus fantoches (CNT) em decomposição são um governo efectivo e 2) poder roubar à vontade o petróleo, gás natural, ouro, água e as demais riquezas do país.
Fonte: Cyberpresse .

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Liberdade para Ahmad Saadat e para todos os prisioneiros palestinos: Toda nossa solidariedade com os prisioneiros palestinos

Para salvar a vida de Ahmad Saadat camarada secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina, e seus 800 companheiros prisioneiros palestinos em prisões israelenses que estão em greve de fome por 15 dias. Em uma mensagem ao povo palestino e ao mundo, na terça-feira, 11 de outubro de 2011, Saadat disse:

"NÃO À VIDA com humilhação!
Continuaremos essa dura batalha
Pela liberdade e dignidade até o último suspiro! "


O Secretário-Geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Ahmad Saadat, enviou uma mensagem ao povo palestino e ao mundo da prisão sionista de Nafjah, na qual afirmou que "a nossa decisão de continuar a greve de fome é irreversível, sejam quais forem os métodos de repressão e terrorismo contra nós. "

Na declaração, Saadat disse que dada a escolha entre viver sem dignidade na humilhação ou morrer com a cabeça erguida, "é melhor morrer com a cabeça erguida e não aceitar a humilhação."

O líder prisioneiro considera que todos os prisioneiros palestinos nas prisões sionistas estão retomando suas forças e seu histórico papel, unidos contra a repressão das autoridades carcerárias sionistas do governo da ocupação. Nesse sentido, a decisão dos prisioneiros palestinos é continuar em rebelião e manter a greve frente a situações que já não podem suportar.

"É uma batalha para forçar as autoridades da ocupação a reconhecer nossos direitos e reivindicações. Nós estamos prisioneiros pela liberdade, somos prisioneiros de guerra e não permitiremos que a ocupação não respeite nossos direitos nacionais, humanos e legais ", afirmou Saadat.

Saadat saudou todos os filhos do povo palestino solidários com esta causa, dizendo-lhes que confia que, como já aconteceu antes, essa rebelião e este movimento de solidariedade alcançarão a vitória.

Dado a gravidade da situação de saúde do Secretário Geral, a Frente Popular solicitou ao Conselho de Direitos Humanos, a Cruz Vermelha Internacional, os Médicos Sem Fronteiras e todos os organismos pertinentes relacionados aos Direitos Humanos e presos políticos, que enviem imediatamente equipe médica para visitar Saadat na prisão, e tomar conhecimento de sua situação, afim de salvar a vida do secretário-geral. Na terça-feira, dia 11 de outubro, já contavam 15 dias de greve de fome.
Desde 27 de setembro de 2011, os prisioneiros e detidos palestinos nos cárceres israelenses iniciaram uma greve de fome para protestar contra a política das solitárias e os maus tratos. (confinamento).

O objetivo principal da greve é acabar com a prisão de isolamento (o "buraco") ou encarceramento isolado e recuperar os direitos e algumas conquistas que foram usurpados por decisão do atual governo da ocupação.

A Frente Popular convoca a mobilização popular dentro e fora da Palestina, em todos os níveis , para por fim o processo de assassinato lento contra centenas de prisioneiros palestinos.

No décimo quinto dia da greve de fome dos prisioneiros palestinos, a vida de dois dos líderes palestinos corre grave ameaça, estes camaradas apresentam visível deterioração da saúde. São eles: o camarada Saadat e do líder do Hamas, Abu Gamal Al Jiga.

Segundo Abdel Nasser Farauna, especialista nos assuntos dos prisioneiros, o estado de saúde dos prisioneiros em greve está se deteriorando perigosamente, com a já visível diminuição do peso corporal. Alguns, inclusive, tiveram que ser levados para hospitais. Saadat já perdeu 5 kg de peso e sofre de vômitos contínuos e desmaios.

O Bureau Político da Frente Popular diz que sua resposta será muito dura e responsabiliza o governo da ocupação, Netanyaho sobre a vida de seu secretário-geral. A Frente Popular e todo o povo da Palestina apóia a firmeza e a demonstração de dignidade de todos os prisioneiros palestinos, liderados por Saadat , que desafia o inimigo.

A Frente Popular alerta as autoridades da ocupação sionista de seguir com as suas práticas de represálias terroristas contra prisioneiros. Estas práticas sionistas violam sistematicamente os acordos da Quarta Convenção de Genebra sobre os direitos humanos dos prisioneiros. O Frente Popular reitera o apelo para todas as instituições dos Direitos Humanos e para Cruz Vermelha internacional a se mobilizarem imediatamente para salvar a vida dos prisioneiros.

