quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ollanta Humala reprime violentamente manifestação dos mineiros peruanos




O governo peruano declarou estado de emergência no sul da província de Espinar com o objetivo de frear os protestos dos mineiros contra a mineiradoras na região do altiplano, que já se estende por mais de  sete dias.

O estado de emergência  foi imposto depois que duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridos nos confrontos causados pelo polêmico cobre  da mina de Tinaya.

O estado de emergência dá ao Exército um poder especial e suspende as liberdades civis, incluindo a liberdade de reunião.

Os manifestantes na província de Espinar afirmam que a mina de Tinaya, de propriedade da empresa Suíça Xstrata Copper plc, está contaminando, em particular, o abastecimento de água local.
 
Os trabalhadores interronperam  o trabalho na mina há uma semana, sob o argumento da  contaminação de  dois rios, afirmação  que rejeita a mineradora Xstrata.

O estado de emergência é o segundo decretado pelo governo por conta dos protestos dos trabalhadores contra as empresas de  mineração, em seis meses.


Em Dezembro de 2011, o governo instituiu estado de emergência no norte do Estado de Cajamarca para por fim aos protestos violentos contra o projeto mineiro de ouro de Conga no valor de 4,8 milhões de dólares.

Os manifestantes denunciavam que o projeto teria um impacto ambiental muito negativo. No entanto, Presidente Ollanta Humala disse que o plano iria beneficiar todo o país.

Pelo menos 10 pessoas morreram em confrontos com a polícia nos conflitosrelacionados às mineradoras desde que Humala assumiu o cargo em julho de 2011. Mais de 174 pessoas também foram assassinadas  em protestos semelhantes durante o governo de seu antecessor, Alan Garcia.

A mineração de ouro, cobre, prata e outros minerais representa 60% das receitas de exportação do país.
Depósitos de ouro do Peru tem um valor estimado em US $ 15 milhões de dólares.



Fonte: Web sites
http://www1.almanar.com.lb/

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"A opção salvadorenha para a Síria" : Esquadrões da morte promovidos pelos EUA-NATO integram as "forças da oposição"

por Michel Chossudovsky




Modelado nas operações encobertas dos EUA na América Central, a "Opção salvadorenha para o Iraque", iniciada pelo Pentágono em 2004 foi executada sob o comando do embaixador dos EUA no Iraque John Negroponte (2004-2005) em conjunto com Robert Stephen Ford, que em Janeiro de 2011 foi nomeado embaixador dos EUA na Síria, menos de dois meses antes de começar a insurgência armada contra o governo de Bashar Al Assad.

"A opção salvadorenha" é um "modelo terrorista" de assassinatos em massa por esquadrões da morte patrocinados pelos EUA. Ela foi aplicada primeiramente em El Salvador, no auge da resistência contra a ditadura militar, resultando em cerca de 75 mil mortes.

John Negroponte foi embaixador dos EUA em Honduras de 1981 a 1985. Como embaixador em Tegucigalpa ele desempenhou um papel chave no apoio e supervisão dos mercenários Contra nicaraguenses que estavam baseados em Honduras. Os ataques além fronteiras dos Contra, na Nicarágua, ceifaram cerca de 50 mil vidas civis.



Em 2004, John Negroponte foi nomeado embaixador dos EUA no Iraque, com um mandato muito específico.

A opção salvadorenha para a Síria: O papel central do embaixador estado-unidense
 Robert S. Ford

O embaixador estado-unidense na Síria (nomeado em Janeiro de 2011), Robert Stephen Ford, fez parte da equipe de Negroponte na Embaixada dos EUA em Bagdad (2004-2005). A "Opção salvadorenha" para o Iraque estabeleceu as bases para o lançamento da insurgência na Síria, em Março de 2011, a qual começou na fronteira Sul, na cidade de Daraa.


Em relação a acontecimentos recentes, as matanças e atrocidades cometidas que resultaram em mais de 100 mortes incluindo 35 crianças na cidade fronteiriça de Houla, em 27 de Maio, eles foram, com toda a probabilidade, executados sob o que pode ser descrito como uma "Opção salvadorenha para a Síria".

"À medida que a informação goteja de Houla, Síria, próxima à cidade de Homs e da fronteira sírio-libanesa, torna-se claro que o governo sírio não foi responsável por bombardear até à morte cerca de 32 crianças e seus pais, como é periodicamente afirmado e negado pelos media ocidentais e mesmo a própria ONU. Parece, ao invés, que havia esquadrões da morte em quarteirões próximos – acusados por "activistas" anti-governo como sendo "bandidos pro regime" ou "milícias" e pelo governo sírio como trabalho de terroristas Al Qaeda ligados a intrusos estrangeiros". (Ver Tony Cartalucci, Syrian Government Blamed for Atrocities Committed by US Sponsored Deaths Squads , Global Research, May 28, 2012)

O embaixador Robert S. Ford foi despachado para Damasco no fim de Janeiro de 2011 no momento do movimento de protesto no Egipto. (O autor estava em Damasco em 27/Janeiro/2011 quando o enviado de Washington apresentou as suas credenciais ao governo Al Assad).


No princípio da minha visita à Síria, em Janeiro de 2011, reflecti sobre o significado desta nomeação diplomática e o papel que poderia desempenhar num processo encoberto de desestabilização política. Não previ, contudo, que esta agenda de desestabilização seria implementada dentro de menos de dois meses a seguir à posse de Robert S. Ford como embaixador dos EUA na Síria.
O restabelecimento de um embaixador dos EUA em Damasco, mas mais especificamente a escolha de Robert S. Ford como embaixador dos EUA, dá azo a um relacionamento directo com o início da insurgência integrada por esquadrões da morte em meados de Março de 2011, contra o governo de Bashar al Assad.

Robert S. Ford era o homem para este trabalho. Como "Número Dois" na embaixada do EUA em Bagdad (2004-2005) sob o comando do embaixador John D. Negroponte, ele desempenhou um papel chave na implementação da "Opção salvadorenha no Iraque" do Pentágono. Esta consistiu em apoiar esquadrões da morte e forças paramilitares iraquianas modeladas na experiência da América Central.

Desde a sua chegada a Damasco no fim de Janeiro de 2011 até ser chamado de volta a Washington em Outubro de 2011, o embaixador Robert S. Ford desempenhou um papel central em preparar o terreno dentro da Síria bem como em estabelecer contactos grupos da oposição. A embaixada do EUA foi a seguir encerrada em Fevereiro. Ford também desempenhou um papel no recrutamento de mercenários Mujahideen junto a países árabes vizinhos e na sua integração dentro das "forças de oposição" sírias. Desde a sua partida de Damasco, Ford continua a supervisionar o projecto Síria fora do Departamento de Estado dos EUA.

"Como embaixador dos Estados Unidos junto à Síria – uma posição que o secretário de Estado e o presidente estão a manter-me – trabalharei com colegas em Washington para apoiar uma transição pacífica para o povo sírio. Nós e nossos parceiros internacionais esperamos ver uma transição que estenda a mão e inclua todas as comunidades da Síria e que dê a todos os sírios esperança de um futuro melhor. O meu ano na Síria diz-me que uma tal transição é possível, mas não quando um lado inicia constantemente ataques contra pessoas que se abrigam nos seus lares". ( US Embassy in Syria Facebook page )


"Transição pacífica para o povo sírio"? O embaixador Robert S. Ford não é um diplomata vulgar. Ele foi o representante dos EUA em Janeiro de 2004 na cidade xiita de Najaf, no Iraque. Najaf era a fortaleza do exército Mahdi. Poucos meses depois ele foi nomeado o "Homem Número Dois" (Ministro Conselheiro para Assuntos Políticos) na embaixada dos EUA em Bagdad no princípio do mandato de John Negroponte como embaixador no Iraque (Junho 2004 – Abril 2005). Ford a seguir serviu sob o sucessor de Negroponte, Zalmay Khalilzad, antes da sua nomeação como embaixador na Argélia em 2006.


O mandato de Robert S. Ford como "Número Dois" sob o comando do embaixador Negroponte era coordenar fora da embaixada o apoio encoberto a esquadrões da morte e grupos paramilitares no Iraque tendo em vista fomentar a violência sectária e enfraquecer o movimento de resistência.

John Negroponte e Robert S. Ford, na embaixada dos EUA, trabalhavam em estreita colaboração no projecto do Pentágono. Dois outros responsáveis da embaixada, nomeadamente Henry Ensher (vice de Ford) e um responsável mais jovem na secção política, Jeffrey Beals, desempenharam um papel importante na equipe "conversando com um conjunto de iraquianos, incluindo extremistas". (Ver The New Yorker, March 26, 2007). Outro actor individual chave na equipe de Negroponte era James Franklin Jeffrey, embaixador dos EUA na Albânia (2002-2004).

Vale a pena notar que o recém nomeado chefe da CIA nomeado por Obama, general David Petraeus, desempenhou um papel chave na organização do apoio encoberto a forças rebeldes da Síria, na infiltração da inteligência síria e nas forças armadas.

Petraeus desempenhou um papel chave na Opção salvadorenha do Iraque. Ele dirigiu o programa "Contra-insurgência" do Comando Multinacional de Segurança de Transição em Bagdad em 2004 em coordenação com John Negroponte e Robert S. Ford na Embaixada dos EUA.


A CIA está a supervisionar operações encobertas na Síria. Em meados de Março, o general David Petraeus encontrou-se com seu confrades da inteligência em Ancara, para discutir apoio turco ao Free Syrian Army (FSA) ( CIA Chief Discusses Syria, Iraq With Turkish PM , RTT News, March 14, 2012)

David Petraeus, o chefe da CIA, efectuou reuniões com altos oficiais turcos ontem e em 12 de Março, soube o Hürriyet Daily News. Petraeus encontrou-se ontem com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoðan e seu confrade turco, Hakan Fidan, chefe da Organização de Inteligência Nacional (MIT), no dia anterior.

