quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ATENÇÃO: QUEM ESTÁ AGINDO NA UCRÂNIA É O FASCISMO, NÃO É UMA REVOLUÇÃO

União Europeia e EUA cúmplices do fascismo ucraniano

por Miguel Urbano Rodrigues


Na Ucrânia está a acontecer o que era inimaginável há poucos anos. 

O fascismo age como poder real num país que vive uma situação de caos político e social. 

Alguns dos principais dirigentes discursam ainda encapuçados, mas nas camisas exibem uma suástica estilizada como símbolo das suas opções ideológicas. 

Bandos dessa escória humana assaltam e destroem sedes do partido comunista, exigem a expulsão de russos e judeus, a execução sumaria de adversários políticos, invadem a Rada (Parlamento) e retiram dali e humilham deputados que os criticam. 

Esses bandos atuam com disciplina militar, exibindo armamento moderno fornecido por organizações dos países centrais da União Europeia e, segundo alguns observadores, pela CIA. 

O apoio oficioso do Ocidente dito democrático ao fascismo é transparente. 

Dirigentes da Alemanha, da França, do Reino Unido não escondem a sua satisfação. A baronesa britânica Catherine Ashton, responsável pelas relações internacionais da UE, correu a Kiev para oferecer apoio à "nova ordem" ucraniana. 

Van Rompuy, o presidente da União, também expressou a sua alegria pelo novo rumo da Ucrânia. Fala-se já de uma ajuda econômica de 35 mil milhões de dólares da UE, dos EUA e do FMI logo que seja instalado em Kiev um "governo democrático". 

Cartaz nazi na Ucrania.Estranha concessão da democracia perfilham os senhores de Bruxelas e Washington. 

Viktor Yanukevitch deixou uma herança pesadíssima. Totalmente negativa. Governou como um déspota e será recordado como político corrupto, que acumulou uma grande fortuna em negócios ilícitos. 

Mas serão democratas os parlamentares que controlam hoje a Rada e recebem a bênção da União Europeia? Com poucas exceções, os membros dos partidos que se apresentam agora como paladinos da democracia e defensores da adesão da Ucrânia à União Europeia mantiveram íntimas relações com a oligarquia que, sob a presidência de Yanukovitch e no governo de Júlia Timoshenka, roubaram o povo e arruinaram o pais, conduzindo-o à beira da bancarrota. 

Essa gente carece de legitimidade para se apresentar como interlocutora dos governos europeus que, com hipocrisia, lhe dirigem felicitações. 

A situação existente é alias tão caótica que não está claro quem exerce o poder, partilhado pela Rada e pelas organizações fascistas, que poem e dispõem em Kiev e em dezenas de cidades, praticando crimes repugnantes perante a passividade da policia e do exército. 
A HIPOCRISIA DO OCIDENTE 

A hipocrisia dos dirigentes da União Europeia e dos EUA não surpreende. 

O discurso sobre a democracia é farisaico de Washington a Londres e Paris. 

Invocando sempre valores e princípios democráticos, esses dirigentes são responsáveis por agressões a povos indefesos, e, quando isso lhes interessa, por alianças com organizações islamitas fanáticas, armando-as e financiando-as. 

Isso ocorreu no Iraque, na Líbia, em monarquias feudais do Golfo. 

Na América Latina, Washington mantem as melhores relações com algumas ditaduras, promove golpes de Estado para instalar governos fantoches. Entretanto, monta conspirações contra governos democráticos que não se submetem; sempre em nome da democracia de que se dizem guardiões. 

Os governos progressistas – Venezuela Bolívia, Equador – são hostilizados como inimigos da democracia, e governos de matizes fascizantes – Colômbia, Honduras – tratados como aliados preferenciais e definidos como democráticos. 

LIÇÕES DA HISTÓRIA 

Paramilitares do 'Sector Direita'




A ascensão do fascismo na Europa não é um fenômeno novo. 

No Tribunal de Nuremberg que julgou os criminosos mais destacados do III Reich afirmou-se repetidamente que o fascismo seria erradicado do mundo. 

Essa foi uma esperança romântica. Antes mesmo de serem anunciadas as sentenças, já a Administração Truman estava a organizar a ida clandestina para os EUA de conhecidas personalidades nazis, algumas contratadas por universidades tradicionais. 

Simultaneamente, os governos do Reino Unido e dos EUA mantiveram excelentes relações com os fascismos ibéricos. Salazar e Franco foram encarados como aliados. 

Quando a Iugoslávia se desagregou, a Servia, qualificada de comunista, foi tratada como estado inimigo, mas Washington, Londres e a Alemanha Federal estabeleceram relações de grande cordialidade com a Croácia cujo governo estava infestado de ex-nazis. 

Apos o desaparecimento da União Soviética, quando a Rússia se transformou num pais capitalista, o fascismo começou a levantar cabeça na Europa Ocidental. 

Em França, Le Pen chegou a disputar a Presidência da Republica a Chirac numa segunda volta. Na Alemanha, o partido neonazi afirma publicamente o seu saudosismo do Reich hitleriano. Na Áustria, na Holanda, na Itália, nas repúblicas bálticas, partidos de extrema-direita conquistam sectores importantes do eleitorado. No primeiro desses países o líder neonazi participou num governo de coligação. 

Em Espanha a extrema-direita exibe uma agressividade crescente. Até na Suécia, na Dinamarca, na Noruega, grupos neonazis voltam às ruas com arrogância. 

Em Portugal, o fascismo, sem ambiente, está infiltrado nos partidos de direita que desgovernam o país. 


REAVIVANDO A MEMÓRIA 

Remoção de estátua aos soldados soviéticos que libertaram a Ucrânia.A tragedia ucraniana – cumpro um dever recordando essa evidência – não teria sido possível sem a cumplicidade da União Europeia e dos EUA. 

Na sua estratégia de cerco à Rússia (incomoda pelo seu poderio nuclear), os governos imperialistas do Ocidente e os seus serviços de inteligência incentivaram as forças extremistas que semearam o caos na Ucrânia ocidental, abrindo a porta à onda de barbárie em curso. 

Foram as autodenominadas democracias ocidentais quem financiou e armou os bandos fascistas que sonham com progroms de comunistas e exigem arrogantemente a adesão da Ucrânia à União Europeia. 

Não surgiu magicamente, de um dia para outro, essa escumalha. 