Fatos e estatísticas sobre a situação dos prisioneiros palestinos nas prisões sionistas

Desde o primeiro dia da ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza até hoje, mais de 750.000 palestinos equivalente a 1 / 3 do povo palestino foram presos. Desde 2000 até à hoje, 75 mil palestinos foram presos. Destes, 9.000 eram crianças e 900 mulheres.
Hoje em prisões israelenses são cerca de 6000 prisioneiros. Destes, 285 crianças, 35 mulheres, 21 palestinos membros do Conselho Legislativo e dois ex-ministros.
A situação mais complicada e mais difícil que enfrentam é o confinamento isolado, por tempo indeterminado, que pode variar de alguns meses ou vários anos.
Devido à tortura, diferentes métodos de interrogatório e a ausência de condições sanitárias necessárias 200 prisioneiros palestinos já morreram.

A Frente Popular se dirige a todos os partidos, movimentos e organizações políticas progressistas amigas, assim como aos Comitês de amizade e solidariedade internacionalista, para que nos ajudem a lançar uma grande mobilização internacional para salvar a vida de todos os prisioneiros que enfrentam sérios perigos e cujos direitos são violados.

Os prisioneiros necessitam de uma forte pressão política para forçar as autoridades carcerárias do governo de ocupação israelense o reconhecimento dos Direitos Humanos, os direitos legais e os direitos nacionais dos prisioneiros, heróis palestinos que estão lutando contra o terrorismo e pela libertação de sua pátria.
O objetivo principal dessa luta é para conseguir a libertação de todos os prisioneiros guerra palestinos.
Saudações revolucionárias,

Endereço da Frente Popular para a Libertação da Palestina.
Departamento Político.
Terça - feira, outubro 11, 2011
13/10/2011 06:31:27 / Fonte: Frente Popular para a Libertação da Palestina / Palestinalibre.org (Tradução: Bassel Ismael)

PALESTINA EM DEBATE

CONVITE

Debate: Questão Palestina

Palestrante; Jadallah Safa (palestino radicado no Brasil desde 1979 )

Dia: 21/10/2011 - sexta-feira
Hora: 19 horas
Local: Anfiteatro II - Ibilce / Unesp de Rio Preto - SP

Haverá a apresentação do documentário: “Palestina: a história de uma terra”, de Simone Bitton

Aberta ao público em geral, não há necessidade de fazer inscrição. Serão 4 horas de atividade (com certificado para AACCs). Entrada franca.
Vcs podem deixar um comentário no seguinte link: http://www.mutiraodesociologia.com.br/?p=1206
A questão Palestina é hoje um tema da mais elevada importancia! A luta deste povo para conquistar a sua Patria é uma luta de todos os que sonham com um mundo sem opressão!

Participe! ajude a divulgar este evento!
Causa Palestna, causa da humanidade!
Palestina livre!
Viva a Intifada! Resitência até a vitória!
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
"Um beduíno sozinho não vence a imensidão do deserto, é preciso ir em caravana"
www.vivapalestina.com.br
www.palestinalivre.org

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Carta Aberta aos povos e trabalhadores do mundo pelo Partido Comunista Sírio


Saudações camaradas

Gostaríamos de apresentar-lhes uma breve análise dos sucessivos acontecimentos recentes em nosso país, Síria, e, para tanto, devemos elucidar alguns fatos e desvendar algumas mentiras fabricadas e publicadas pela propaganda imperialista contra a Síria.

Desde o início dos eventos, em Março, estações de TV na América, Reino Unido e França, algumas estações no mundo Árabe e centenas de sites da internet têm se mobilizado para falsificar, da melhor maneira que puderem, a realidade e, na medida em que a opinião pública se volta para essa causa, programas especiais são transmitidos para servirem a esse propósito dia e noite.

O presidente norte-americano divulga, diariamente, notas que expressam seu tratamento contra a Síria, assim como uma intervenção flagrante nas relações internas do povo Sírio. Oficiais de alta patente da União Européia têm imitado o presidente Americano.

Tais tratamentos e intervenções chegaram ao auge quando o presidente norte-americano apontou a irrelevância e ilegitimidade do regime Sírio. Ásperas e injustas sanções econômicas foram impostas contra o povo Sírio. Ainda mais perigosos são os planos endossados pela OTAN de compartilhar ondas de ataques aéreos, por algumas semanas, contra 30 áreas estratégicas na Síria, exatamente igual ao que aconteceu na Iugoslávia.

Alguns oficiais europeus jamais hesitarão em comparar a situação na Síria, como se fosse a cópia exata da crise Líbia, onde milhares de civis foram massacrados, dezenas de áreas econômicas foram destruídas pelos ataques aéreos.