Um responsável da Embaixada dos EUA disse que responsáveis turcos e americanos discutiram "muito frutuosamente as mais prementes questões da cooperação na região para o próximos meses". Responsáveis turcos disseram que Erdoðan e Petraeus trocaram pontos de vista sobre a crise síria e o combate anti-terror. ( CIA chief visits Turkey to discuss Syria and counter-terrorism
Atlantic Council , March 14, 2012)


28/Maio/2012
Ver também:
Dr Bashar Al-Ja’afari’s Press Conference at the UN (resposta do embaixador da Síria à declaração da ONU acerca do massacre de Hula)

Phony ‘Houla Massacre’: How Media Manipulates Public Opinion For Regime Change in Syria

SYRIA: Guardian's Houla Massacre Propaganda Stunt Uses "Little Kid". Another case of reckless journalism aimed at selling war

O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=31096
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

terça-feira, 29 de maio de 2012

Obama concede "medalha da liberdade" ao carniceiro de Qana





O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenciona conceder a Medalha Presidencial da liberdade (Presidential Medal of Freedom) ao Presidente de Israel, Shimon Peres, em uma cerimônia especial.

Washington não anunciou oficialmente a data da cerimônia, dedicada à adjudicação desta medalha, mas o jornal Yediot Aharonot informou que o Presidente dos Estados Unidos irá convidar Peres à Casa Branca em 13 de Junho.

Em poucos dias, Barack Obama renderá tributo a "moralidade exemplar" de Shimon Peres, anunciou o Presidente dos Estados Unidos.

No entanto, quando Peres foi primeiro-ministro de Israel, ele foi responsável por um dos mais sangrentos massacres no Mundo Árabe: o bombardeio pelo exército israelense em abril de 1996 de um campo de refugiados da ONU em Qana, no sul do Líbano. Esta ação causou mais de 100 mortes, quase que exclusivamente de mulheres, crianças e idosos.

Cabe ressaltar que a Medalha Presidencial da Liberdade (Presidential Medal of Freedom) se concede às pessoas, norteamericanos ou não, que hajam "contribuído para a segurança ou  interesses nacionais dos EUA, ou realizado importantes aportes no campo da paz."

Em resposta, um membro do Bureau político do Hamas condenou a decisão do Presidente dos EUA. "Esta decisão reflete plenamente  o  apoio dos EUA ao regime israelense em detrimento do povo palestino e seus direitos legítimos," disse Izzat Rechak.
http://www3.almanar.com.lb/spanish/adetails.php?eid=15989&frid=24&seccatid=25&cid=24&fromval=1
 

Siria: O Movimento do Futuro abriga os terroristas da Al Qaida




O embaixador da Síria na ONU, BasharYaafari , disse que algumas regiões do Líbano tornaram-se um santuário para os membros da organização terrorista Al Qaeda e a Irmandade Muçulmana síria, grupos que procuram minar a segurança da Síria e dos seus cidadãos e sabotar o plano de paz Annan.


Em uma carta dirigida às Nações Unidas e seu secretário-geral, Ban Ki Moon, em nome do seu país, Yaafari disse que " os escritórios das organizações de caridade dirigidas por grupos salafíes e pelo Movimento do Futuro, nas áreas de fronteira com a Síria, tornaram-se um refúgio para os terroristas da Al-Qaeda e para a Irmandade Muçulmana. "Eles se infiltram na Síria, cometem seus atentados terroristas e, em seguida, retornam aoLíbano para refugiar-se nestes escritórios"  revelou.


"Os Combatentes feridos são atendidos nos hospitais e centros de saúde que pertencem ao Movimento do Futuro , que contam com o financiamento de alguns países como a Arábia Saudita e o Qatar," .

Nesta carta, o delegado sírio das ONU denuncia a presença de " uns 50 terroristas na região de Qalamun, em Tripoli, sob a direção de Jalid el Tenk, Jalid  Hamza e Zacchariya el Jauli." Estes últimos possuem cartões que têm o selo das Nações Unidas e que os utilizam para  passar através dos postos de verificação do Exército libanês, transportando diversos tipos de armas. "Alguns terroristas facilitam a infiltração destes últimos no território sírio para cometer atentados".

Nesta carta, Yaafari também revela que foram construídos depósitos de armas em algumas áreas de fronteira no norte do Líbano. "Essas armas chegam ao Líbano ilegalmente, seja por mar ou  por dispositivos de certos países sob o pretexto de levar ajuda humanitária ao povo sírio", Recorda, também, dos dois navios transportando armas e que foram apreendidas no porto de Yunieh, no norte do Líbano.

Bashar o Yaafari finalmente fez um apelo as Nações Unidas a adotar  todas as medidas necessárias para pôr termo a essas operações e responsabilizar todos os implicados, incluindo os países que fornecem armas e facilitam a entrada de terroristas na Síria.

Fonte: AFP
21/05/2012 - Atualização 15:22 21-05-2012 - 15:22 21/05/2012 - 15:22

Beirute: Mortos e feridos no ataque do Movimento do Futuro dirigido por Saad Hariri




A tensão no norte do Líbano à noite de domingo degenerou-se  em violentos confrontos em Beirute. Duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas quando os membros do Movimento do Futuro, liderado por Saad Hariri, atacaram com metralhadoras e foguetes RPG os escritório do Partido da Corrente Árabe.

Os confrontos em Tarik Al-Jdideh eclodiram às três da manhã em Beirute Ocidental, onde o partido tem a sua sede, de acordo com o responsável pelo  serviço de segurança.

O edifício foi queimado por completo  e tinha marcas de balas. O mesmo se aplica aos carros e dezenas de motocicletas, estacionadas próximo ao local.

Os partidários do Movimento do Futuro exigiam a saída do Partido da Corrente Árabe do bairro de Shaker Berjyui. O partido deixou seu escritório em torno de meia-noite.


Na tarde de domingo, o Exército abriu fogo contra o comboio do Sheikh Ahmad Abdel Wahed e um companheiro, apoiantes dos grupos que estão atuando na Síria, que não haviam  parado no controle da região de Akkar (Norte). Uma fonte dos serviços de segurança disse que se havia  iniciado uma investigação afim de esclarecer as circunstâncias deste incidente.

Ruas bloqueadas

Em protesto, apoiantes do Movimento do Futuro bloquearam, no domingo,  várias estradas com queima de pneus. No entanto, a maioria dessas barricadas  foi reaberta pelas Forças desegurança e pelo Exército libanês.

Refúgio de Trípoli da oposição armada sírio

Citando fontes da segurança, o jornal libanês Al Ajbar revelou que a cidade de Trípoli tornou-se refúgio dos grupos armados sírios  . De acordo com estas fontes, os líderes dos grupos armados circulam livremente pela cidade e têm a missão  de controlar o tráfego de armas à Síria.

Source: Diversos
22/05/2012 - 15 Última actualização 22-05-2012 - 15:24 22/05/2012 -
A equipe de Web site do Al Manar

Navios russos na costa Síria



Um navio de suprimento russo regressou nesta segunda-feira ao seu porto de Sebastopol (base da frota russa no mar negro na Ucrânia) depois de concluir sua missão na Síria, disse o Estado Maior da frota.


"O Iman tem reabastecimento o patruleiro Smetlivy e aos navios de reconhecimento Kildine e Ekvator",  depois de ter viajado 3.500 milhas náuticas em três meses, disse um oficial da frota, citado pela Agência de notícias Interfax.

O petroleiro Iman chegou no início de Março ao Porto sírio de Tartus, "para garantir o reabastecimento de combustível aos navios da frota do mar Negro e do Norte, que fornece segurança no Golfo de Aden", disse o Ministro russo da Defesa.

A base naval em Tartus é  a única que a Rússia  tem no mar Mediterrâneo.

Na semana passada, a  Rússia renunciou a enviar à Síria, o cruzeiro lança míssil Moskva para substituir o Smetlivy, motivado pela situação  política na Síria, informou a mídia russa, citando fontes militares.


Um mês antes, uma alta fonte militar disse que a Rússia decidiu implantar sua frota "permanentemente" sobre a costa da Síria.

Esta fonte disse que o patrulheiro Smetlivy, que depende da frota russa no mar Negro, iria ser substituído em maio por um ou mais navios.


A equipe de Web site do Al Manar

Fonte: agências

29/05/2012 - 2010 Última actualização 17:21 29-05-2012 - 17:20 29/05/2012 - 17:20

População Síria vai às ruas em apoio à luta contra o terrorismo







Manifestações de apoio às ações do governo sírio para enfrentar grupos terroristas foram  realizadas hoje em várias cidades, uma emergência expressada nas últimas semanas pela população local.

Durante uma plantão nacional chamado  "Firmes  podemos desafiar o terrorismo", na Praça do al Hijaz, em Damasco, centenas de pessoas manifestaram sua firme condenação aos grupos violentos e a total rejeição a qualquer ingerência estrangeira nos assuntos internos a sua soberana nação .

Os manifestantes, entre os quais uma delegação libanêsa, gritavam slogans em apoio ao Exército sírio, destacando seu sacrifício por  "preservar a dignidade e o orgulho" do país.

Vários manifestantes disseram Prensa Latina que o ato público é a maior prova da unidade do povo  e de sua disposição e prontidão para lutar contra os conspiradores e a adversidade que cria a  agressão externa.

Eles também salientaram a decisão de se manter firmes e apoiar o processo de reformas do governo do Presidente Bashar Al Assad e salientaram  a sua confiança na direção do país para superar a crise.


No entanto,  como parte do enfrentamento às  gangues armadas, dois membros das forças da ordem pública  morreram em um combate com um desses grupos na cidade de Khan Shekhoun, na província de Idleb, 320 km noroeste de Damasco. Na cidade de Yisser al Shougur, um capitão do Exército morreu atingido por disparos em confronto com um grupo que tentava plantar uma bomba em um edifício público da cidade.


As autoridades da província  disseram que no confronto armado, as gangues utilizartam mísseis antiblindados e lançafoguetes RPG.

Prensa Latina

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A ilusão da "unidade de esquerda" e a mentira do "governo de esquerda"


ENTRE DUAS ÁRDUAS BATALHAS


 
por KKE [*] -  Partido Comunista Grego

A Grécia continua a atrair a atenção de trabalhadores de muitos países de todo o mundo, considerando as novas e crucialmente importantes eleições parlamentares, as quais serão efectuadas a 17 de Junho, pois nenhum dos três partidos que receberam maior número de votos pôde forma uma coligação de governo. De particular interesse, a julgar pelos artigos relevantes em jornais, revistas e sítios web comunistas e progressistas, estão os resultados das eleições recentes bem como a linha política traçada pelo Partido Comunista da Grécia (KKE), o qual ficou na linha de fogo de vários analistas neste período. Mas vamos começar pelo começo.