O fascismo tem raízes antigas na Ucrânia, sobretudo nas províncias da Galícia, de maioria católica uniata, que pertenceram ao Império Austro-Húngaro e, apos a I Guerra Mundial, foram anexadas pela Polônia. 

Cabe lembrar que 100 mil ucranianos lutaram contra a União Soviética integrados na Wehrmacht e nas SS nazis. 

Esses colaboracionistas foram, felizmente, ínfima minoria. A esmagadora maioria do povo resistiu naquela república soviética com bravura e heroísmo à barbárie alemã responsável durante a ocupação pela morte de quatro milhões de ucranianos. 

Mas não é por acaso que traidores como Stefan Bandera, aliado das hordas invasoras, tenham sido proclamados heróis nacionais pelos extremistas de direita de Kiev. 

Hoje, o júbilo dos governantes da União Europeia pelos acontecimentos da Ucrânia traz à memória a irresponsabilidade de Chamberlain e Daladier quando festejaram o Acordo de Munique, prólogo do holocausto da II Guerra Mundial. 

Longe de mim a ideia de estabelecer um paralelo entre épocas e situações tão diferentes. 

O horizonte próximo da Ucrânia apresenta-se carregado de incógnitas. 

Mas relembrar Munique é tomar consciência de que o fascismo não foi erradicado da Terra, pátria do homem. É urgente dar-lhe combate sem quartel a nível mundial. 

Vila Nova de Gaia, 25/Fevereiro/2014

O original encontra-se em www.odiario.info/?p=3196 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mensagem do Primeiro Secretário do Partido Comunista da Ucrânia


Caros camaradas comunistas !



23 de Fevereiro de 2014

Dirijo-me a vós num dos momentos mais dramáticos da história do nosso país. Durante os trágicos acontecimentos dos últimos três meses foi derramado sangue, morreram pessoas. Foi ameaçada a integridade territorial da Ucrânia e a sua própria existência como Estado unificado, independente, soberano.
Estes acontecimentos não têm um carácter unívoco. A participação neles de grandes massas de pessoas reflecte o profundo descontentamento na sociedade com o regime político de Yanukovitch e do seu círculo, que governou o país de forma inepta, enganando as pessoas, abandonando as suas promessas de campanha, e em momentos difíceis abandonando covardemente o seu posto. O clã que se formou em torno de Yanukovith, que recebeu a designação de «Família» e que se enriqueceu de forma desavergonhada, afastou de si a maioria dos seus adeptos e eleitores.

Mas os protestos de massas não adquiriram o caráter de um confronto de classes. Ocorreu uma batalha feroz entre duas facções da mesma classe dos exploradores — a burguesia oligárquica —, das quais a mais organizada e preparada se revelou o agrupamento que juntou as forças pró-ocidentais, nacionalistas e radicais de direita. Estas forças utilizaram habilmente o descontentamento das pessoas e com o seu apoio realizaram um golpe de Estado.

Ao mesmo tempo, o Ocidente, ingerindo-se de forma aberta e sem cerimónia nos assuntos internos do nosso país, apoiou as ações das forças radicais de direita, na medida em que elas visam uma séria mudança na situação geopolítica na Europa e no mundo, a destruição dos seculares laços econômicos, culturais e espirituais entre os povos ucraniano e russo, e os outros povos irmãos da antiga União Soviética, e entregam a Ucrânia ao protectorado dos EUA, da UE, da OTAN, do Fundo Monetário Internacional e de diferentes empresas transnacionais.

As ações dos radicais de direita, liderados por forças abertamente neonazistas alimentadas pelo regime de Yanukovitch — herdeiros ideológicos dos ocupantes hitlerianos —, são acompanhadas por uma nova e extremamente perigosa vaga de histeria anticomunista, pela destruição em toda a parte dos monumentos a Lenine e aos heróis da Grande Guerra Patriótica, por ataques bandidescos às instalações do nosso Partido em Kíev e outras cidades do país , pelo terror moral e físico contra os comunistas, pela exigência da proibição da atividade do Partido Comunista da Ucrânia.

Tudo isso testemunha que estas forças que tomaram o poder podem recorrer a quaisquer ações ilegais, não se detendo perante a repressão não só dos funcionários do partido mas também dos comunistas de base.

É preciso estar pronto para isso.

Nas circunstâncias que se criaram, a nossa tarefa mais importante é manter a estrutura e os quadros do partido, estar vigilantes, não sucumbir às provocações.

É importante aproveitar todas as oportunidades para esclarecer os trabalhadores sobre a natureza do golpe ocorrido e o perigo das suas consequências para os cidadãos comuns — uma acentuada deterioração da economia, o aumento do desemprego e dos atrasos no pagamento dos salários e pensões, o aumento dos preços e tarifas, uma criminalidade desenfreada, um ainda maior empobrecimento do povo.

A direcção do Partido e o nosso grupo parlamentar na Rada Suprema da Ucrânia farão todo o possível nestas dificílimas condições para defender os interesses dos trabalhadores, salvaguardar o Partido, preservar a integridade da Ucrânia.

Caros Camaradas!
Perante o Partido, perante cada um de nós, erguem-se novas e duras provações. Reforcemos as nossas fileiras, multipliquemos os esforços na luta pela nossa justa causa — o socialismo!

Piotr Simonenko,
Primeiro-Secretário do Comitê Central do Partido Comunista da Ucrânia, presidente do grupo parlamentar comunista na Rada Suprema da Ucrânia

EUA e UE pagam os agitadores e manifestantes ucranianos

A escalada de provocações e violência na Ucrânia seria trágica só por si. Mas é-o muito mais se se tiverem em conta as implicações e os objectivos da desestabilização em curso. Tornou-se já completamente claro um padrão na estratégia do imperialismo: cada país que desestabiliza e destrói torna-se uma nova reserva de carne de canhão mercenária para novas desestabilizações noutro lugar mais adiante. É assim com os grupos armados de radicais islâmicos no Norte de África e no Médio Oriente, é assim com os grupos de extrema-direita e fascistas na Europa de Leste.
Paul Craig Roberts


Têm-nos chegado certo número de informações de leitores confirmando que Washington está a alimentar os protestos violentos na Ucrânia com dólares dos nossos contribuintes. Washington não tem dinheiro para cupões de alimentos ou para evitar as execuções de empréstimos à habitação, mas tem montes de dinheiro para subverter a Ucrânia.

