quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Foi o ISIS criado para servir a OTAN ?

Turquia mostrou o desespero dos que querem destruir o Estado sírio.


A derrubada do aviões militares russo Su-24 pela Turquia demonstra "desespero absoluto" que reina atualmente entre os atores que buscam e promovem a mudança de regime na Síria, analisa  , escritor, analista político e jornalista Dan Glazebrook.

De acordo com o analista, para explicar "esta provocação, aparentemente sem sentido, é necessário atravessar  multiplas camadas de ofuscação registradas nas narrativas ocidentais sobre a Síria e os combatentes do ISIS ".

Glazebrook argumenta que a crise política na Síria não mudou muito desde o início do conflito em 2011: "o Ocidente, a Turquia e os monarquias do Golfo vêem patrocinando uma série de esquadrões da morte que se empenham em derrubar o governo sírio, enquanto a Rússia, Irã, Iraque, Síria (obviamente) e Hezbollah resistem  a este projeto. "

Foi o Estado islâmico criado para servir a OTAN ?

"A ascensão do Estado islâmico não mudou, fundamentalmente, esta dinâmica subjacente", escreve o autor,  acrescentando que "nas guerras civis, somente existem, realmente, dois lados sempre e na guerra civil da Síria a OTAN permanece do mesmo lado que o  EI". 
Neste sentido, Glazebrook cita as palavras do presidente russo, Vladimir Putin, que qualificou o ataque turco como uma “punhalada pelas costas por parte dos cúmplices de terroristas" e perguntou: "Querem por a OTAN a serviço do ISIS ?”.
 
Putin: ¿Quieren poner la OTAN al servicio del Estado Islámico? 

"Ou, poderíamos ampliar o raciocínio:  foi o Estado islâmico criado para servir a OTAN ?", acrescenta o analista.
Em sua opinião, o início da operação russa na Síria há dois meses ativou   alarmes "no campo da mudança de regime".
"Contrariando toda a sua retórica contra o EI, os EUA e o Reino Unido ficaram claramente  preocupados com o fato da Rússia  realmente levar a cabo uma luta eficaz contra o grupo e restaurar a autoridade do governo em áreas dominadas pelos grupos".

Quanto mais êxito dos russos no terreno, maior é o desespero da coalisão 


"Desde o início, a chave para o sucesso do ISIS (ou EI ou DAESH) foi, em primeiro lugar, a porosa fronteira entre a Síria e a Turquia, através do qual a Turquia tem permitido o livre fluxo de combatentes e armas em duas direções ao longo dos últimos quatro anos e em segundo lugar, os montantes financeiros maciços que o EI recebe tanto das vendas de petróleo como dos países doadores dispostos a vistas grossas ao fluxo de  financiamento do terrorismo ", explica Glazebrook em seu  artículo para RT.

"En las últimas semanas, todo esto ha sido amenazado por la alianza liderada por Rusia (y de la que Francia es cada vez más dispuesta a ser parte)", agrega.
"Nas últimas semanas, tudo isto  veio a carga nas denuncias realizadas pela aliança liderada pela Rússia (e a França está cada vez mais dispostos a fazer parte)", acrescenta.
A semana passada, continua o analista, foi marcada por "uma grande escala ofensiva síria por terra, apoiada pela cobertura aérea russa, precisamente na região da fronteira sírio-turca, que é a linha vital dos 'esquadrões da morte' : um movimento que levou o Ministério das Relações Exteriores da Turquia advertir sobre as graves consequências se os ataques aéreos russos continuassem ".

Ao mesmo tempo, a Rússia lançou uma grande campanha contra a "frota de petroleiros" do ISIS, que é "crucial para o  êxito  financeiro" do grupo terrorista.
"O esmagamento da indústria petrolífera apropriada pelo ISIS não  será somente um duro golpe para todo o projeto de esquadrão da morte, mas também afetará diretamente a Turquia, que, acredita-se, está envolvida no transporte de petróleo produzido pela EI e até mesmo a família do próprio Erdogan .
Há suspeitas que a empresa dirigida por seu filho Bilal está realizando o comércio ilegal ", disse Glazebrook.

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De acordo com o analista, esta medida irá "expor não só a Turquia e a Arábia Saudita, mas também a cidade de Londres, tendo em conta as ligações HSBC con Al Qaeda ".

"Além de tudo  isso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas finalmente aprovou uma resolução  autorizando o uso de "todas as medidas necessárias "contra o Estado islâmico, Al Qaeda  e outros grupos terroristas na Síria, concedendo de maneira efetiva a  aprovação da ONU  a intervenção da Rússia ".

Em 24 de novembro, o Ministério da Defesa russo  confirmou  os informes  de que um bombardeiro tático Su-24 pertencente à Força Aérea da Rússia havia caído na Síria, perto da fronteira com a Turquia. Ainda segundo o Ministério de Defesa russo,  o avião caiu era exclusivamente no território da Síria e não violou a fronteira com a Turquia, tal como informado pelas mídias objetivas de controle.

https://actualidad.rt.com/actualidad/192522-turquia-desesperacion-otan-siria-su24
 

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