Sobre o resultado das eleições de 6 de Maio

As eleições de 6 de Maio criaram um novo cenário político, pois os três partidos, os quais haviam governado juntos apoiando a linha política anti-povo do capital e da União Europeia (UE), tombaram nas eleições. Especificamente:

O PASOK social-democrata congregou apenas 833.529 votos ou 13,2%, uma queda sem precedentes de -2.170.013 votos e -30,8%.

O ND conservador recebeu 1.192.054 votos ou 18,9%, uma queda de -1.103.665 votos ou -14,6%

O LAOS nacionalista não pôde alcançar o limiar dos 3% para entrar no Parlamento, recebendo 183.466 votos ou 2,9%, uma queda de -202.739 votos ou -1,6%.

Ao mesmo tempo, contudo, a mudança do cenário político não significa uma viragem pois as forças que apoiam a linha política da "UE como caminho único" foram as principais beneficiárias da cólera dos trabalhadores. E assim, a grande maioria dos eleitores dos partidos burgueses foi dispersa em formações políticas relacionadas ideologicamente. Especificamente.

O SYRIZA, que é uma aliança de forças oportunistas, o qual abandonou o KKE a partir de posições de "direita" (nas divisões do Partido em 1968 e 1991) e ao qual em anos recentes aderiram forças do PASOK social-democrata, reuniu 1.061.265 votos ou 16,8%, um aumento de +745.600 ou +12,2%.

A Esquerda Democrática, uma dissidência do SYRIZA, que também absorveu antigos deputados e responsáveis do PASOK, reuniu 386.116 votos ou 6,1%.

Um grande número de votos também foi dirigido a partidos reaccionários e nacionalistas como os "Gregos independentes", os quais emergiram da ND e receberam 670.596 votos ou 10,6% e o nazi-fascista "Aurora Dourada", o qual recebeu 440.894 votos ou 7%.

Além disso, cerca de 20% do eleitorado votou por dúzias de partidos que participaram nas eleições mas não puderam romper a barreira dos 3%.

O KKE teve um pequeno aumento nesta última eleição. Especificamente, recebeu 536.072 votos ou 8,5%, ou seja, +18.823 votos ou +1%. O KKE elegeu 26 deputados (dos 300 no Parlamento), 5 mais do que tinha anteriormente. Nos bairros da classe trabalhadora o KKE recebeu quase o dobro da sua percentagem média. Na verdade, em uma das 56 regiões eleitorais (Samos-Ikaria) o KKE alcançou o primeiro lugar com 24,7%.

O CC do KKE chegou a certas conclusões iniciais sobre o resultado eleitoral. Ele menciona na sua declaração, entre outras coisas: "o CC saúda os milhares de trabalhadores e trabalhadores e desempregados que apreciaram a militância, firmeza e a clareza verídica das palavras do KKE, a militância e a generosidade dos comunistas e o apoiaram na urna eleitoral, independentemente do seu nível de acordo com a sua proposta política geral. Uma grande secção dos trabalhadores bem como uma secção dos eleitores do partido, sob a pressão do exacerbamento dos problemas populares, dos slogans enganosos referentes à renegociação do memorando [1] e o alívio imediato para os trabalhadores, não puderam entender e compenetrar-se da diferença entre um governo e o poder real". Mas, como é observado pelo CC do KKE: "a proposta política do KKE em relação à luta pelo poder da classe trabalhadora encontrar-se-á no âmago do povo no próximo período, pois a diferença entre um governo e o poder real do poder tornar-se-á ainda mais clara, bem como a proposta geral referente a questões imediatas da sobrevivência do povo e o poder popular da classe trabalhadora. Deste ponto de vista a actividade político eleitoral do KKE em harmonia com a sua estratégia, como é adequado, constitui um legado importante para os próximos anos".

Sobre o SYRIZA

Certos media internacionais burgueses, que apresentam o SYRIZA como o "vencedor" das eleições de 6 de Maio, não exploraram para além do seu título: "Coligação da Esquerda Radical" e chegaram à conclusão de que é uma esquerda radical ou mesmo um partido comunista. Naturalmente, isto não tem base na realidade. A força central dentro do SYRIZA é o partido "Coligação da Esquerda" (SYN), o qual tem um programa social-democrata. Em 1992 ele votou pelo Tratado de Maastricht no Parlamento grego e é um apoiante da União Europeia imperialista, que acredita poder ser melhorada. Ele aderiu à campanha anti-comunista contra a URSS e os outros países socialistas que conhecemos no século XX. O SYN é membro da presidência do chamado "Partido de Esquerda Europeu" (PEE), o qual é um instrumento da UE para erradicar as características comunistas dos PCs nos países da UE.

Junto ao SYN há forças que entraram no SYRIZA vindas do PASOK social-democrata, bem como vários grupos mais pequenos da ultra-esquerda de matiz trotsquista e antigos grupos "maoistas" mutados, os quais acrescentam "tempero" político a esta "comida" basicamente social-democrata e anti-comunista. Um objectivo básico desta formação particular é a redução da influência eleitoral, sindical e política do KKE. Há numerosos exemplos ao longo da última década do carácter anti-KKE desta formação política. Em dúzias de sindicatos, federações sectoriais e centros de trabalho (conselhos sindicais locais), as forças do SYRIZA cooperaram e formaram alianças eleitorais com forças do PASOK a fim de impedir a eleição de delegados comunistas aos organismos sindicais superiores. O SYRIZA é o inimigo jurado da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), a qual é uma junção de sindicatos com orientação de classe. As forças do SYRIZA colaboraram abertamente com forças do governo e patronais nos corpos dirigentes das confederações sindicais comprometidas no sector privado (GSEE) e no sector público (ADEDY). Em muitos casos eles têm uma posição semelhante em eleições locais. Um exemplo particularmente característico foi a posição nas eleições municipais de 2010 em Ikaria. O KKE tem influência eleitoral significativa nesta ilha, a qual antigamente foi um lugar de exílio para comunistas. Nas eleições de 2010 o SYRIZA colaborou com o PASOK social-democrata, a ND liberal e o LAOS nacionalista a fim de que a ilha não elegesse um presidente comunista para a municipalidade. Assim, o candidato do KKE recebeu 49,5% dos votos e a municipalidade foi ganha pela aliança anti-KKE por umas poucas centenas de votos.

Hoje o SYRIZA tenta atacar o KKE com propostas de conveniência política relativas à chamada "unidade da esquerda", numa tentativa de que o KKE apague secções inteiras do seu programa, que apague os seus princípios e aceite a política de administrar o sistema capitalista, a qual é a proposta do SYRIZA.

Com base nisto, o mínimo que podíamos dizer é que a posição de certos PCs não foi responsável, os quais apressaram-se a saudar a ascensão eleitoral desta formação oportunista e anti-comunista em nome do aumento eleitoral da "esquerda", sem conhecer a situação real na Grécia. Eles saudaram um inimigo jurado do KKE, um inimigo cuja participação na coligação governamental dos apoiantes da UE foi proposta pelo presidente dos industriais gregos.

A ilusão da "unidade de esquerda" e a mentira do "governo de esquerda"

Muitos trabalhadores politizados, de vários países da Europa e do mundo, colocam esta pergunta: Por que o KKE não faz alguns compromissos? Por que insiste ele na sua linha política de congregar forças sociais, que queiram lutar contra os monopólios, contra o capitalismo, contra as uniões imperialistas, pelo poder da classe trabalhadora e não apoia a linha política da "unidade da esquerda", a luta para corrigir a realidade capitalista e a UE, com colaboração política e/ou governamental com outras forças "de esquerda" e sociais-democratas, como têm feito outros PCs na Europa?

Para começar, o KKE desde há algum tempo tem esclarecido que os significados de "esquerda" e "direita" não reflectem a situação política de hoje. O termo "esquerda" hoje podia ser utilizado para descrever o secretário-geral da NATO ou primeiro-ministro de um país que está a conduzir uma guerra imperialista e a executar medidas anti-trabalhadores e anti-povo a expensas dos trabalhadores do seu país. O Partido Comunista não é simplesmente um "partido de esquerda", mas o partido que luta pelo derrube do capitalismo, a construção da nova sociedade socialista-comunista. É este caminho, esta linha de luta que pode provocar ganhos e não o reverso!

Como a história tem demonstrado, reformas, a luta para "corrigir" o sistema capitalista, para embotar as medidas anti-povo mais extremas, o que é aquilo em que se centram as forças oportunistas-sociais-democratas, nunca levou ao derrube do capitalismo em lado nenhum. Ao contrário! Em muitas ocasiões esta abordagem levou à consolidação do capitalismo, por meio da criação de ilusões entre milhões de trabalhadores de que o capitalismo alegadamente pode ser humanizado; que hoje o Banco Central Europeu pode ser transformado de uma ferramenta do capitalismo numa... organização caritativa que concederá empréstimos livres de juros ou que a União Europeia pode ser transformada de uma união que serve o capital numa "união dos povos", como afirmam o SYN/SYRIZA e o ELP.

Esta é a razão porque o KKE promove sua proposta política num estilo abrangente, o qual especializou para as eleições de 6 de Maio no slogan: "Fora da UE, com o poder popular e cancelamento unilateral da dívida".

Neste sentido, o KKE permanece firmemente orientado para o marxismo-leninismo. Como escreveu Lenine: "O proletariado está a combater, e continuará a combater, para destruir o antigo regime. A este fim dirigirá toda a sua propaganda e agitação e todos os seus esforços para organizar e mobilizar as massas. Se falhar em destruir o antigo regime completamente, este aproveitar-se-á mesmo da sua destruição parcial. Mas nunca advogará a destruição parcial, pintando isto em cores róseas, ou apelará ao povo para apoiá-lo. O apoio real numa luta genuína é dado que se esforçam pelo máximo (alcançado algo menos no caso de fracasso) e não àqueles que oportunisticamente restringem os objectivos da luta antes do combate" [2]

O KKE rejeitou a ideia de formar um "governo de esquerda", o qual manterá a Grécia na UE e na NATO deixando intactas as relações capitalistas de produção, e que alegadamente será capaz de implementar uma administração deste sistema em favor do povo. No partido está a lutar pelo desenvolvimento da luta de classe, da consciência política dos trabalhadores, pela sua libertação da influência dos partidos burgueses e suas construções ideológicas e pela formação de uma aliança social, a qual defenderá os interesses dos trabalhadores e procurará também desembaraçar o país de intervenções imperialistas e também colocará a questão do poder.