Escreve um leitor: “A minha mulher, de nacionalidade ucraniana, tem contacto semanal com os pais e amigos em Zhytomyr [noroeste da Ucrânia]. Segundo eles, a maior parte dos manifestantes recebem um pagamento médio de 200-300 grivna, correspondendo a 15-25 euro. Conforme além disso ouvi, uma das agências mais ativas e ‘balcão de pagamentos’ do lado da UE é a alemã ‘Konrad Adenauer Stiftung’, intimamente ligada à CDU, ou seja, ao partido da srª. Merkel.”
Conforme por mim relatado a 12 de Fevereiro, “Protestos orquestrados por Washington desestabilizam a Ucrânia” 
http://www.paulcraigroberts.org/2014/02/12/washington-orchestrated-protests-destabilizing-ukraine/, a secretária de Estado adjunta Victoria Nuland, russófoba raivosa e neoconservadora militarista, disse ao National Press Club em Dezembro último que os EUA “investiram” 5 mil milhões de dólares na organização de uma rede para atingir os objetivos americanos na Ucrânia, de forma a dar à Ucrânia “o futuro que merece”. http://www.informationclearinghouse.info/article37599.htm 

Nuland é a funcionária do regime de Obama que foi apanhada em flagrante dizendo o nome dos membros do governo ucraniano que Washington quer impor ao povo ucraniano logo que os manifestantes pagos derrubem o atual governo eleito e independente.

O que Nuland entende por futuro da Ucrânia tutelado pela UE é a Ucrânia ser saqueada como a Lituânia e a Grécia e usada por Washington como plataforma para bases de mísseis dos EUA contra a Rússia.

Das respostas que recebi ao meu pedido de confirmação da informação enviada para mim da Moldóvia, http://www.paulcraigroberts.org/2014/02/14/russia-attack-paul-craig-roberts/, há provas suficientes que Washington fomentou distúrbios para que os jornais ocidentais e as televisões investigassem. Mas, não o fizeram. Como sabemos, as “presstitutas” (“presstitute”, neologismo associando as palavras inglesas “press” imprensa e “prostitute” – N.T.) são facilitadoras dos crimes e duplicidades de Washington. No entanto, os media americanos noticiaram que o governo ucraniano paga a ucranianos para se manifestarem a favor do governo. http://www.usatoday.com/story/news/world/2014/02/16/ukraine-government-protests/5435315/

Conforme Karl Marx escreveu, o dinheiro transforma tudo em mercadoria para ser comprada e vendida. Não ficaria surpreendido se alguns manifestantes trabalhassem para ambos os lados.

Evidentemente que nem todos os manifestantes são pagos. Há nas ruas imensos tolos ingênuos que pensam estarem a protestar contra a corrupção do governo da Ucrânia. Ouvi alguns. Sem dúvida que o governo da Ucrânia é corrupto. Qual o governo que não é? A corrupção governamental é universal, mas é fácil saltar da frigideira para o lume. Os manifestantes ucranianos parecem pensar que escapam à corrupção indo para a UE. É óbvio que estes tolos ingénuos não conhecem o relatório sobre a corrupção da UE emitido a 3 de Fevereiro pelo comissário europeu para os Assuntos Internos. O relatório afirma que existe uma ligação entre os assuntos políticos e a corrupção que afecta todos os 28 países membros da UE e custa às economias da UE 162,2 mil milhões de dólares por ano http://www.aljazeera.com/news/europe/2014/02/eu-report-corruption-widespread-bloc-20142313322401478.html

É evidente que os ucranianos não escapam à corrupção ligando-se à UE. A corrupção seria de fato pior.

Não tenho objecção aos protestos dos ucranianos contra a corrupção governamental. Na verdade, esses tolos podiam beneficiar da lição que aprenderiam logo que o país estivesse nas mãos corruptas de Bruxelas e Washington. O que tenho objecção a fazer é à falta de lucidez da parte dos manifestantes que ao deixarem-se manipular por Washington empurram o mundo para uma guerra perigosa. Ficaria surpreendido que a Rússia ficava satisfeita por ter na Ucrânia bases militares e com mísseis.

Foram loucos como Nuland jogando grandes jogadas que nos deram a I Guerra Mundial. A III Guerra Mundial seria a última guerra. A tendência de Washington para explorar cada oportunidade para estabelecer a sua hegemonia sobre o mundo está a levar-nos à guerra nuclear. Como Nuland, uma percentagem significativa da população da Ucrânia ocidental é russófoba. Conheço a questão da antipatia ucraniana pela Rússia, mas as emoções ucranianas alimentadas com o dinheiro de Washington não podem dirigir o curso da história. Não iriam restar historiadores para documentarem como os ucranianos tolos e imbecis prepararam o mundo para a destruição.

Tradução: Jorge Vasconcelos
http://www.odiario.info/?p=3187

O Imperialismo dos EUA e da UE quer apoderar-se da Ucrânia


O que está a acontecer na Ucrânia está longe de ser uma luta entre uma oposição “democrática” pró-UE e um regime “autocrático” pró-Rússia. Os partidos pró-UE na Ucrânia nasceram da “Revolução Laranja” de 2004 e são inimigos da classe trabalhadora e da soberania ucranianas. Por outro lado, o partido do governo, que ganhou as últimas eleições em 2010 e colocou o Presidente Viktor Yanukovych em funções, tem um programa social e económico que pouco difere dos principais partidos da oposição.
Só uma classe trabalhadora independente, quer do governo quer da oposição, e orientada para o socialismo, pode trazer uma eficaz resolução para a crise.





John Catalinotto

O imperialismo dos EUA e da UE está profundamente instalado na Ucrânia, apoiando um dos lados da luta interna pelo poder, com o objectivo de tornar esta antiga república soviética num apêndice colonial do Ocidente, ao mesmo tempo pondo um entrave à Rússia.

Representantes dos governos imperialistas dos EUA e da UE e Alemanha apoiaram os manifestantes da “oposição” na capital Kiev contra o governo ucraniano, até mesmo com líderes partidários da oposição pró-fascistas, que preenchem a sua odiosa retórica com diatribes anti-Rússia, anti-gay e anti-judaicas.

O Secretário de Estado dos EUA John Kerry e o ministro alemão dos estrangeiros Frank-Walter Steinmeier reuniram-se em Berlim a 31 de Janeiro e tiveram a arrogância de impor ao governo ucraniano os seus termos para um entendimento com a oposição.