Estados membros da aliança imperialista têm tentado, de todas as maneiras possíveis, aprovar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando a Síria para, em seguida, adotar sucessivas resoluções a respeito, para tornar “legal” uma agressiva campanha contra nosso país. Agradecemos a oposição a esses planos por parte da Rússia e da China, acompanhadas, até agora, pela África do Sul, Índia, Brasil e Líbano. As tentativas imperialistas no Conselho de Segurança da ONU foram, até agora, infrutíferas.

Todas essas movimentações acontecem sob dois pretextos:

1.Manifestantes na Síria estão sendo mortos, procedimentos de segurança estão sendo empreendidos para lidar com os manifestantes;

2.Manipulações das deficiências do regime Sírio, assim como a falta de democracia e o monopólio do poder por parte do partido no poder, com o intuito de pressionar o regime para adotar algumas mudanças internas, embora qualquer mudança interna deva ser considerada como parte da soberania nacional do país.

Na realidade, diversas manifestações de protesto começaram em março pedindo reformas social, econômica e democrática. A maioria dessas demandas foi apoiada pelo nosso partido como uma forma de lidar com os efeitos nocivos da implementação de um programa liberal na economia (de acordo com o Fundo Monetário Internacional) e a transformação da Síria em um mercado econômico. Os efeitos foram nocivos para o nível de vida das camadas pobre e média. Essas manifestações eram pacíficas, mas cedo foram manipulados por fundamentalistas religiosos e grupos radicais, cuja ideologia data de antes da idade média.

As manifestações se transformaram de pacíficas para armadas, buscando alcançar propósitos que não têm nenhuma ligação com as reformas políticas e sociais. Ao tratar com essas manifestações, as forças de segurança oficial cometeram diversos erros injustificáveis; conseqüentemente, essas ações foram seguidas de reações. Dezenas de civis e soldados foram mortos. Gangues armadas foram formadas atacando propriedades públicas e privadas, criando barreiras dentro de algumas cidades, contando com ajuda externa. Durante os últimos meses, essas gangues estabeleceram áreas armadas nas regiões fronteiriças da Síria, do nosso lado, e da Turquia, do Líbano, da Jordânia e Iraque, para garantir continuidade no suprimento de suas armas e na ligação entre essas áreas.

De qualquer maneira, as gangues não obtiveram sucesso no estabelecimento de uma base fronteiriça estável. Isso custa centenas de civis e soldados, ou seja, mais de 2000 vítimas. No meio tempo, diversos eventos foram exagerados. Fatos foram falsificados. Os mais modernos equipamentos eletrônicos e de mídia foram empregados com o intuito de mostrar que o exército Sírio é completamente responsável por esses atos e que as gangues armadas não são responsáveis, e assim por diante.

Devido à pressão, o governo adotou diversas reformas sociais e democráticas que incluem: anulação das leis e Tribunais de exceção e respeito às manifestações pacíficas legais. Recentemente, uma nova lei eleitoral e uma lei permitindo o estabelecimento de partidos políticos foram adotadas. Preparações para uma nova ou modificada constituição estão a caminho. Novas leis a respeito da mídia e da administração pública também foram adotadas.

Os objetivos dessas leis e procedimentos são: quebrar o monopólio de poder do partido Ba’th, estabelecer uma sociedade plural e democrática, assegurar liberdades privadas e públicas, garantir a liberdade de expressão e reconhecer o direito de oposição para atividade política pacífica.

Apesar das nossas reservas no que diz respeito a alguns artigos, essas leis são muito importantes. Por mais de quarenta anos nosso partido tem lutado para ter tais leis adotadas. Essas leis devem ser implementadas e podem ser consideradas como um importante passo em direção à transição da Síria para uma sociedade democrática e plural.

Largos setores pacíficos da oposição nacional saudaram esses procedimentos, embora as oposições fundamentalistas e armadas ainda estejam defendendo a derrubada do regime, pressionando e agindo sectariamente.

Podemos resumir a situação como segue:

•Reduziu-se a tensão armada nas cidades Sírias. Gangues armadas sofreram fortemente. De qualquer maneira, algumas delas têm condições de retomar suas atividades;

•Manifestações pacíficas não desapareceram e não são confrontadas violentamente, a não ser quando acompanhadas por atividades violentas;

•O governo chamou a oposição nacional a participar de diálogos políticos que buscam ajudar a alcançar a transição para a democracia e o pluralismo de forma pacífica. Tal diálogo encontra muitas dificuldades, mais importantes até do que a pressão dos grupos armados que se opõem ao diálogo e à solução pacífica, financiados por apoio externo;

•Ameaças imperialistas e colonialistas contra a Síria aumentaram. Embora essas ameaças encontrem algumas dificuldades, precisamos estar prontos para confrontá-las.