Objectivo: A redução da influência do KKE e sua assimilação dentro do sistema!

A recusa do KKE em submeter-se a formações "de esquerda" ou mesmo a um governo "de esquerda" está a ser atacada pelos seus inimigos e "amigos", os quais directa ou indirectamente apelam ao KKE para que se "una" a outras forças "de esquerda". Os PCs que estão na presidência do PEE seguem esta linha. Houve também alguns ataques um tanto brutos de vários grupos trotsquistas que são mais bem conhecidos no exterior do que no nosso próprio país, os quais caracterizaram o KKE como sectário e dogmático.

Como é possível para o KKE mobilizar centenas de milhares de pessoas na Grécia, com a linha da luta de classe, se o partido é sectário? Como é possível, por exemplo, para a Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) mobilizar dúzias de sindicatos de primeiro nível, federações sindicais e centros de trabalho os quais representam centenas de milhares de trabalhadores?

Deveríamos notar aqui que o PAME, como pólo com orientação de classe no trabalho e movimento sindical, reúne 8 federações sectoriais, 13 centros de trabalho, centenas de primeiro nível e uniões sectoriais, com 850 mil membros. Além disso, o PAME também opera em sindicatos onde as forças com orientação de classe não estão em maioria. Por exemplo, o PAME é a segunda força numa série de federações sectoriais (tais como a federação no sector turístico e de catering e na Federação dos Metalúrgicos) bem como nos dois maiores centros de trabalho do país (Atenas e Salónica).

Como é possível para o Agrupamento pan-helénico anti-monopólio dos auto-empregados (PASEVE) organizar milhares de pessoas auto-empregadas, que entendem a necessidade de entrarem em conflito com os monopólios? Como é possível para milhares de agricultores pobres, através das suas associações e seus comités, serem inspirados pela luta do Agrupamento Militante de Todos os Agricultores (PASY) contra a Política Agrícola Comum da UE? Como é possível para mulheres e milhares de estudantes, que pertencem à classe trabalhadora e estratos populares, entrarem na luta no quadro das reivindicações e iniciativas da Federação das Mulheres Gregas (OGE) e da Frente de Luta dos Estudantes (MAS)? Os membros e quadros do KKE desempenham um papel de liderança em todas estas organizações sócio-políticas sem esconderem a sua identidade.

Eles acusam o KKE de estar "isolado", ou mesmo de ser "dogmático" e "sectário" devido à sua rejeição de um "governo de esquerda" ou devido ao facto de que a sua percentagem nas eleições não aumenta tão rapidamente quanto aquela da formação social-democrata SYRIZA. Estas acusações contra o KKE não se sustentam. Deveríamos recordar que 2,5 anos atrás o PASOK, o outro partido social-democrata, recebeu 44% enquanto desta vez recebeu apenas 13%. Este declínio, o qual verificou em condições de fluidez política promoveu o SYRIZA, a sua mais estreita conexão ideológica. Ainda assim, um partido revolucionário, como o KKE, não é julgado exclusivamente pela sua percentagem em eleições.

Nosso partido acumulou imensa experiência histórica em relação à política de cooperação! Ele conduziu a luta anti-fascista de uma ampla frente armada que deu uma enorme contribuição para a luta popular. No entanto, naquele período o partido não conseguiu constituir uma estratégia para a transformação da luta anti-fascista numa luta para o derrube do poder burguês. Durante as décadas de 1950 e 1980 o KKE constituiu alianças "de esquerda". O KKE extraiu conclusões valiosa da sua experiência em relação à política de alianças e não pretende repetir erros semelhantes.

Mas por que estão eles a atacar o KKE? Naturalmente estão irritados pela significativa actividade internacional do KKE para a reconstrução do movimento comunista internacional na base do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário. Além disso, a Reuniões Internacionais de Partidos Comunistas e Operários bem como as outras iniciativas comunistas internacionais começaram em Atenas. Mas o mais importante é que o KKE é um partido com raízes fortes na classe trabalhadora, com experiência significativa em lutas de trabalhadores e populares, um partido que se recusa a abandonar seus princípios, um partido que se recusa a tornar-se a "cauda" da social-democracia, um partido que não se submete à UE e à NATO. Neste ponto citamos um comentário de um artigo publicado no bem conhecido jornal francês Le Monde Diplomatique: "o objectivo secreto e a vontade de toda a gente de esquerda na Grécia é dissolver o Partido Comunista e remodelá-lo numa nova base e dar à esquerda grega a sua posição adequada na sociedade". Por outras palavras, desacreditar o KKE e transformá-lo, como certos outros partidos comunistas mutados da Europa, num "álibi comunista" da social-democracia para a gestão da barbárie capitalista.

O nosso próprio objectivo é frustrar os seus planos! Preservar e fortalecer o KKE. Apesar da pressão exercida sobre o nosso partido há vários sinais encorajadores a mostrar que o KKE demonstrar-se-á um osso duro de roer. Dez dias após as eleições de 6 de Maio verificaram-se as eleições estudantis na Grécia. As listas apoiadas pela Juventude Comunista da Grécia tiveram 16% [dos votos] em Institutos Educacionais Tecnológicos (IET) e 14% nas universidades, um aumento em comparação com o ano passado. As listas do SYRIZA, ao contrário, alcançaram uma baixa votação com 2,3% em IET e 6,9% em universidades.

Face-lift do sistema burguês

O KKE tem advertido o povo grego de que a classe burguesa está a preparar uma cirurgia plástica da cara (face-lift) do cenário político a fim de preservar o seu poder. A razão é que ela não pode administrar o sistema político na base da rotação de um partido conservador (ND) e um social-democrata (PASOK) no poder como tem feito desde 1974, após a queda da ditadura militar. O sistema burguês procura livrar-se de partidos e pessoas que se desmascararam aos olhos do povo de uma vez por todas. Sob estas condições o SYRIZA, o qual tem um programa social-democrata, colheu benefícios nas eleições ao propalar mentiras flagrantes, tanto antes como durante o período eleitoral, promovendo ilusões as quais na essência afirmam que poder haver um futuro melhor para os trabalhadores sem um conflito com os monopólios e as uniões imperialistas. Eis porque ele arca com enormes responsabilidades em relação ao povo!

O KKE urge o povo trabalhador a perceber que esta cirurgia plástica nada tem a ver com a satisfação das necessidades actuais do povo. Mesmo o assim chamado "governo de esquerda" é um bote salva-vidas furado para o povo trabalhador que tem sido sufocado pelos impasses do sistema capitalista.

O povo não deve ser aprisionado em falsos dilemas

Na batalha eleitoral de 17 de Junho os partidos burgueses e o oportunismo promovem novos dilemas enganosos, os quais serão utilizados no período seguinte a fim de aprisionar o povo, reduzir a resistência das massas radicais às pressões exercidas sobre elas, bem como a influência do KKE nas eleições. O KKE não esconde o facto de que esta batalha será particularmente difícil para os comunistas!
A fim de tornar claro de que espécie de falsos dilemas estamos a falar permita-nos examinar alguns deles:

1. Euro ou dracma?

Um dos falsos dilemas é a acusação do ND contra o SYRIZA argumentando que a sua política leva o país para fora do euro e que isto seria catastrófico para o povo trabalhador. O SYRIZA responde que o custo da saída da Grécia do euro seria imenso para os outros países da Eurozona e por essa razão nunca se verificará.

É claro que na realidade, considerando que a crise capitalista grega está em progresso, não podemos excluir, dados os cenários que já estão a ser discutidos, a contracção da Eurozona através da expulsão da Grécia e de outros países ou através de uma desvalorização interno do euro no nosso país. Consequentemente as chantagens da UE e do FMI são reais e a resposta não pode ser a complacência que o SYRIZA promove.

Contudo, deveríamos notar que todos os partidos excepto o KKE, isto é, ND, SYRIZA, PASOK e Esquerda Democrática estão a disputar sobre quem é o mais competente para manter o país no euro. Cada partido está a acusar o outro de levar a Grécia à dracma com a sua política. Todos eles têm como objectivo impor à consciência do povo o falso dilema "euro ou dracma" a fim de esconder o facto de que têm a mesma estratégia porque são partidos comprometidos com a UE. Ele conclamam o povo a votar e lutar sob falsas bandeiras, contrários aos seus interesses na linha falsa "dentro ou fora do euro" quando todos os partidos – excepto o KKE – estão a dizer dentro da UE e do euro. Tanto com o euro como com a dracma o povo será empobrecido.

O KKE conclama o povo a ultrapassar este dilema. Ele não deveria aceitar a escolha de com qual divisa eles medirão a sua pobreza, bem como as reduções no seu rendimento e pensões, os impostos, as despesas médicas e as mensalidades escolares. O dilema "euro ou dracma" é o outro lado da moeda da intimidação referente a bancarrota descontrolada que já é um facto para a esmagadora maioria do povo. Eles querem que povo seja aprisionado nos dilemas falsos de modo a poderem chantageá-lo quando quiserem aprovar leis anti-povo, dizendo-lhe para optar entre as medidas bárbaras e o retorno ao dracma o qual identificam com caos e miséria. Ao mesmo tempo, há secções da plutocracia, tanto na Grécia como fora dela, que procuram um retorno ao dracma. Isto lhes permitiria fazerem mais lucros para si próprios e a burguesia como um todo do que fazem agora nas condições da assimilação do país dentro do euro. O povo em bancarrota não fará qualquer progresso com o euro ou com o dracma enquanto monopólios dirigirem a produção, enquanto o país permanecer na UE e enquanto a burguesia permanecer no poder. A única resposta para o dilema "euro ou dracma" do ponto de vista dos interesses do povo é: desligamento da UE com poder popular e cancelamento unilateral da dívida. Não é preciso dizer que neste caso o país terá a sua própria divisa.

2. Solução grega ou europeia?

Todos eles estão a falar acerca de uma solução europeia da crise na Grécia e referem-se a negociações com os organismos da UE para uma solução abrangente para o problema da dívida que também afectará a Grécia. Todos os partidos gregos, excepto o KKE, saúdam a eleição de Hollande na presidência francesa, a qual, afirmam eles, porá um fim ao duo anti-povo "Mercozy". Eles também falam acerca de consultas com a UE sobre medidas de desenvolvimento, subsidiando os grandes negócios de modo a que possam fazer investimentos.