Não há benefícios para os trabalhadores 
na conquista imperialista

Os trabalhadores dos EUA e da Europa Ocidental não partilham os interesses da classe dirigente imperialista na conquista da Ucrânia. Os interesses fundamentais dos trabalhadores e, claro, dos trabalhadores ucranianos, seriam mais bem servidos mantendo a NATO, o FMI e os banqueiros dos EUA e europeus fora da Ucrânia.

É importante sublinhar isto mesmo no começo deste artigo, porque os políticos imperialistas e os media corporativos distorceram os eventos na Ucrânia contando a história ao contrário, tal como haviam feito na Síria, na Líbia e outras partes do mundo na lista da reconquista imperialista.

O que está a acontecer na Ucrânia está longe de ser uma luta entre uma oposição “democrática” pró-UE e um regime “autocrático” pró-Rússia. Os partidos pró-UE na Ucrânia nasceram da “Revolução Laranja” de 2004 e são inimigos da classe trabalhadora e da soberania ucranianas.

Por outro lado, o partido do governo, que ganhou as últimas eleições em 2010 e colocou o Presidente Viktor Yanukovych em funções, tem um programa social e econômico que pouco difere dos principais partidos da oposição.

O governo de Yanukovych apoia todo o processo de privatização da economia ucraniana que continua desde o fim da URSS. Preparava-se para aceitar um acordo com a UE, até que mudou a sua posição, em 21 de Novembro passado. Até mandou uma fragata ucraniana para participar nas manobras dirigidas pela UE conhecidas como Operação Atalanta para combater a “pirataria” na Somália.

A 3 de Fevereiro, Yanukovych oferecera-se para discutir o governo de coligação com a oposição sob a condição de que acabassem as manifestações.

O secretariado dos partidos comunistas europeus tomou a iniciativa, reunindo em Bruxelas a 27 de Janeiro, fazendo a sua avaliação dos acontecimentos na perspectiva da classe trabalhadora: “os recentes desenvolvimentos sangrentos na Ucrânia sublinham a intervenção dos EUA-UE nos assuntos internos deste país, a confrontação entre facções de capital com o envolvimento de poderes imperialistas que lutam entre si pelo poder, numa competição sem tréguas por mercados e recursos energéticos. Há uma tentativa de envolver o povo da Ucrânia num ou noutro lado desta confrontação.”

“Apelamos aos trabalhadores da Ucrânia para que organizem a sua própria luta independente, de acordo com os seus interesses, pelo socialismo, e não de acordo com a potência imperialista que uma ou outra facção da plutocracia do seu país escolhe.“ (inter-kke.gr)

O fim da URSS foi um desastre para a Ucrânia

A Ucrânia era a segunda república mais desenvolvida durante a existência da União Soviética, produzindo mais de 25 % dos bens agrícolas. Também era a segunda mais populosa, com 51 milhões de pessoas, em 1991.
Desde então, o colapso econômico que a reintrodução do capitalismo trouxe (a produção tinha, por volta de 1999, caído cerca de 40% a partir dos valores de 1991), impeliu 6 milhões de trabalhadores a emigrar para a UE e Rússia, e provocou uma descida na taxa de natalidade e um aumento da taxa de mortalidade. Agora a população é de menos de 45 milhões de habitantes.

Cerca de 25% da população ucraniana vive na pobreza. Muitos dependem de remessas de valores dos dois milhões de jovens trabalhadores ucranianos a trabalhar na construção civil na Europa ocidental ou na agricultura em Portugal, 
Espanha ou Irlanda (trabalho que não está à altura da educação que muitos tiveram no seu país). Um número ainda maior de emigrantes ucranianos trabalha na Rússia, mas com salários mais baixos que no Ocidente. As remessas de valores constituem 25% do PIB da Ucrânia.

O governo e os principais partidos da oposição que lideram os protestos na praça central de Kiev representam os interesses da nova classe dirigente da Ucrânia. Este grupo de plutocratas conseguiu apoderar-se da propriedade do estado da República Socialista Soviética da Ucrânia em 1991. Algumas destas figuras da classe dirigente e seus interesses estão orientados para a UE e EUA; outros têm interesses mais próximos dos seus homólogos na Rússia capitalista.

Contrariamente aos argumentos dos grupos pró-EUA, o acordo que Yanukovych “adiou” em Novembro passado não trouxe nenhum benefício para o povo ucraniano. Abriria a Ucrânia aos bens da UE, fechando a maior parte da produção local. E não tornaria a Ucrânia membro da UE, adesão que permitiria aos trabalhadores da Ucrânia trabalhar livremente no Ocidente. O acordo traria alguns empréstimos, mas também insistiria na austeridade que sufocou os trabalhadores na Grécia, em Portugal, na Espanha, Irlanda e países da UE ainda mais prósperos.

Em resumo, não seria mais benéfico para o povo ucraniano que o Acordo de Comércio Livre Norte-americano foi para o povo mexicano. Foi oferecido a Yanukovych um acordo mais vantajoso pela Rússia capitalista em Dezembro e ele aceitou. À data de 3 de Fevereiro, contudo, o governo russo protelou a oferta, invocando a instabilidade em Kiev.

Grupos pró-Ocidente desencadearam uma série de manifestações de protesto em Kiev a partir de 21 de Novembro. As manifestações subiram de tom em Janeiro, com cercos a edifícios do governo e confrontações entre manifestantes armados com cocktails Molotov e a polícia.

Os mesmos líderes e média que atacam o governo de Kiev por reprimirem estes protestos armados regozijaram quando a polícia dispersou as multidões nas praças públicas do movimento Occupy Wall Street nos EUA, as ocupações na Alemanha e as do 15M em Espanha.

Políticos do Ocidente, incluindo o senador republicano John McCain e a subsecretária de estado Victoria Nuland, a dirigente de política externa da UE Catherine Ashton e o então ministro alemão dos estrangeiros Guido Westerwelle, em representação da Chanceler Angela Merkel, todos se juntaram às manifestações por diversas vezes. 

Centenas de organizações não-governamentais, financiadas por estes imperialistas, têm estado ativas na oposição, incluindo o infame Otpor, anteriormente financiado pelo Ocidente para derrubar o governo de Slobodan Milosevic na Jugoslávia. O Otpor aconselhou, mais tarde, membros da direita venezuelana anti Hugo Chávez, entre outros.

Nenhum dos diplomatas se esforçou para se distanciar do líder do Partido Svoboda pró-fascista, Oleg Tiagnibok, e outros grupos que alinharam com o Imperialismo Nazi na Segunda Guerra Mundial e ajudaram o genocídio da Ucrânia ocupada pela Alemanha. 