Enquanto a situação do nosso país está em pauta, ela aparece como segue:

- Movimentos de protesto ainda existem em diferentes níveis. Eles diferem de uma região para outra. Nota-se que alguns movimentos começam em mesquitas, áreas rurais e favelas e segue em direção ao centro da cidade;

- Movimentos dentre as minorias étnicas e religiosas são raros. Nas fábricas, universidades e sindicatos não existem movimentações;

- Dentro dos círculos da grande burguesia, independente de ser industrial ou financeiro, especialmente nas grandes cidades de Aleppo, Lattakia e Damasco, não existem movimentos;

- Não existem movimentações dentro dos clãs e das tribos;

- A oposição é composta de um amplo e variável espectro de partidos. Alguns são patrióticos, se opõem à intervenção externa e às gangues armadas. Neste campo está o Partido Muçulmano, considerado o mais ativo e bem organizado partido dentro e fora do país.

Há, também, diversos grupos tradicionais com diferentes orientações, cuja influência se tornou mais clara nas manifestações em diferentes áreas. Esses grupos não escondem seus objetivos e propostas que são claramente reacionárias e sectárias.

Os grupos locais mais importantes e ativos, desde o inicio dos protestos, são as coordenações locais que incluem diferentes grupos da juventude sem terem nenhum plano e clareza ideológica comuns, ou orientações, exceto pelo slogan “Abaixo o regime”. Eles estão expostos à pressão externa, assim como interna.

- Oposição no exterior é composta por intelectuais, tradicionalistas, pessoas que romperam com o regime, com algumas conexões internas (Khadam e Refa׳at Al Assad).

Durante o ultimo período, essas forças promoveram diversas conferências no exterior (exceto um encontro que aconteceu no hotel Samir Amis, em Damasco, organizado pela oposição interna) objetivando mobilizar forças e coordenar posições. Diferenças ideológicas e políticas, assim como diferenças nos interesses prevalecem. Algumas forças de oposição no exterior trabalham duro para ganhar apoio internacional e de forças colonialistas.

- Até agora, os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha estão liderando a campanha internacional de ameaças e incitamento contra o regime Sírio, buscando impor mais e mais pacotes e sanções, especialmente pelo Conselho de Segurança da ONU e outros organismos internacionais; Rússia e China continuam se opondo à imposição de tais sanções e procedimentos. A Turquia escolheu uma postura oportunista que se move de acordo com as eleições internas e seus interesses regionais. Há uma maioria internacional se opondo às medidas militares diretas contra a Síria, como aconteceu na Líbia, para que a Liga Árabe e o Conselho de Segurança da ONU não adotem resoluções que preparem o caminho para a agressão. O conflito em torno desta questão é feroz.

- Exceto pelo Qatar, que tem um papel vital e importante nesta conspiração contra a Síria, existem diferentes pontos de vista e posições no mundo árabe no que diz respeito à situação no país.

- Dia a dia, a situação econômica se deteriora, a pressão nas condições de vida das massas aumenta.

- O regime é coeso e tem grandes potencialidades de superar a crise. Cinco meses antes do estouro dos eventos, nenhuma das instituições básicas (o partido, o exército, a segurança, as instituições de estado, embaixadas, organizações populares, sindicatos, a Frente Progressista Nacional...) haviam experimentado qualquer divisão.

Certamente, o cenário não é estático e deve ser visto de acordo com suas dinâmicas, variações e desenvolvimento diário.

Possíveis cenários:

- A crise deve continuar por um longo período, levando para mais calamidades e derramamento de sangue;

- Uma movimentação que leve para uma anarquia geral, uma guerra civil ou algo similar, pavimentando o caminho para uma intervenção externa;

- Uma aparente divisão na oposição pode acontecer, fazendo com que parte dela queira iniciar um sério diálogo com o regime para alcançar um novo contrato social no país;

- Colocar um fim nas diferentes abordagens e “imobilidade” no que diz respeito às forças do regime.

Há dois possíveis resultados: mover-se em direção a uma solução política para o fim da crise, factível e firme, ou continuar tratando a crise apenas como uma questão de segurança a todo custo.

É difícil prever a maneira pela qual uma decisiva solução é possível.

- Alguns fatos inesperados podem acontecer, forçando todos os partidos a se comprometerem, ou aceitarem, um acordo imposto por forças externas para ajudar o país a encontrar um caminho para fora do túnel.

Onde está o partido agora?