As suas tácticas procuram esconder que aqueles que são os principais responsáveis pelo sofrimento do povo não estão em Bruxelas mas dentro do país. É a burguesa, o patronato que possui os meios de produção, isto é, os navios, os escritórios, os serviços no nosso país. A participação da Grécia na Eurozona, baseada em decisões dos partidos da plutocracia, serve os seus interesses. É provocativo apresentar a UE como um terreno onde possa ser encontra uma saída da crise favorável ao povo. Foi a UE quem elaborou o memorando juntamente com os governos nacionais e o FMI. É a UE que tem como estratégia a "UE 2020" e o Tratado de Maastricht, isto é, a fonte de todas as medidas anti-trabalho e anti-povo com ou sem memorando. Eles dizem que mesmo o mais ligeiro alívio das medidas é uma matéria de negociações dentro da UE que se esforça por assegurar para os seus monopólios uma saída da crise a expensas dos povos. Eles urgem a vítima e esperar uma solução do opressor, numa Eurozona que está a afundar-se ainda mais profundamente na crise e a tornar-se ainda mais reaccionária, dadas as rivalidades dentro da UE mas também entre a UE os outros centros imperialistas.

O SYRIZA também arca com uma enorme responsabilidade pois procura uma renegociação da estratégia do memorando colocando o movimento sobre gelo e promovendo uma posição de "esperar e ver" até que as negociações do "governo de esquerda" que ele sonha com os parceiros da UE apresente resultados. Ao mesmo tempo, fala acerca de "coesão social", acerca de "paz social" que será imposta por um "governo de esquerda", isto é, calando as lutas dos trabalhadores e do povo num período em que elas têm de ser escaladas e radicalizadas contra a plutocracia nacional e os partidos que o servem ou apoiam através da intimidação e de ilusões.

O KKE revela ao povo que é necessário ter um movimento popular e dos trabalhadores que lutará pela ruptura e o derrube das opções do capital e da UE e promova a coordenação a nível europeu não através de negociações mas através do fortalecimento do movimento do povo e dos trabalhadores na sua luta contra a UE, na linha da ruptura.

3. Austeridade ou desenvolvimento?

Numa Europa capitalista soçobrando na crise os governos procuram "desenvolvimento", nomeadamente a saída do capital da UE da crise. Na Grécia os partidos pró UE querelam sobre a proporção de austeridade e desenvolvimento incluídos na sua política. Eles procuram esconder que o caminho capitalista de desenvolvimento implica austeridade nas condições da drástica competição capitalista e de agudas contradições inter-imperialistas. As medidas de "consolidação fiscal" tomadas numa série de países, com ou sem memorando, em nome da necessidade de criar um excedente nos orçamento do estado a fim de proporcionar subsídios ao capital também estão servido esse desenvolvimento. Além disso, as "mudanças estruturais" são promovidas na Grécia e por toda a Europa também em nome do desenvolvimento e incluem principalmente a abolição da segurança social e dos direitos do trabalho a fim de tornar a força de trabalho mais barata para o capital. A privatização e a liberalização de mercados que proporcionem novos campos lucrativos para a plutocracia também objectivam o desenvolvimento, esmagando pequenos negócios e os auto-empregados. Consequentemente, tudo é feito para o desenvolvimento o qual devido à sua natureza capitalista está ao serviço unicamente de medidas anti-povo que surgem ou como medidas de austeridade ou como "mudanças estruturais" ou como salvamentos para os grandes negócios. No período anterior os governos burgueses na Eurozona afrouxaram ou intensificaram as medidas numa ou noutra direcção a fim de regular as contradições entre si bem como o aprofundamento da crise.

O KKE nota que a saída em favor do povo não está na administração da crise com ferramentas expansivas ou restritivas pelo pessoal político do capital nos organismos da UE. Ela está na organização da luta a um nível nacional, por um diferente caminho de desenvolvimento o qual desenvolverá todo o potencial de produção do país em favor do povo baseado no poder do povo, o desligamento da UE e a socialização dos meios de produção.

4. "Direita" ou "esquerda", "pró memorando" ou "anti-memorando"


Estes são dilemas que tomarão uma nova forma de dois pólos, centro-direita e centro-esquerda. Os dilemas acima mencionados, primariamente com a responsabilidade do SYRIZA, marginalizam e obscurecem as contradições reais dentro da Grécia e da UE. O dilema artificial "memorando – anti-memorando" é utilizado pela burguesia e os oportunistas a fim de esconder que o seu denominador comum é a "UE como caminho único", nomeadamente o alinhamento com a estratégia do capital. Independentemente das suas diferentes tácticas estas forças "ala direita", "ala esquerda", "pró memorando", "anti-memorando" estão a zombar dos trabalhadores, dos extractos populares, quando lhes dizem que pode haver uma solução em favor do povo dentro da UE. A ND, o PASOK, os Gregos Independente, o SYRIZA, a Esquerda Democrática e as outras forças não têm um programa que entre em conflito ou pelo menos desafie o poder dos monopólios. Os termos que eles utiliza, nomeadamente "desenvolvimento", "redistribuição da riqueza", "auditoria da dívida", "solução europeia" escondem os interesses de classe contraditórios que existem na Grécia e na UE, isto é, o facto de que enquanto houver propriedade capitalista sobre os meios de produção não pode haver qualquer prosperidade para os extractos populares. O memorando é o topo do iceberg da estratégia da UE a qual distribui medidas anti-povo em todos os estados membros. Grécia, Irlanda, Portugal, Hungria, Roménia contrataram acordos de empréstimos ao contrário da Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca e a Grã-Bretanha que não participa na Eurozona. Mas o assalto do capital é comum a todos os países e inclui cortes em salários, relações de trabalho flexíveis, aumento das idades de reforma, privatizações de serviços públicos, comercialização da saúde, educação, cultura, desporto e a pauperização relativa e absoluta dos trabalhadores. Mesmo que possamos livrar-nos do memorando na Grécia as medidas anti-povo continuarão, de facto intensificar-se-ão na medida em que o capital e o seu poder não sejam derrubados porque isto foi estabelecido pelas linhas directivas estratégicas da UE as quais foram ou assinadas ou apoiadas pelos partidos burgueses e SYN7SYRIZA.

A questão real que o povo terá de responder e que emergirá mais intensamente no próximo período é a seguinte: a Grécia e o povo trabalhador independente e desligados dos compromissos europeus ou uma Grécia assimilada dentro da UE? Poderá o povo ser o mestre da riqueza que produz ou terá de ser escravo nas fábricas e negócios dos capitalistas? Será que o povo estará organizado e desempenhará um papel condutor nos desenvolvimentos ou estará o movimento pronto para a contagem e à espera de que aqueles que fazem vítimas resolvam os seus problemas como seus representantes? O KKE tem uma posição claríssima. O facto de que todas as suas previsões e avaliações tenham sido confirmadas é mais uma razão para o povo nele confiar e lutar ao seu lado.

Na batalha eleitoral que vem aí há uma necessidade de solidariedade internacional constante com o nosso partido a ser expressa de um modo maciço! Os comunistas gregos precisam sentir o apoio, a solidariedade proletária e o espírito de camaradagem dos partidos comunistas e de trabalhadores, das outras forças anti-imperialistas em vista desta dura batalha uma vez que a classe burguesa pretende a redução dos resultados eleitorais do KKE. E a razão é que está preocupado acerca da sua política revolucionária, acerca das suas posições claras em relação às organizações imperialistas, acerca da base sólida do KKE no movimento dos trabalhadores e do povo, nas fábricas, nas empresas, nos bairros populares das grandes cidades. Porque eles não podem subjugar o KKE. Os comunistas, os amigos do KKE, os membros e amigos da KNE combatem nesta batalha, organizados e determinados, declarando ao povo grego e à classe trabalhadora internacional que após as eleições estaremos nos lugares de trabalho, nas cidades e nas zonas rurais ao lado das famílias do povo e dos trabalhadores, na linha de frente da luta respeitante aos problemas do povo, fieis ao compromisso histórico do partido revolucionário, firmes na luta pelo derrube da barbárie capitalista, pelo socialismo-comunismo.

[1] Um acordo de medidas anti-povo assinado pelo governo grego com a UE, FMI e BCE para receber novos empréstimos.

[2] V.I. Lenin "O combate pelo poder e o 'combate' por sopas", volume 11, p 27-31

[*] Artigo da Secção de Relações Internacionais do CC

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2012/2012-05-23-arthro
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
25/Mai/12

quinta-feira, 24 de maio de 2012

LANÇAMENTO AGENDA COLÔMBIA-BRASIL NO RIO DE JANEIRO



ESTAMOS TODOS JUNTOS AJUDANDO NA  CONSTRUÇÃO DA AGENDA COLÔMBIA NO BRASIL, UM ESPAÇO DE TODOS OS  INTERNACIONALISTAS DOS PARTIDOS E DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS .  VENHA PARTICIPAR DESSA CONSTRUÇÃO.
A luta do povo colombiano necessita urgente  de nossa solidariedade internacionalista!

LANÇAMENTO DA AGENDA COLÔMBIA NO RIO DE JANEIRO
QUARTA- FEIRA 30 DE MAIO
Local: Centro Cultural do IAB - Rua Teixeira de freitas, 5 sala 301, Lapa

A Agenda Colômbia-Brasil-Rio de Janeiro com o apoio da Casa da América Latina, Central de movimentos Populares, Centro Brasileiro de Solidariedade dos Povos, Coletivo Socialismo e liberdade – CSOL/PSOL, Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro, Comitê pro-Conselho Patriótico da Colômbia no Brasil, Grupo Tortura Nunca Mais, Instituto de Advogados Brasileiros, Mandato do Vereador Renatinho PSOL-Niterói, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Movimento Sem Terra, Partido Comunista Brasileiro, Partido Socialismo e Liberdade – Niterói, União da Juventude Comunista, Sindicato ADUFRJ, e Visão da Favela Brasil.


Convidamos ao lançamento da Agenda Colômbia-Brasil e a apresentação do movimento Marcha Patriótica da Colômbia, na quarta feira 30 de maio no Centro Cultural do IAB - Rua Teixeira de Freitas nº5, sala 301, Lapa.