Estes fascistas, que agora são aliados de grupos europeus de extrema-direita como a Frente Nacional em França, têm desempenhado um papel cada vez mais ativo nos protestos, lutando com a polícia, atacando pessoas de esquerda e, num caso, derrubando uma estátua do revolucionário russo Vladimir Lenine.

Qualquer pessoa que esteja solidária com a classe trabalhadora ucraniana ficaria chocada com uma vitória dos imperialistas ocidentais e o seu empurrão aos fascistas. 

Mas deixar o governo atual no poder é apenas uma pausa temporária numa crise prolongada. Só uma classe trabalhadora independente, quer do governo quer da oposição, e orientada para o socialismo, pode trazer uma eficaz resolução para a crise.

Tradução de André Rodrigues
http://www.odiario.info/index.php?autman=John%20Catalinotto%20&submit=Buscar

Ucrânia: O Fascismo desafia

Senhora atacada por um grupo fascista a caminho de colocar flores na estátua de Lenin

Os trágicos acontecimentos da Ucrânia serão recordados no futuro como marco de um perigoso desafio do fascismo numa região nevrálgica da Europa Oriental.
Os trágicos acontecimentos da Ucrânia serão recordados no futuro como marco de um perigoso desafio do fascismo numa região nevrálgica da Europa Oriental.Não é ainda possível avaliar as consequências da onda de violência irracional que atingiu aquele país nos últimos dias. Até o número de mortos é ainda incerto, oficialmente 80.

O acordo firmado na madrugada do dia 21 pelo presidente da República, líderes de grupos da oposição e representantes de países da União Europeia não permite concluir que as decisões deles constantes sejam aplicadas.

A situação em Kiev e na maioria das províncias é caótica, caracterizada por um vazio de poder.
Mas desde já se pode afirmar que cabem aos dirigentes da França, da Alemanha e da Polónia e ao presidente Yanukovitch grandes responsabilidades pela evolução de uma crise na qual os grupos armados de uma extrema-direita de matizes fascistas desempenharam um papel fulcral.

Os países centrais da União Europeia e os EUA incentivaram, armaram e financiaram as organizações extremistas. Ianukovitch demonstrou desde o início da crise incapacidade para a controlar, acabando por perder a confiança do exército, da polícia e dos deputados do seu próprio partido, mudando de posição a cada dia.

A Mensagem que dirigiu ao país, após o acordo, é um espelho do seu carácter. Nela mistura deus com a política e o patriotismo num esforço inútil para esconder a sua capitulação perante as exigências da oposição.

Fazer previsões sobre o rumo da Ucrânia nas próximas semanas seria entrar no campo da especulação.

Mas os desmandos e violências em curso dos grupos fascistas são inquietantes.
Nas cidades que controlam destruíram estátuas de Lenine, ilegalizaram o Partido das Regiões (que apoiava o Presidente) e o Partido Comunista da Ucrânia e em alguns casos fecharam as suas sedes.

É transparente que o fascismo ucraniano exibe o seu rosto hediondo.

OS EDITORES DE ODIARIO.INFO
http://www.odiario.info/?p=3190

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ISRAEL E OS MERCENÁRIOS NA SÍRIA.... TUDO A VER!

Novo chefe do ELS (Exército livre da síria) recebeu treinamento militar em Israel
O jornal israelense Maariv revelou que o novo chefe da milícia do chamado Exército Sírio Livre, Abdel Ilah Bashir Nueimi foi treinado militarmente em Israel. 

Citando o sitio da  Global Research, Maariv revelou que  Bashir "foi tratado em Israel no ano passado, depois de ter sido ferido em confrontos com o Exército Árabe da Síria. Ele era o responsável pelo comandante militar das forças de oposição no sul da Síria. 

" Após ter sido ferido e tratado em Israel, se anunciou sua morte e funeral em Deraa , tudo para camuflar  sua presença na entidade sionista. No entanto, o Supremo Conselho Militar do chamado  ESL declarou  há poucos dias a demissão de seu chefe, Salim Idriss, e a nomeação de Bashir enquanto novo chefe do estado Maior do ESL ", acrescentou a mesma fonte. Idriss, no entanto, rejeitou a decisão sobre sua demissão.

Mídias corporativas israelenses têm feito circular a notícia de que "a oposição síria apreciou a postura do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de  visitar um hospital de campanha israelense, onde os membros dos grupos terroristas/mercenários sírios recebem cuidados.

http://www.almanar.com.lb/main.php

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

FPLP - FRENTE POPULAR PELA LIBERTAÇÃO DA PALESTINA REAFIRMA A UNIDADE ÁRABE CONTRA O IMPERIALISMO SIONISTA

 LUTAMOS POR UMA PALESTINA LAICA DEMOCRÁTICA PARA 
TODOS OS POVOS QUE LÁ VIVEM



Na última quarta-feira, dia 19 de fevereiro,  recebemos no SINDIPETRO/RJ  o dirigente do birô político da Frente Popular pela Libertação da Palestina – FPLP - Marwan Abdel Al, para um importante debate sobre a Palestina e a situação no Oriente Médio. O evento  foi organizado pelo MST, Esquerda Marxista e PCB, e contou com o apoio dos militantes do Comitê de Solidariedade à Luta do povo palestino do RJ.
O debate transcorreu em um clima de camaradagem e de um forte interesse em ampliar o entendimento sobre os fatos reais  que estão acontecendo no Mundo Árabe e sua relação com a causa Palestina. No final, os presentes reafirmaram seu compromisso de seguir apoiando a causa árabe e  palestina,  fortalecendo a tarefa internacionalista de esclarecer os acontecimentos contra a imprensa corporativa que insiste em reproduzir as  mentiras do imperialismo/sionismo cujo principal  discurso é a defesa da  democracia e dos direitos humanos, quando sabemos que por trás deste escudo está a  destruição dos Estados e das condições mínimas de sobrevivência dos povos, visando  a dominação econômica, política e militar.