Para começar, gostaríamos de sublinhar o fato de o nosso partido ter enviado uma mensagem ao comando do partido Al-Baa’th, na véspera de sua décima Conferencia, em 2005. Nosso partido reivindicava a separação entre o estado e o partido governista, garantias de democracia e liberdades, regulamentos de emergência, a adoção de uma lei democrática para partidos, liberdade de expressão e libertação de prisioneiros políticos, o fim da hegemonia do partido Al-Baa’th em sindicatos, combate à corrupção etc.

Mas gostaríamos de adicionar que o partido afirmou, em todos os documentos divulgados nos últimos meses, que apoiamos a postura da Síria nas questões internacionais.

Para materializar este desejo, as necessidades sociais, econômicas e democráticas das massas populares devem ser inter-relacionadas. Nós discutimos essas questões detalhadamente nas nossas conferências e documentos.

Nas suas análises da profunda e atual crise do nosso país, nosso partido esclareceu que a principal contradição está entre a fórmula política usada para regular o país por diversas décadas e as demandas pelo desenvolvimento democrático, social, econômico e cultural, necessárias para a sociedade Síria.

O conteúdo do nosso ponto de vista é que a fórmula política está baseada no monopólio da autoridade do partido Al-Baa׳th, que administra o movimento popular e suas organizações. Esta fórmula leva à decadência, à burocracia e à corrupção da máquina de estado. Conseqüentemente, os planos de reforma econômica e social precisam ser reconsiderados para serem atualizados com as exigências do progresso.

Nosso partido acredita que a essência da atual crise é a desproporção entre a estrutura do regime e os objetivos da Síria. Ao mesmo tempo, o partido tem enfatizado que o inimigo e as forças imperialistas têm se aproveitado destas distorções internas para fomentar o nível da conspiração contra a Síria e usá-las como um cavalo de Tróia para servir aos seus já conhecidos objetivos, como mencionado anteriormente.

Conseqüentemente, o Partido Comunista Sírio (Unificado) não está neutro no que se refere à alternativa necessária, por um lado, e os meios necessários para alcançar esse objetivo, por outro lado.

Solução política e continuidade de uma reforma real e radical constituem o único caminho para a saída da crise. Os procedimentos de repressão ajudam a aumentar os componentes da crise e a esvaziar o conteúdo das reformas necessárias.

A atual situação, afirmamos, requer um diálogo construtivo e fiel com todas as forças honestas e patrióticas, independente das diferenças de opinião ou pontos de vista, com o propósito de alcançar um acordo ou uma reforma radical que sirva às necessidades das massas populares e garanta a criação de um estado laico civil e democrático que se oponha aos planos imperialistas e israelenses na região.

Mas o diálogo pressupõe um clima adequado; sem ele, a intransigência só poderá levar a mais derramamento de sangue, mais destruição para o país e mais sofrimento para a população.

Queridos camaradas:

Devido à fraqueza da imprensa popular de massa na Síria na confrontação com a grande mídia do imperialismo, à mobilização das forças reacionárias por todo o mundo contra a Síria, além de seus fantoches na região - incluindo a Turquia, que adotou uma política pragmática para lutar pela hegemonia frente aos países orientais - devido a tudo isso, nosso partido deseja que todos os partidos comunistas, de trabalhadores e democráticos no mundo nos ajudem a divulgar amplamente esses esclarecimentos junto à opinião pública de seus países.

Ainda mais, pedimos para que esses partidos se solidarizem com a Síria porque este é o país mais importante do Mundo Árabe que resiste aos planos imperialistas de dominar o Oriente Médio, se opondo firmemente ao plano americano-Israelense de fragmentar a área em diversas entidades sectárias fáceis de serem controladas. A Síria apóia, inclusive, a resistência nacional Palestina, Libanesa e Iraquiana. Ainda mais, apóia o direito do povo Palestino de libertar seu território e estabelecer um estado nacional com Jerusalém como sua capital.

Damasco: 17/9/2011

Hunein Nemer

Primeiro Secretário do Partido Comunista Sírio (unificado)

http://www.syrcomparty.org/index.php?nid=121

Postado: http://pcb.org.br/portal/

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A guerra ao terror é uma falsificação

por Paul Craig Roberts

Na década passada, Washington matou, mutilou, deslocou e tornou viúvas e órfãos milhões de muçulmanos em seis países, tudo em nome da "guerra ao terror". Os ataques de Washington a outros países constituem agressão nua e impactam primariamente populações civis e infraestrutura – e, por isso, constituem crimes de guerra segundo a lei. Nazis foram executados precisamente pelo que Washington está hoje a fazer.