18:00 – 18:20h vídeos sobre a Marcha Patriótica

18:20 – 19:30h apresentação da Agenda e da Marcha

19:30 – 20:00h Pronunciamento das organizações que apoiam a Agenda Colômbia-Brasil

20:00 – 20:30h ato artístico

É urgente a solidariedade internacional com o povo colombiano que sofre terrorismo de Estado: 5 milhões de pessoas desterradas forçadamente, 9.500 presos políticos, 250.000 desaparecidos, o 60% de sindicalistas assassinados no mundo, ferramenta paramilitar do Estado e das transnacionais.

O QUE É A AGENDA COLOMBIA

A Agenda Colômbia-Brasil, processo de construção de solidariedade política entre os povos, organizações sociais, movimentos populares e partidos de esquerda do Brasil e da Colômbia, saúda e comemora o lançamento do Movimento Político Marcha Patriótica e a constituição de seu Conselho Patriótico Nacional.


A Agenda Colômbia-Brasil é um espaço social e político que busca tornar visível a realidade colombiana e gerar solidariedade política entre os povos com o objetivo de apoiar as lutas dos colombianos e colombianas, de lutar pelo reconhecimento dos direitos humanos e políticos tanto de pessoas quanto de organizações que se opõem ao caráter excludente do governo, que tem prevalecido ao largo da história do Estado colombiano. Militam pessoas e organizações engajados na bandeira pela solução política do conflito, que já dura mais de 6 décadas e que é consequência das agravantes condições sociais, políticas e econômicas.

Como organização, a Agenda Colômbia-Brasil é autônoma, horizontal, caracterizando-se pela igualdade de gênero, pela direção coletiva e pela formação permanente. Acredita na solidariedade entre os povos e trabalha por ela, principalmente entre os povos da América Latina. Luta contra o imperialismo, a militarização e a violação dos direitos humanos. É francamente favorável à livre determinação dos povos, à paz no mundo, à justiça social, ao fim da impunidade, ao resgate e preservação da memória e, especialmente, à superação da grave situação social e política em que vive o povo colombiano.


A Agenda Colômbia-Brasil faz parte do Movimento Político Marcha Patriótica porque somos homens e mulheres pertencentes ao povo colombiano e que tivemos de sair de nossa Pátria em busca de oportunidades de vida que, na Colômbia, nos são negadas pela adoção de políticas econômicas exploradoras, injustas e excludentes; ou ainda, porque nossas opiniões políticas foram perseguidas pelo Estado e pelos grupos de extrema direita que silenciam e criminalizam o pensamento crítico e qualquer intenção social oposicionista. Somos homens e mulheres que ainda vivem na Colômbia, porém em situação de refugiados, dentro do território nacional, para protegerem suas vidas, pessoas que não só perderam suas terras e outros bens e agora lhes retiram a capacidade de exigir seus direitos mais elementares. Somos homens e mulheres brasileiros que compartilhamos a nossa luta e nossos anseios de transformação do Estado colombiano numa verdadeira democracia, com paz e justiça social, pela liberdade dos povos.

agendacolombiario@gmail.com
agendacolombiabrasil@gmail.com
http://agendacolombiabrasil.blogspot.com.br/
http://www.marchapatriotica.org/

O QUE NÃO TE CONTAM SOBRE A COLÔMBIA - Parte 3


Presos Políticos na Colombia


Por: Azaléia Robles

Existem pelo menos 9.500 presas e presos políticos na Colômbia.

O número alarmante de presos políticos revela a  situação gravíssima de repressão contra o pensamento crítico, contra as reivindicações social e o direito a participação política; situação comparável apenas à situação de violação às liberdades de uma ditadura militar. A solidariedade  internacionalista com o povo colombiano salta como uma exigência de urgência ética.

Os 9.500 presos políticos são parte dos seres humanos cujo silenciamento representa a  outra face das grandes lucros e dos negócios das transnacionais na Colômbia:  são as vozes sindicais enjauladas, o jornalista emudecido, o sociologo neutralizado, os camponeses castigados por organizar e articular processos comunitários de reivindicação agrária,  ambientalistas amordaçadas por lutar em defesa dos rios e da natureza contra a voracidade das multinacionais da mineração ou  da energia , os médicos judicializado por se recusar a tornar a saúde uma mercadoria, os artistas punidos por sua arte com o pensamento crítico e compromisso social, etc.


Dossiê dos presos políticos : http://azalearobles.blogspot.com.br/2011/12/parte-i-colombia-miles-de-presos.html?utm_source=BP_recent

terça-feira, 22 de maio de 2012

OS SENHORES DA GUERRA EM REUNIÃO: A Conferência de Cúpula da OTAN em Chicago será crucial para identificar os participantes e suas estratégias de longo prazo.




19/5/2012, Pepe Escobar, Al-Jazeera**“Chicago: My kind of (NATO) tow"
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Hong Kong, China – É cerco. Fechado. Um anel de aço. Um oceano de policiais de Chicago. O Serviço Secreto. A Guarda Nacional. Quarteirões bloqueados. Cercas de arame farpado. Barreiras de concreto. Uniformes de controle de tumultos (e mais). O prefeito Rahm Emanuel – ex-secretário-geral da Casa Branca e confidente do presidente Obama – demarcou “áreas estratégicas” na cidade. E há “equipes de extração” super preparadas para extrair manifestantes-alvos de onde estejam, em ambiente de “conflito de baixa intensidade”.


E, também, importantíssimo, o LRAD (equipamento acústico de longo alcance) – um canhão de som mais letal que os Metallica em noite ruim, para garantir que “mensagem clara chegue a grandes massas”, segundo o Departamento de Polícia de Chicago. O caminhão LRAD pode ser visto e ouvido no vídeo acima:
O que é isso? Bagdá na “avançada” [surge]? Remake de “Os Irmãos Cara de Pau”, estrelando, o fantasma de John Belushi e Obama, de Aretha Franklin (ou James Brown)?


Não. É a OTAN ocupando Chicago para a 25ª Conferência. Como diria o presidente Obama:
que ninguém se engane. “Estamos em Missão Divina”.

Impensavelmente pensável

Não imune às extrapolações do “conflito de baixa intensidade”, o governo Obama transferiu a reunião do G-8 – que está acontecendo antes da reunião da OTAN – de Chicago para a isolada Camp David. Mesmo assim, haverá protestos. Talvez haja sangue. Porque há ampla consciência, nos EUA [1], de que o G-8 e a OTAN – duas “cúpulas” jamais eleitas e desobrigadas de dar satisfações aos contribuintes – são instrumentos que servem, essencialmente, aos 0,1%.

A Conferência de Chicago ampliará o “Conceito Estratégico” que a OTAN adotou na reunião de Lisboa, em novembro de 2010.

É importante identificar os atores que operam nas coxias. O “conceito” foi concebido por um seleto grupo de sábios (e uma sábia), co-presidido pela ex-secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright e Jeroen van der Veer, presidente da empresa Royal Dutch Shell até junho de 2009.

É a tal simbiose ocidentalocêntrica de empresas/militares/petróleo.

Antes de anunciado esse conceito de OTAN para o Terceiro Milênio, o presidente da empresa Lloyd's de Londres, ex-diretor da gigante francesa de energia, Total, Lord Levene of Portsoken, com o secretário-geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen, caracterizaram a coisa toda como “nova abordagem do gerenciamento de risco”.

Sim, acrescentou Lord Levene, “temos de estar preparados para pensar o impensável” [2].
O “impensável”, segundo a empresa Lloyd's, foi codificado num programa “360 Risk Insight” [360 insights de riscos] e em “Realistic Disaster Scenarios” [Cenários Realistas de Desastres], enquanto a OTAN inventava um projeto “Multiple Futures” [Múltiplos Futuros].

O mundo, pois, pode suspirar aliviado: finalmente, o “impensável” tornou-se pensável, cortesia da empresa Royal Dutch Shell e porção sortida de gente do Big Oil: gigantes do mercado de seguros, como a Lloyd's; a News Corporation de Rupert Murdoch, notoriamente altruísta; marcas de fantasia do mercenariato como DynCorp e Academi (ex-Blackwater); a menina dos olhos de Dick Cheney, Kellogg Brown & Root (KBR); e Halliburton – e, claro, claro, a OTAN.

Permitam-me bombardeá-los com meus valores

A OTAN veio à luz em 1949, como contragolpe, dos EUA contra a Rússia, no tabuleiro de xadrez europeu. A União Soviética implodiu há 21 anos. Mas a OTAN – como os diamantes de James Bond – é eterna. A secretária de estado dos EUA Hillary Clinton já está pensando sobre o século 22.

Mês passado, num convescote Pentágono/OTAN em Norfolk, Virginia, Hillary destacou que o encontro de Chicago “reconhecerá oficialmente as contribuições operacionais, financeiras e políticas de nossos parceiros, numa vasta gama de esforços para defender nossos valores comuns nos Bálcãs, Afeganistão, Oriente Médio e Norte da África” [3].

O currículo da tal “defesa” dos tais “valores comuns” não é lá essas coisas. Depois passar décadas borrando as botas ante o perigo de ser varrido do mapa pelo Exército Vermelho, a OTAN lutou sua primeira guerra na Europa em 1999 – 78 dias de bombardeio unilateral contra a Yugoslávia. Digamos que tenha vencido.

Depois, a OTAN pôs-se a defender o ocidente na intersecção da Ásia Central-Sul da Ásia: no Afeganistão. Passados 11 pantânicos anos, foi indiscutivelmente derrotada por um bando de pashtuns nacionalistas armados com Kalashnikovs e lança-rojões.

Em seguida, lá está a OTAN a bombardear “nossos valores” comuns contra o norte da África, em sua primeira guerra no continente: na Líbia. Não obteve, propriamente dita, vitória alguma: a Líbia está convertida num paraíso para islamistas racistas hardcore, misturado com um inferno de milícias, já devidamente exportado para desgraçados vizinhos, como o Mali.

E a OTAN recusa-se a reconhecer que assassinou muitos milhares de civis na Líbia, naquela missão de R2P – responsabilidade de proteger... civis [4].

Ainda do ponto de vista do Conceito Estratégico, o que interessa é que a OTAN está próxima de fazer do Mar Mediterrâneo um Mare Nostrum remixed, um lago da OTAN (embora ainda haja aquela questão na Síria, a ser resolvida); e está, por toda parte, patrulhando o Mar da Arábia.