Resumo dos principais pontos do Debate:
Crise do capitalismo por trás da agressão contra os povos
O dirigente da FPLP iniciou a exposição  localizando  a movimentação  militar do imperialismo e do sionismo em vários Estados, como a expressão máxima da crise sistêmica do capitalismo em todo o mundo, crise que repercute  para  todos os povos do planeta.  Para ele, o capital busca dar solução a crise econômica investindo pesadamente na indústria da guerra, na venda de armas e intervenções militares e no investimento de grupos sectários e paramilitares.
A presença de Israel no  Mundo Árabe cumpre um papel fundamental nesta estratégia.  Israel é uma grande base militar cuja função primordial é reprimir toda resistência  às medidas ou políticas  impostas pelo capita para os povos árabes. Para Israel é determinante que a  Resistência Palestina não se alastre  para outros Estados, na verdade jogam  atentamente, em tempo integral, para que sejam exterminadas do mapa, no Mundo Árabe.
Quando o discurso da segurança esconde a construção do fascismo
Israel faz uso do velho discurso de eterna vítima, cercada por perigos constantes, para justificar o massacre que faz diariamente contra o povo palestino, além de ser um álibi utilizado nas missões de  falsa bandeira, marca registrada de Israel, no Líbano, na Síria, no Egito ou no Iraque com o intuito de  promover a discórdia entre as etnias ou religiões.
Nesse sentido, os Estados em torno da Palestina ocupada (Israel) são considerados, para todos os efeitos e medidas, como fronteiras. Isto resulta na estratégia elaborada conjuntamente entre os sionistas e os EUA de fragmentar esses Estados, e o primeiro passo é  promover o conflito religioso e étnico no seio do povo. Claro fazem isso com a ajuda das ONGs , dos Institutos, dos grupos fundamentalistas, obviamente a mídia corporativa e a fiel oligarquias do golfo, cães de guarda do sionismo.
Primavera Árabe ou Revolução?
Nosso amigo fez uma citação árabe, que pode ser entendido da seguinte maneira: A primavera não significa nada fora do contexto das outras estações.
E, é desta forma que a FPLP analisa a chamada  “primavera árabe”:
As convulsões sociais se deram no marco da crise do capital e dos regimes cruéis e repressivos das monarquias e ditaduras, fiéis aos caprichos do capital e do imperialismo/sionismo,   levando milhares às ruas. No entanto, as  mudanças apontadas pelas organizações que dirigiam/dirigem o movimento de massas significaram um retrocesso político e uma derrota para o povo nas ruas. Foi o que aconteceu no  Egito e na Tunísia,  cujo resultado da “primavera árabe” acabou levando a Irmandade Muçulmana , aliada do imperialismo e do sionismo ao poder.
Os poderes ditatoriais foram substituídos por outro poder igualmente nocivo ao povo.

Para a FPLP, fazer uma revolução e promover as mudanças pela qual os povos lutam, só é possível se o caminho trilhado for  libertá-los do jugo do capital, sendo assim, não é possível que seja operada com alianças duvidosas , cuja tradição esteja fora do eixo marxista.  O povo deve ser o sujeito das mudanças, não adianta trocar a forma, trocar o prazo de validade do mesmo frasco, mas construir um processo revolucionário para  mudanças radicais, não para garantir a “democracia representativa”, onde o povo passa a ter o direito de votar em quem vai lhe oprimir.
O levante árabe no Egito e na Tunisia não poderia resultar em um processo revolucionário vitorioso, foi abortado no nascimento pelas forças que se aliaram ao imperialismo /sionismo em defesa da democracia.
SÍRIA E LÍBIA: O que está acontecendo é o  nakba (horror) ampliado para o mundo árabe
A FPLP analisa os processos de destruição do Estado Líbio e das tentativas na Síria não como um processo revolucionário, mas uma estratégia montada para dominação , pelo imperialismo e pelo sionismo.
O princípio número um de um processo revolucionário é que este deve ter base popular. Não é o que aconteceu na Líbia, e não é o que acontece na Síria.
O imperialismo/sionismo usa o argumento da democracia e as mentiras midiáticas sobre direitos humanos para destruir o Estado árabe, para justificar uma “guerra justa” assim como fez com o Estado africano. Para aqueles que tem dúvidas sobre  o que se passa na Síria, nosso amigo sugeriu  responder a seguinte  pergunta: Quais as relações do povo sírio ou do Estado sírio com Israel e o imperialismo?Quem lucra com a destruição e fragmentação da Síria?
Uma vez perguntado sobre o que achava do “conflito na Síria”, um governante sionista respondeu: “Espero que todos ganhem a guerra” , ou seja, tudo que Israel quer é completar a tarefa de destruir o Estado sírio, por meio das estratégias que dispõe no terreno.
Yarmouk – Campo de refugiados palestinos na síria atacado pelos fundamentalistas
Seguindo esta estratégia de destruir os Estados nacionais com guerras de um novo tipo,  e fomentar, entre os povos,  o conflito religioso e sectário, com objetivos geopolíticos claros de  dominação política, econômica e militar, o imperialismo /sionismo, paralelamente,  colocou em movimento a estratégia de destruir as estruturas de resistências armadas dentro dos acampamentos palestinos. Esta  ação assassina está acontecendo nos países que temos campo de refugiados.
Na Síria, o Campo de refugiado Yarmouk foi invadido por elementos ligados aos grupos fundamentalistas que assassinaram nossos guerreiros  e são responsáveis pela destruição das condições de vida da população palestina que lá vive.
No Líbano, a mesma estratégia está se desenhando, o campo de refugiados  foi infiltrado por esses grupos fundamentalistas com o mesmo objetivo, assassinar a resistência organizada palestina.
É óbvio a ligação dos fundamentalistas assassinos com Israel.
Acordo com Israel – É pior que  o de OSLO
O esforço e objetivo dos norte-americanos é que  saia “o acordo” assinado pela  Autoridade Palestina (AP) e dessa forma  realizam os desejos de Israel.
Esse é um jogo de cartas marcadas. Não existe nada que interesse ao povo palestino nesta negociação.Vamos destacar 3 itens da proposta que afirmam isso
1 – A exigência de reconhecer o Estado de Israel como Estado judaico.
Isso significa expulsar da Palestina ocupada em 1948, Israel, milhares de palestinos que ainda vivem  nestas terras, além de aceitar a existência de um Estados racista que discrimina religiões, ou seja em uma palavra sionista. O mundo não pode permitir esse retrocesso.
2- Um Estado Palestino desde que compatível com a segurança de Israel.
Isso significa um Estado militarizado por forças estrangeiras, vigiado por radares dos sionistas,  a aceitação do muro que divide nossas terras e cidades e  a manutenção das colônias judias no  “pseudo-estado-palestino”.
3 – Retira da pauta, o “Retorno dos Refugiados”, que passa, neste caso, a ter tratamento humanitário e não político ou como um caso  de justiça. Com a ressalva de ser permitido o  retorno do corpo morto dos palestinos, para serem enterrados em sua terra natal. Mas somente morto poderão voltar a terra de seus avós.
Dois Estados ou Um Estado para todos os povos que lá vivem?
O povo palestino não tem condição de conviver com o sionismo. O  sionista  é uma  ideologia que tem como norte a destruição do outro. Essa ideologia é um perigo para a humanidade, que deveria se mobilizar para cortar esse mal pela raiz. O mundo deve acordar para o perigo de um Estado Sionista.
Os palestinos exigem  o direito de lutar e resistir para libertar suas terra dessa ideologia. Por isso a resistência tem que ser ampla e em todos os níveis, econômica, política e militar.
“Todos os dias o Estado sionista assassina um  palestino, arranca uma oliveira, e desenvolve armas nucleares. Que Estado é esse? Nenhum povo no mundo aguentaria tamanha atrocidade!  Os palestinos vão continuar lutando até o fim da ocupação sionista, nossa terra  nos foi  tirada, mas temos nossa identidade, somos palestinos!
Por isso historicamente lutamos por uma Palestina laica e democrática para todos os povos que lá vivem.”