Além disso, as guerras e ataques militarem custaram aos contribuintes americanos em prejuízos e custos a serem incorridos no futuro pelo menos 4 milhões de milhões de dólares – um terço da dívida pública acumulada – o que resultou numa crise do défice dos EUA que ameaça a segurança social, o valor do US dólar e o seu papel de divisa de reserva, enquanto enriquece para além de tudo o já visto na história o complexo militar/segurança e seus apologistas.

Talvez o mais elevado custo da "guerra ao terror" de Washington tenha sido pago pela Constituição dos Estados Unidos e as suas liberdades civis. Qualquer cidadão dos EUA que Washington acuse é privado de todos os direitos legais e constitucionais. Os regimes Bush-Cheney-Obama arruinaram a maior conquista da humanidade – a responsabilidade do governo perante a lei.

Se olharmos em torno para o terror de que a polícia de estado e uma década de guerra alegadamente nos protegeu, o terror é difícil de descobrir. Excepto para o próprio 11/Set, assumindo que aceitamos a improvável teoria conspirativa do governo, não houve ataques terroristas nos EUA. Na verdade, como destacou o RT em 23/Agosto/2011, um programa de investigação da Universidade da Califórnia descobriu que as "tramas de terror" interno publicitadas nos media foram preparadas por agentes do FBI. http://rt.com/usa/news/fbi-terror-report-plot-365-899/

O número de agentes encobertos do FBI agora ascende a 15 mil, dez vezes o número existente durante os protestos contra a guerra do Vietname quando manifestantes eram acusados de simpatias comunistas. Como aparentemente não há conspirações reais de terror para esta enorme força de trabalho descobrir, o FBI justifica seu orçamento, alertas de terror e buscas invasivas de cidadãos americanos criando "tramas de terror" e descobrindo alguns indivíduos dementes para capturar. Exemplo: a trama da bomba no Metro de Washington DC, a trama do metro na cidade de Nova York, a trama para explodir a Sears Tower em Chicago foram todos estratagemas organizados e geridos por agentes do FBI.

O RT informa que apenas três destas tramas podem ter sido independentes do FBI, mas como nenhuma das três funcionou elas obviamente não foram obra de uma organização profissional de terror como se pretende que seja a Al Qaeda. O carro bomba na Times Square não explodiu e aparentemente não podia ter explodido.

O mais recente laço armado pelo FBI é um homem de Boston, Rezwan Ferdaus, o qual é acusado de planear atacar o Pentágono e o Capitólio dos EUA com modelos de aviões carregados com explosivos C-4. O Promotor dos EUA, Carmen Ortiz, assegurou aos americanos que eles nunca estiveram em perigo porque os agentes encobertos do FBI estavam a controlar a trama. usatoday.com/news/washington/story/2011-09-28/DC-terrorist-plot-drone/50593792/1

A trama de Ferdaus organizada pelo FBI para explodir o Pentágono e o Capitólio com modelos de aviões provocou acusações de que ele proporcionou "apoio material a uma organização terrorista" e conspirou para destruir edifícios federais – a acusação mais grave, a qual implica 20 anos de aprisionamento por cada edifício alvejado.

Qual é a organização terrorista a que serve Ferdaus? Certamente não a al Qaeda, a qual alegadamente passou a perna a todos os 16 serviços de inteligência, todos os serviços de inteligência dos EUA, NATO, israelenses, NORAD, o National Security Council, Air Traffic Control, Dick Cheney e a segurança de aeroportos estado-unidenses quatro vezes em uma hora na mesma manhã. Uma organização de terror tão altamente capaz não estaria envolvida numa trama tão sem sentido como explodir o Pentágono com um modelo de avião.

Como um americano que esteve no serviço público durante anos e que sempre defendeu a Constituição, um dever patriótico, devo esperar que a pergunta já tenha disparado nas cabeças dos leitores: por que esperam que acreditemos que um pequeno avião modelo seja capaz de explodir o Pentágono quando um avião 757 carregado com jet fuel foi incapaz de efectuar a tarefa, fazendo meramente um buraco não suficientemente grande para um avião de carreira.

Quando observo a credulidade dos meus concidadãos para com as absurdas "tramas de terror" que o governo dos EUA fabrica, isso leva-me a perceber que o medo é a mais poderosa arma que tem qualquer governo para avançar uma agenda não declarada. Se Ferdaus for levado a julgamento, não há dúvida de que um júri o condenará por uma trama para explodir o Pentágono e o Capitólio com aviões modelo. Mais provavelmente ele será torturado ou coagido a um acordo de cooperação (plea bargain).