Vamos lá, parceiro!

A própria OTAN apresenta Chicago [5] como fórum sobre três principais questões: o “compromisso com o Afeganistão”; “capacidades” para defender a população e o território afegãos” (mesmo que signifique bombardear ou ocupar partes da Ásia Central e da África), tudo isso amarrado sob o título “desafios do século 21”; e a “rede de parceiros em todo o mundo”.

As parcerias da OTAN são como Hidra de muitas cabeças: Parceria pela Paz; Diálogo Mediterrâneo; Iniciativa Istambul de Cooperação; a Força Kosovo; a Operação Escudo Oceânico (no Chifre da África); a Operação Protetor Unificado (na Líbia); a Operação Missão Ativa (no Mediterrâneo), e, até, um gambito no Pacífico: Malásia, Mongólia, Cingapura, Coreia do Sul e Tonga são parceiros da OTAN na “parceria” “Países que fornecem soldados” no Afeganistão.

E há a gargantuesca “Parceria Menu de Cooperação” (com mais de 1.600 possibilidades); o Conselho Rússia-OTAN [Russian-OTAN Council (RNC)]; e algum impulso para arranjar algum tipo de parceria com os países BRICS, das potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – tudo em nome da “segurança num nível global”. Os BRICS não estão exatamente muito entusiasmados.

Elizabeth Sherwood-Randall, diretora de Assuntos Europeus do Conselho Nacional de Segurança [orig. National Security Council (NSC)], e ex-vice-secretária para Rússia, Ucrânia e Eurásia em meados dos anos 1990s, justifica esse emaranhado [6] de “parcerias”, pela necessidade de a OTAN ser “mais mobilizável e deslocável”. Em OTANlíngua: a necessidade de “aumentar a interoperabilidade” da OTAN.

Nada menos que 50 nação são interoperáveis-enredadas no Afeganistão. O Iraque será inevitavelmente anexado à Iniciativa Istambul de Cooperação. A Líbia cairá dentro do Diálogo Mediterrâneo. E o mesmo acontecerá à Síria (mas só depois de o regime sofrer “mudança”).

É o Conceito Estratégico na prática: a expansão da OTAN inflada ao infinito. O plano é construir uma “teia de relacionamentos em volta do mundo”.

Sem surpreender ninguém, esse foi o coração da matéria num grande encontro mês passado, no cavernoso quartel-general da OTAN em Mons, perto de Bruxelas. Imaginem os chefes militares dos 28 estados-membros da OTAN, plus os chefes dos departamentos de Defesa de 22 países não membros da OTAN que mantêm soldados no Afeganistão – o que inclui todo mundo, de Armênia, Bahrain e Geórgia, a Jordânia, Mongólia e Emirados Árabes Unidos.

Bem-vindos à OTAN-Globocop. Esqueçam a ONU. E se você for um dos muitos pequenos parceiros da OTAN, cuidado com o que pedem em troca da parceria. Mais cedo ou mais tarde, o Pentágono e a OTAN – afinal, a OTAN é o braço europeu do Pentágono – vai querer pôr uma base militar em seu país. E o complexo industrial-militar ocidental fará qualquer matança para vender a você todo o tipo de armamento complicado, caro e inútil.

Defesa? Qual o quê! ‘Tava só brincando!

Rasmussen já disse que, em Chicago, a OTAN anunciará que o sistema europeu conjunto EUA-OTAN de interceptação de mísseis já tem “capacidade operacional inicial”. Negócio fabuloso, aliás, para Boeing, Lockheed Martin e Raytheon.

Sherwood-Randall acrescentou que se trata de mísseis de defesa da OTAN “baseado na habilidade para empregar elementos dos EUA sob comando da OTAN”. Tradução: se alguém precisasse disso. Nada significaria, não fosse a pegada do Pentágono (sobretudo, na África, onde o AFRICOM já combateu sua primeira guerra, na Líbia, com um fogo de barragem de Tomahawks, antes de o comando ter passado para a OTAN).

A OTAN distribuiu pela mídia a ideia de que se trataria de “sistema de defesa” da Europa contra os mísseis balísticos transcontinentais da Coreia do Norte ou do Irã. Nada disso. O sistema será incorporado à capacidade do Pentágono para “primeiro ataque”. A inteligência russa sabe muito bem quem está no olho do alvo real.

O tenente-general da reserva Evgeny Buzhinsky, citado por Voice of Russia, pergunta: “Por que gastar centenas de bilhões de dólares, só para interceptar três ou quatro mísseis iranianos? E por que o Irã atacaria a Europa, se 70% de seu comércio externo depende da União Europeia?”

Mas nem todos os alvos da OTAN são definidos com vistas a construir um cerco estratégico em volta da Rússia [7]. Trata-se também de entrar, de corpo inteiro, na Guerra dos Drones. Já flertam com mais uma intervenção “humanitária” – na Síria ou, muito mais fácil, no Mali. O Pentágono gastará apenas $4 bilhões, para modernizar o arsenal nuclear tático instalado na Europa. E há também a batalha, crucial, para controlar o Ártico.

Globocop avança, em alta rotação. Hoje Chicago, amanhã as estrelas. Não há blues de Buddy Guy que dê conta. A canção-tema da OTAN é Over the Rainbow [8].

Notas de rodapé:


[1 Ver em: “Coalition Against NATO/G8 War & Poverty Agenda”
[2] Ver em: “Thinking the Unthinkable: NATO's Global Military Roadmap” (2007) .
[3] Ver em: “Remarks to the World Affairs Council 2012 NATO Conference”
[4] Ver em: “NATO in the Dock on Libya Bombing”
[5] Ver em: “NATO’s 25th summit meeting”
[6] Ver em: “US seeks to modernize NATO, deepen partnerships”
[7] Ver em: “NATO ENCIRCLEMENT OF RUSSIA. The Strategic Role of the "Visegrad Four": Poland, Hungary Czech Republic, Slovakia”
[8] 1939, de Harold Arlen/E.Y. Harburg, cantada por Judy Garland no filme “O mágico de Oz”. Em 2003, cantada por Luiza Possi, foi incorporada à trilha da novela “Chocolate com Pimenta”, da Globo, Br. A seguir uma versão caseira dos Beatles, de 1963. E por aí vai

segunda-feira, 14 de maio de 2012

15 DE MAIO de 1948 – NAKBA - A tragédia palestina ampliada para o Mundo Árabe e a solidariedade da esquerda brasileira






Por Maristela R. Santos Pinheiro

Neste dia, inicia-se, com a fundamental conivência do imperialismo, cujo centro ainda era a Inglaterra, a política de limpeza étnica na Palestina, quando centenas de sionistas armados e organizados em milícias mercenárias entram na Palestina trazendo o terror, a violência e a morte para mais de 675 vilarejos palestinos; milícias assassinas cujos nomes a história jamais esquecerá: Irgun, Stern, Hanagá – esta última deu origem ao atual Exército de Defesa de Israel.

A estratégia de terror adotada na ocupação das terras palestinas para a construção de um Estado Judeu foi deliberadamente planejada tendo em vista os interesses geopolíticos da emergente nação estadunidense, no Mundo Árabe.
“Em 7 de março de 1949, um memorando do chefe do Estado-Maior da Força Aérea norte-americana dirigido ao Estado-Maior conjunto sobre “os interesses estratégicos dos Estados Unidos em Israel” requeria um ajuste nesse sentido: “O equilíbrio dos poderes no Oriente Próximo e no Oriente Médio foi radicalmente alterado. Em troca de seu apoio a Israel, os Estados Unidos podem agora tirar vantagens estratégicas da nova ordem política”. Com base nesses cálculos, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea recomendou que a formação e a cooperação militares fossem reconsideradas e, especialmente, que a influência soviética sobre o novo Estado fosse neutralizada.”.
Veja texto in: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1031&PHPSESSID=7344ed5e82e51d5534f731688bd394681

Já se passaram 64 anos desde maio de 1948, e se lançarmos um olhar histórico para região podemos ver claramente a crescente importância desta “poderosa base militar” para a estratégia dos EUA no Mundo Árabe e seu entorno.

Nesses 64 de Nakba, a tragédia, o genocídio e a ocupação militar, política, cultural e econômica foi reproduzida e ampliada como principal meio de dominação imperialista sobre a região árabe e seu entorno, como o Afeganistão e a Líbia.

Os países cujos governos estão dispostos à cooperação político-militar-econômica tem o apoio irrestrito do sionismo para manter seus povos sob controle ditatorial e não admitem oposição, que a rigor são tratadas como terroristas, ou seja: prisões, torturas e assassinatos seletivos. Caso da Arábia Saudita, Bahrein, Qatar e o Iêmen.

Os Estados que se insurgem contra a dominação imperialista têm suas soberanias destruídas, os Estados desmontados e seus povos dizimados, caso trágico do Iraque; do Afeganistão, desde a Guerra Fria, quando os EUA financiam e armam a Al Qaeda (velhos amigos) e da Líbia destruída pelo exército de mercenários pagos pelo Qatar; acessória britânica e sionista; a Al Qaeda e a poderosa OTAN. Os povos desses países sentem na carne, como nenhum outro, o benefício da R2P , a Responsabilidade Para Protejer , da democracia capitalista!

Com a ajuda da CCG – Conselho de Cooperação do Golfo – entidade que reuni Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã – aliados incondicionais dos EUA e de Israel, países como a França, a Inglaterra, EUA e o Estado sionista introduzem  muitas armas israelenses e grupos mercenários, milícias armadas e assassinas, que investem contra a população civil numa tentativa furiosa de desestabilizar o Estado sírio, conhecido na região pelo seu irrestrito apoio às resistências antiimperialista do Oriente Médio, em particular a da Palestina e do Líbano. Nesses macabros e terríveis episódios de terror contam com a presença marcante da Irmandade Muçulmana  nos bárbaros e explosivos  acontecimentos que ameaçam  e matam a população civil síria e que exigem a intervenção militar imperialista à Síria, sem o menor constrangimento.

Mas, as coisas não estão saindo exatamente como o esperado: O povo sírio se unificou em torno das mudanças democráticas dirigidas pelo governo; tomou para si o destino do país e luta diariamente nas ruas, numa demonstração bravíssima de resistência anti imperialista,  para que seu país não tenha o mesmo desfecho que se deu na Líbia, cuja aliança da OTAN, leia-se países imperialistas, com o fundamentalismo “islamofascista” conseguiu destruir e fragmentar de tal forma o Estado que a vida do seu povo foi reduzida à barbárie.