 Maristela R. Santos Pinheiro – Comitê de Solidariedade à Luta Palestina do RJ e membro do PCB

EUA: 200 anos de RACISMO, MENTIRAS, LAVAGEM CEREBRAL EM MASSA, CENSURA, INVASÕES, CRIMES DE GUERRA E GENOCÍDIO.


200 anos de RACISMO, MENTIRAS, LAVAGEM CEREBRAL EM MASSA, CENSURA, INVASÕES, CRIMES DE GUERRA E GENOCÍDIO.
Fazendo o mundo seguro para a HIPOCRISIA.
A HISTÓRIA DOS EUA QUE VOCÊ NÃO DEVE SABER

Modelão dos golpes da “CIA”, da Guerra Fria, de volta à cena

 [*] Wayne Madsen, Strategic C
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
A maior quantidade de entusiastas do status quo pode ser encontrada na sede da Agência Central de Inteligência dos EUA [tão secreta que o nome jamais é traduzido], a conhecida CIA, em Langley, Virginia. Com muitas nações em todo o mundo tentando livrar-se das garras políticas, militares e financeiras de Washington, a CIA está voltando a recorrer ao velho manual, para lidar com governo recalcitrantes.

Depois de ter ajudado a fomentar uma rebelião na Ucrânia, contra o governo democraticamente eleito do presidente Viktor Yanukovych, o aparelho de propaganda de Washington – centralizado na organização National Endowment for Democracy (NED), na Agency for International Development (USAID) e no Instituto Sociedade Aberta [Open SocietyOSI] de George Soros – está focado na Venezuela.

A Venezuela identificou três funcionários da embaixada dos EUA em Caracas, que estavam em contato com manifestantes da oposição e ajudando a planejar tumultos antigoverno por todo o país. Os três “funcionários consulares” dos EUA – Breann Marie McCusker, Jeffrey Gordon Elsen e Kristopher Lee Clark – foram expulsos do país, pelo governo da Venezuela. Em outubro passado, o país expulsou outros três diplomatas dos EUA − chargés d’affaires Kelly Keiderling, David Moo e Elizabeth Hoffman – também por estarem ajudando a promover agitação interna no país. Os seis supostos diplomatas trabalhavam em atividades frequentemente associadas aos agentes da CIA, como “serviço clandestino oficial”.

Diplomatas dos EUA expulsos da Venezuela em 30/9/2013  por promoverem baderna
Exatamente como no caso do Embaixador dos EUA em Kiev, Geoffrey Pyatt, e da Secretária de Estado assistente para Assuntos Europeus e notória visitante boca-suja Victoria Nuland, que se encontraram com líderes da oposição ucraniana para ajudar a planejar os protestos antigoverno, os diplomatas norte-americanos em Caracas foram acusados de estar trabalhando ao lado do grupo de oposição reunido em torno de Leopoldo Lopez, o agente de interesses de empresas norte-americanas treinado em Harvard. O governo venezuelano descobriu que Lopez, como outro líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, recebem apoio financeiro clandestino da CIA, que lhes chega através de NED e USAID, para planejar protestos e ações de sabotagem contra o governo eleito da Venezuela.

Já se conhecem os laços que unem o partido Voluntad Popular de López e organizações associadas ao ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, da direita pró-Israel, com pegadas óbvias da CIA e de narcoterroristas; nesse caso, o dinheiro chega ao partido de Lopez por ONGs colombianas mantidas por George Soros e Uribe, como a Fundación Centro de Pensamiento Primero Colômbia[Fundação Centro de Pensamento Primeiro Colômbia] e Fundación Internacionalismo Democrático [Fundação Internacionalismo Democrático].

Edifício-sede da Embaixada dos EUA em Caracas, Venezuela
A embaixada dos EUA em Caracas, como no caso de Kiev e Moscou, sempre serviu como espaço virtual para planejamento de protestos pela oposição financiada pelos EUA na Venezuela. A única coisa que os cabeças da oposição ucraniana, Arseniy Yatsenyuk, Vitali Klitschko e Oleh Tyahnybok; da oposição russa Alexei Navalny e Garry Kasparov; e da oposição venezuelana Lopez, Capriles e Maria Corina Machado têm em comum é passe livre para entrar nas embaixadas dos EUA em suas respectivas capitais quando bem entendam, e sair, levando a maior quantidade de dinheiro que consigam transportar.

Traço que une as campanhas de desestabilização organizadas e promovidas pelaCIA na Ucrânia e na Venezuela é, nos dois casos, a arregimentação de fascistas locais, para as forças antigoverno. Na Venezuela, apoiadores reacionários de antigos regimes oligárquicos fascistas são aliados espontâneos dos EUA; e na Ucrânia, os fascistas reunidos em torno de Tyahnybok garantem a conexão continuada entre a oposição ucraniana e EUA-Israel.

Um relatório da CIA recentemente tornado público, datado de 4/4/1973, anotava que já durante o tempo da República Socialista Soviética Ucraniana o Partido Comunista recomendava “vigilância estrita sobre o nacionalismo e o sionismo na Ucrânia” – apresentados como ameaças gêmeas já então, na Ucrânia. Como se vê hoje, pouca coisa mudou na natureza e na orientação da oposição ucraniana.