Aparentemente, os americanos, ou a maior parte deles, estão tão dominados pelo medo que não sofrem remorsos pelo facto de o "seu" governo assassinar e deslocar milhões de pessoas inocentes. Na mente americana, mil milhões de "cabeças de pano" (towel-heads) foram reduzidas a terroristas que merecem ser exterminados. Os EUA estão no caminho de um holocausto que tornam os terrores dos judeus face ao nacional-socialismo um mero precursor.

Pense acerca disto: Não será admirável que após uma década (2,5 vezes a extensão da II Guerra Mundial) de matança de muçulmanos, de destruição de famílias e das suas perspectivas em seis países não haja eventos terroristas reais nos EUA?

Pense por um minuto quão fácil seria o terrorismo nos EUA se houvesse quaisquer terroristas. Será que um terrorista da Al Qaeda, a organização que alegadamente conseguiu o 11/Set – a mais humilhante derrota sofrida por uma potência ocidental, ainda mais "a única superpotência do mundo" – mesmo face a toda a filtragem ainda estaria a tentar sequestrar ou explodir um avião?

Certamente não quando há tantos alvos fáceis. Se a América estivesse realmente infectada por uma "ameaça terrorista", um terrorista simplesmente entraria nas maciças filas de espera da "segurança" de aeroportos e largaria ali a sua bomba. Isso mataria muito mais pessoas do que poderia ser alcançado explodindo um avião e tornaria completamente claro que "segurança de aeroporto" não significa que o mesmo seja seguro.

Seria uma brincadeira de criança para terroristas explodir subestações eléctricas pois ninguém está ali, nada excepto um cadeado na cerca de arame. Seria fácil para terroristas explodirem centros comerciais. Seria fácil para terroristas despejarem caixas de pregos em ruas congestionadas e auto-estradas durante horas de ponta, interrompendo o tráfego de artérias importantes durante dias.

Antes, caro leitor, de me acusar de dar ideias terroristas, pensa realmente que elas já não teriam ocorrido a terroristas capazes de executar o 11/Set?

Mas nada acontece. Então o FBI prende um rapaz por planear explodir a América com modelos de aviões. É realmente deprimente [verificar] quantos americanos acreditarão nisto.

Considere também que neoconservadores americanos, os quais orquestraram a "guerra ao terror", não tem seja o que for de protecção e que a protecção do Serviço Secreto de Bush e Cheney é mínima. Se a América realmente enfrentasse uma ameaça terrorista, especialmente uma tão profissional como a que executou o 11/Set, todo neoconservador juntamente com Bush e Cheney podiam ser assassinados dentro uma hora numa manha ou numa noite.

O facto de neoconservadores tais como Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Condi Rice, Richard Perle, Douglas Feith, John Bolton, William Kristol, Libby, Addington, et. al., viverem desprotegidos e livres do medo é prova de que a América não enfrenta ameaça terrorista.

Pense agora acerca da trama do sapato-bomba, da trama do champô engarrafado e da trama da bomba nas cuecas. Peritos, outros que não as prostitutas contratadas pelo governo estado-unidense, dizem que tais tramas não têm sentido. O "sapato-bomba" e a "bomba nas cuecas" eram fogos de artifício coloridos incapazes de explodir uma lata de comida. A bomba líquida, alegadamente misturada na toilete de um avião, foi considerada pelos peritos como fantasia.

Qual a finalidade destas tramas falsas? E recorde que todas as informações confirmam que a "bomba nas cuecas" foi trazido para dentro do avião por um oficial, apesar do facto de o "bombista de cuecas" não ter passaporte. Nenhuma investigação foi efectuada pelo FBI, CIA ou quem quer que seja quanto à razão porque foi permitido um passageiro sem passaporte num voo internacional.

A finalidade destas pretensas tramas é despertar o nível de medo e criar oportunidade para o ex czar da Homeland Security, Michael Chertoff, ganhar uma fortuna a vender porno-scanners à Transportation Security Administration (TSA).

O resultado destes publicitadas "tramas terroristas" é que todo cidadão americano, mesmo com altas posições no governo e certificados de segurança, não podem embarcar num voo comercial sem tirar os sapatos, o casaco, o cinto, submeter-se a um porno-scanner ou ser sexualmente apalpado. Nada podia tornar as coisas mais simples do que uma "segurança de aeroporto" que não pode distinguir um terrorista muçulmano de um entusiástico patriota americano, de um senador, de um general da Marinha ou de um operacional da CIA.

Se um passageiro precisa por razões de saúde ou outras quantidades de líquidos e cremes para além dos limites impostos à pasta de dente, champô, alimentos ou medicamentos, ele deve obter previamente autorização da TSA, a qual raramente funciona. Um dos mais admiráveis momentos da América é o caso, documentado no UTube, de uma mulher moribunda numa cadeira de rodas, que exige alimentação especial, tendo o seu alimento jogado fora pela gestapo TSA apesar da aprovação escrita da Transportation Safety Administration, com a sua filha presa por protestar e a mulher moribunda abandonada sozinha no aeroporto.