No Egito, a fim de frear a ofensiva antiimperialista e anti-sionista do povo árabe, essa quadrilha financia e dá suporte político e institucional a dócil e aliada Irmandade Muçulmana, organização pró-ocidental, que concorrerará as eleições através de seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça. Mas na praça Tahrir, símbolo da ofensiva,  a massa incansável segue se organizando em sindicatos independentes e organizações políticas e não desistem apesar de toda repressão. Na Tunísia o grosso do investimento com a mesma finalidade vai para organização Annahda.

A luta não foi vencida, mas tão pouco foi ganha!

Por trás da estratégia de acalmar os ânimos das massas egípcias, está o interesse  de manter o domínio econômico  das grandes corporações multinacionais: bancos, agronegócios, indústrias e os negócios das armas e o domínio político do Egito, importantíssimo para que não se quebre o frágil equilíbrio mantido pelo imperialismo no Mundo Árabe.

O Egito, o coração e a alma do Mundo Árabe; mais de 80 milhões de habitantes; a mais importante classe operária; vizinho da Palestina pela Faixa de Gaza , maior “campo de extermínio” a céu aberto do mundo; vizinho de Israel e dono de uma força militar significativa na região joga um papel determinante na manutenção do status quo.

A intenção do imperialismo/sionismo não se esgota aí, ameaçam chegar até a Pérsia e definir geopoliticamente sua supremacia mundial, abalada pela crise sistêmica que varre o planeta e abala a acumulação do capital, através da rapina das riquezas minerais, no caso o petróleo e da GUERRA que fomentará mais a economia desse sistema que se alimenta e se amplia com o terror.

A situação é muito complexa e envolve inclusive altíssimos investimentos nas ONGs dos Direitos Humanos, a associação destas com o National Endowment for Democracy (NED); ONGs cujos projetos e programas “inofensivos” escondem a colaboração destas com os interesses sionistas, da OTAN e do imperialismo.

Veja o texto “Las organizaciones de derechos humanos fomentan las guerras”
http://ciaramc.org/ciar/boletines/cr_bol394.htm )

Não haverá paz no Mundo Árabe, não haverá justiça social enquanto existir essa poderosa base militar nuclear (Israel) em seu seio, sustentada financeiramente pela burguesia imperialista, pelos grandes grupos coorporativos, pelo capital financeiro e bélico e politicamente pelos Estados Imperialistas, incluindo os da Europa.

Essa compreensão me leva a ousar dizer que a solidariedade internacionalista com a luta do povo palestino deve estar a altura das necessidades dessa nova conjuntura internacional; sendo assim, a defesa da causa palestina, após 64 anos,  não pode mais ser vista de forma isolada, por que verdadeiramente não é solidariedade internacionalista, dessa forma.

A Palestina não é uma ilha fechada com seus problemas políticos internos; ao contrário, 64 anos de ocupação sionista na Palestina significou, na prática, a ampliação da política de terror para outros países árabes, para todo o povo árabe, significou a ampliação da dominação política-econômica-cultural no Mundo Árabe. Da mesma forma, o desfecho da luta no Egito e na Síria, cada qual com suas realidade específicas, afetará diretamente à luta do povo palestino para o bem ou para o mal. São partes da mesma luta, da mesma intifada, da mesma dominação, por isso encerram uma forte relação dialética.

Neste ponto temos um grave problema a superar na esfera da solidariedade internacionalista

As correntes e organizações políticas que transitam nos movimentos sociais e sindicais, comprometidas com a política externa do governo brasileiro, e alinhadas com as posições da Al Fatah, fazem campanhas reproduzindo a falsa discussão da possibilidade dos dois estados
(vide texto “E os palestinos? O que pensam sobre um Estado para todos, Ou, dois Estados. http://old.kaosenlared.net/noticia/palestina-laica-livre-soberana-para-todos  )

Por óbvio, essa discussão no seio da solidariedade internacionalista gerou e gera uma certa tensão, mas, até aqui, não impediu a prática da unidade na ação, toda vez que o movimento de solidariedade brasileiro, em seu conjunto, foi chamado para ir às ruas ou fazer declarações conjuntas. Em diversos momentos, apesar das dificuldades que essa diferença estratégica levanta, o conjunto amplo da esquerda brasileira trabalhou junto na defesa da causa palestina, apesar das diferenças táticas, de nossas filiações partidárias e dos alinhamentos com as organizações políticas árabes/palestinas.

Mas, lamentavelmente, a partir da investida da contra-revolução na Líbia, e em seguida, na Síria, um setor importante da solidariedade internacionalista passa a apoiar abertamente os setores árabes ligados ao imperialismo; a generalizar os levantes numa mesma análise e sob uma mesma bandeira; a ter como base de informações as ONGs, ligadas aos Direitos Humanos; a citar fontes como a Al Jazeera, emissora reconhecidamente comprometida com o “ocidente”; a reconhecer como verdadeiras as informações da Mídia nacional corporativa e, por fim, a fazer um chamado para o envio de armas para os já bem armados grupos mercenários..... É ESTARRECEDOR !!!
Não acreditamos na possibilidade de estarmos do mesmo lado na solidariedade à luta de um povo com grupos que trabalham  para fortalecer  os inimigos desse mesmo povo (e da humanidade) em outro cenário.

Essa não é uma diferença qualquer, a unidade necessária para o bom encaminhamento da solidariedade internacionalista em defesa da causa palestina foi quebrada.

A base segura  da solidariedade internacionalista à luta dos povos requer uma análise marxista aprofundada que se leve em conta todos os elementos da realidade, incluindo as contradições que gera, as posições tiradas destas análises são pautada pelo cenário que mais fortaleça a luta dos trabalhadores , desses povos, por um mundo mais justo, contra o capital.

Sinceramente, não consigo ver no horizonte uma solução capaz de superar esse gravíssimo problema político, mas isso não significa que a esquerda brasileira perdeu o passo do internacionalismo, por sorte,  temos a maioria e importantes forças, organizações sociais e partidos políticos do nosso país firmes e na defesa intransigente da luta do povo palestino e do povo árabe, de caráter antiimperialista e anti-sionista, em particular, me sinto a vontade para citar a atuação dos Comitês de Solidariedade organizados nos Estados.

VIVA A UNIDADE DO POVO SÍRIO CONTRA O IMPERIALISMO!
VIVA A LUTA ANTIIMPERIALISTA  DO POVO EGPCIO!
VIVA A LUTA DO POVO DO BAHREIM CONTRA A DITADURA !
VIVA O HEZBOLLAH !
VIVA A PALESTINA LIVRE!

 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

NABKA : La tragedia Palestina 1948 - 2012

Prisioneiros palestinos fazem 22 dias em greve de fome nos cárceres de Israel


Por causa do total bloqueio da mídia mundial, poucas pessoas no mundo sabem que mais de 1.000 prisioneiros palestinos, nos cárceres de Israel, estão em greve de fome desde 17 de abril,  em protesto contra a ocupação de seu território e a humilhação constante dos seus direitos fundamentais, nas prisões do sionismo.

Os grevistas representam um quarto dos mais de 4.000 prisioneiros políticos palestinos nas prisões israelitas, de acordo com a Secretaria Executiva da Organização de Solidariedade dos povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL), organização que condenou energicamente o tratamento que os prisioneiros estão recebendo nos cárceres  israelitas e responsabilizam Tel Aviv pelas suas vidas e segurança.

De acordo com o OSPAAAL,  "as razões que levaram os prisioneiros palestinos (...) à essa valente  opção de resistência pacífica estão o tratamento  violento a que são cotidianamente submetidos,  as condições desumanas dos sistema prisional israeli, a privação de seus direitos básicos, o encarceramento sem acusação ou processo, a incomunicabilidade com parentes e advogados, o trato degradante que sofrem nos interrogatórios”,  enfim, a violação flagrante dos Direitos Internacionais e dos Direitos Humanos.

O OSPAAAL acredita que " uma rápida e eficaz resposta internacional poderia deter esta escalada de violações à dignidade humana e preservar a vida dos combatentes palestinos presos". Por esta razão, "fez um apelo urgente à solidariedade internacional para que se mobilize e multiplique as iniciativas que contribuam  e ajudem a por fim a genocída política israelita, que neste momento se volta  impiedosamente contra os prisioneiros lutadores," entre os quais se encontra Ahmad Saadat, secretário-geral da Frente Popular para a libertação da Palestina.

A organização Tricontinental reiterou sua solidariedade ao povo palestino e "condenou esta alarmante  violação dos direitos humanos sem paralelo em nossa época", reiterando "o compromisso de seguirmos trabalhando incansavelmente até o fim da ocupação, agressão e se consagre o direito legítimo do povo palestino à sua terra.

Seis prisioneiros em greve de fome correm 
risco de morrer !

A Agência chinesa Xinhua informou terça-feira que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou preocupação com a deterioração da saúde de seis prisioneiros palestinos que estão há mais de 7 semanas em greve de fome nas prisões israelitas. "Exortamos as autoridades prisionais a transferir, sem demora, os seis prisioneiros políticos  para um hospital apropriado para que suas condições de saúde possam  ser monitoradas continuamente e para que possam receber tratamento médico especializado,", disse Juan-Pedro Schaerer, chefe da delegação do CICV em Israel e territórios palestinos.

Os prisioneiros estão em risco iminente de morrer, de acordo com os delegados da Cruz Vermelha e a equipe médica que os visita desde o início da greve de fome. Além disso, Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) "pediu urgentemente", as autoridades israelitas, que permitam aos presos que estão em greve de fome, por longo tempo,receber visitas de seus familiares. "Em circunstâncias tão extremas como esta, permitir o contacto com os familiares se converte em  um imperativo humanitário", disse Schaerer.

Numa expressão típica dos maus-tratos  permanentes aos presos políticos palestinos, os soldados da prisão israelense Negev, no sul dos territórios ocupados, realizaram exaustivos registros, confiscam os pertences pessoais dos prisioneiros e os encerram  em pequenos recipientes de metal, informou no sábado Ma'an news. Inclusive, os prisioneiros são impedidos de descansar ou dormir para que desistam da greve de fome.

Ernesto Carmona, jornalista e escritor chileno