Além de abastecer os cabeças da oposição venezuelana com dólares, os EUA e seus banqueiros nunca cessaram de atacar a economia e a moeda venezuelanas, usando a imprensa-empresa privada para espalhar notícias falsas sobre “desabastecimento” e carência de produtos básicos (itens sempre citados são papel higiênico, sal e açúcar) na Venezuela. Esse é um velho truque da CIA, que sempre o usou contra o governo de Cuba e de outras nações cujos governos opõem-se ao imperialismo norte-americano.

A mesma tática de usar a imprensa-empresa privada para disseminar “notícias” sobre carência de produtos está sendo usada pela CIA contra o governo da Primeira-Ministra Yingluck Shinawatra apoiada pelos Camisas Vermelhas na Tailândia; lá o que estaria faltando nas prateleiras seria arroz; e a carência estaria acontecendo por que a Primeira-Ministra insiste em vender arroz à China. 

Manifestação dos Camisas Vermelhas pró-governo na Tailândia
A campanha conduzida pela CIA contra Yingluck resultou em denúncias já formalizadas contra o Primeiro-Ministro por uma das ONGs da “sociedade civil” típicas do modelo que Soros promove, a Comissão Nacional Contra a Corrupção – criação dileta dos monarquistas Camisas Amarelas e falsos “reformadores” constitucionais, como o octogenário Amorn Chantarasomboon.

Exatamente como a CIA já fizera antes, quando tentou golpe fracassado contra o presidente Hugo Chávez em abril de 2002, a Agência e seus prepostos locais lançaram ataques de propaganda contra a PDVSA – a empresa estatal venezuelana de petróleo – proprietária da CITGO nos EUA. Os veículos de propaganda da CIA estão divulgando o meme de que a PDVSA seria tão corrompida e moribunda, que a Venezuela já estaria sendo forçada a importar gasolina dos EUA. É história absolutamente falsa, mas a imprensa-empresa privada, inclusive os veículos e “fontes” que constituem a rede global de propagandistas mantida por Soros, dedicam-se a repetir incansavelmente sempre a mesma mentira, como se fosse fato.

A imprensa-empresa privada, principalmente The Miami Herald, porta-voz das perversões e fantasias dos oligarcas venezuelanos exilados no sul da Florida, exatamente como faz também com os cubanos de direita e com os sionistas nacionalistas que vivem em comunidades fechadas de leitores, também não se cansa de repetir que a Venezuela está sofrendo massiva onda de crimes, porque o presidente Nicolás Maduro é incapaz de prover segurança aos cidadãos. Esse é outro dos velhos truques da CIA, sempre usado para minar governos estáveis em todo o mundo, Iraque, Paquistão e Afeganistão, por exemplo: oferecer ajuda e meios a terroristas e ao crime organizado locais, para que ataquem a população civil.

CIA já usou esse mesmo jogo para fazer sabotagem econômica contra o governo socialista do presidente Salvador Allende no Chile. Na Venezuela, a CIAataca a indústria do petróleo. No Chile, a CIA usou ataques contra a indústria do cobre, para sabotar a base da economia chilena, antes de lançar o sangrento ataque do dia 11/9/1973, quando o presidente Allende foi assassinado, e começou o massacre de seus apoiadores, por esquadrões da morte treinados pelos EUA.

Outros países latino-americanos estão atentos aos ataques clandestinos dos EUA contra a Venezuela. Os EUA suspenderam formalmente a ajuda econômica que davam à Bolívia, depois que o governo de Evo Morales expulsou do país os representantes da USAID, acusados de fomentar a rebelião no país. O Presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou formalmente que seu país está-se retirando do Tratado Interamericano de Mútua Assistência – fachada inventada pelo Pentágono para “legalizar” a implantação de bases militares dos EUA em países latino-americanos.

Vista aérea do Complexo-sede da CIA - Central Intelligence Agency em Langley, Virgínia
Mas, para a CIA, a difícil situação que os EUA enfrentam na América Latina ainda pode ser revertida. Derrubar o governo da Venezuela, por golpe da direita, é ação que, segundo a Agência, pode conter e fazer reverter as tendências de esquerda em outros países.

Memorando de Inteligência da CIA, datado de 29/12/1975, intitulado “Relações Externas em mutação na América Latina” [orig. Latin America’s Changing Foreign Relations], registra a esperança de que o sangrento golpe contra Allende em 1973 tenha tido resultados benéficos para os EUAI. Para a CIA, o fim do governo de Allende e de seu “Terceiro Mundismo” ajudaria a pôr fim à “demagogia” do presidente Luis Echeverria do México, e às políticas para o petróleo de líderes do Equador e Venezuela na OPEP. A CIA errou, como sempre, em sua avaliação da América Latina.

Não só o México, Equador e Venezuela resistiram à pressão norte-americana (os dois últimos foram punidos com a exclusão do Tratado de 1974 de redução de tarifas, sob a lei de Reforma do Comércio dos EUA), mas o Chile votou na Assembleia Geral da ONU contra os EUA e a favor de uma resolução que definiu o sionismo como racismo.

Dado que pressões sutis pela CIA em meados dos anos 1970s não levaram ao resultado esperado na América Latina, a CIA está agora recorrendo a velhos métodos bem testados, para calar seus opositores na América Latina. Os assassinatos do panamenho Omar Torrijos e de Jaime Roldos presidente do Equador – ambos conhecidos por suas políticas anti-EUA, mostraram ao mundo que os EUA não pensam duas vezes ante nenhum tipo de crime.

Hoje, o presidente Obama já mostrou que nada mudou: Obama autoriza semanalmente os “assassinatos premeditados” – operações clandestinas para eliminar pessoas (também civis) que se oponham à dominação norte-americana.
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[*] Wayne Madsen é jornalista investigativo, autor e colunista. Tem cerca de vinte anos de experiência em questões de segurança. Como oficial da ativa projetou um dos primeiros programas de segurança de computadores para a Marinha dos EUA. Tem sido comentarista frequente da política de segurança nacional na Fox News e também nas redes ABC, NBC, CBS, PBS, CNN, BBC, Al Jazeera,Strategic Culture e MS-NBC. Foi convidado a depor como testemunha perante a Câmara dos Deputados dos EUA, o Tribunal Penal da ONU para Ruanda, e num painel de investigação de terrorismo do governo francês. É membro da Sociedade de Jornalistas Profissionais (SPJ) e do National Press Club. Reside em Washington, DC.