Isto é a América de hoje. Estes assaltos a cidadãos inocentes são justificados pela extrema-direita estúpida como "protegendo-nos contra o terrorismo", uma "ameaça" que toda evidência mostra que não é existente.

Nenhum americano hoje está seguro. Sou um antigo associado da equipe do subcomité da House Defense Appropriations. Requeria altas autorizações (clearances) de segurança pois tenho acesso a informação respeitante a todos os programas americanos de armas. Como economista chefe do House Budget Committee tenho informação respeitante aos orçamentos militares e de segurança dos EUA. Quando secretário assistente do Tesouro dos EUA, era-me fornecida toda manhã o relatório da CIA ao Presidente bem como infindável informação de segurança.

Quando deixei o Tesouro, o Presidente Reagan nomeou-me para um comité super-secreto destinado a investigar a avaliação da CIA da capacidade soviética. Resumindo, eu era consultor do Pentágono. Tinha toda espécie de autorização de segurança.

Apesar do meu registo das mais altas autorizações de segurança e da confiança do governo dos EUA em mim, incluindo confirmação pelo Senado numa nomeação presidencial, a polícia aérea não pode distinguir-me de um terrorista.

Se eu brincasse com modelismo de aviões ou comparecesse a manifestações anti-guerra, há pouca dúvida de que também seria preso.

Após o meu serviço público no último quartel do século XX, experimentei durante a primeira década do século XXI todas as conquistas da América, apesar das suas falhas, serem apagadas. No seu lugar foi erigido um monstruoso desejo de hegemonia e de riqueza altamente concentrada. A maior parte dos meus amigos e concidadãos em geral são capazes de reconhecer a transformação da América num estado policial belicista que tem a pior distribuição de rendimento de qualquer país desenvolvido.

É extraordinário que tantos cidadãos americanos, cidadãos da única superpotência do mundo, realmente acreditem que estão a ser ameaçados por povos muçulmanos que não têm unidade, nem marinha, nem força aérea, nem armas nucleares, nem mísseis capazes de cruzar os oceanos.

Na verdade, grandes percentagens destas "populações ameaçadoras", especialmente entre os jovens, estão enamoradas da liberdade sexual que existe na América. Mesmo os iranianos tolos da "Revolução Verde" orquestrada pela CIA esqueceram o derrube por Washington na década de 1950 do seu governo eleito. Apesar de uma década de acções militares abusivas contra povos muçulmanos, muitos muçulmanos ainda olham para a América para a sua salvação.

Seus "líderes" são simplesmente subornados com grandes somas de dinheiro.

Com a "ameaça terrorista" e a Al Qaeda esvaziada com o alegado assassínio pelo presidente Obama do seu líder, Osama bin Laden, o qual fora deixado desprotegido e desarmado pela sua "organização terrorista de âmbito mundial", Washington produziu um novo bicho-papão – os Haqqanis.

Segundo John Glaser e anónimo responsáveis da CIA, o presidente do US Joint Chiefs of Staff, Mike Mullen, "exagerou" o caso contra o grupo insurgente Haqqani quando afirmou, determinando uma invasão estado-unidense do Paquistão, que os Hagganis eram um braço operacional do serviço secreto do governo do Paquistão, o ISI. O almirante Mullen está agora a afastar-se do seu "exagero", um eufemismo para uma mentira. Seu ajudante, capitão John Kirby, disse que as acusações de Mullen foram destinadas a influenciar os paquistaneses a romper a Rede Haqqani". Por outras palavras, os paquistaneses deveriam matar mais gente do seu próprio povo para salvar os americanos de perturbações.

Se não sabe o que é a Rede Haqqani, não fique surpreendido. Você nunca ouviu falar da Al Qaeda antes do 11/Set. O governo dos EUA cria não importa a que seja de novos bicho-papão e são necessários incidentes para proover a agenda neoconservadora de hegemonia mundial e de lucros mais altos para a indústria de armamentos.

Durante dez anos, a população da "superpotência" americana sentou aí, sendo apavorada pelas mentiras do governo. Enquanto americanos assentam no medo de "terroristas" não existentes, milhões de pessoas em seis países tiveram suas vidas destruídas. Tanto quanto existe de evidência, a vasta maioria dos americanos não está perturbada pelo assassínio desumano de outras pessoas em países que não são capazes de localizar nos mapas.

Realmente, a Amerika é uma luz para o mundo, um exemplo para todos.


30/Setembro/2011

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=26866

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .