quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Guerra, terrorismo e crise econômica global em 2015 — 113 conceitos inter-relacionados

Tudo está inter-relacionado: guerra, terrorismo, estado policial, economia global, austeridade econômica, fraude financeira, governos corruptos, pobreza e desigualdade social, violência policial, Al Qaeda, ISIS, desinformação midiática, racismo, propaganda de guerra, armas de destruição em massa, menosprezo do direito internacional, criminalização da política, CIA, FBI, mudança climática, guerra nuclear, Fukushima, radiação nuclear, crimes contra a humanidade, aliança sino-russa, Síria, Ucrânia, OTAN, false flags, 11 de setembro, Verdade,…
Exige-se uma compreensão geral desta crise mundial: a última seção aborda brevemente a reversão do quadro de guerra, celebração de paz, instauração da justiça social e da verdadeira democracia.
Este artigo compendia citações relevantes (de meus textos) relacionadas a diferentes dimensões desta crise global. Citações de outros autores são indicadas em itálico.
Os links em cada parágrafo indicam a fonte original da citação. 
A globalização da guerra. A longa guerra estadunidense contra a humanidade 
1. Os EUA embarcaram em uma aventura militar, “uma longa guerra”, que ameaça o futuro da humanidade. As armas de destruição em massa da coalizão OTAN-EUA são apresentadas como instrumentos de paz.
2. Grandes operações militares e de inteligência estão sendo realizadas simultaneamente no Oriente Médio, na Europa Oriental, na África Subsaariana, na Ásia Central e no Extermo Oriente . A agenda militar estadunidense combina tanto ações nos principais teatros de operação como operações encobertas, destinadas a desestabilizar estados soberanos.
3. “[O] Plano de campanha de cinco anos [inclui]… sete países, começando com Iraque, depois Síria, Líbano, Líbia, Irã, Somália e Sudão.” General Wesley Clark em “Winning Modern Wars” (p. 130).
4. Em 2005, o ex-vice presidente Dick Cheney colocou, em termos precisos, que o Irã estaria “no topo da lista” dos ‘inimigos marginais’ da América, e que Israel, faria, por assim dizer, “o bombardeio para nós sem ser solicitado” , isto é, sem o envolvimento militar estadunidense e sem que os pressionássemos para que “o fizessem”.
'.O 11 de setembro e a Guerra Global contra o Terrorismo (GWOT) 
5. A “guerra contra o terrorismo” é uma guerra de domínio. A globalização é a marcha final para a “Nova Ordem Mundial”, dominada por Wall Street e pelo complexo militar-industrial dos EUA.
6. O 11 de setembro de 2001 oferece uma justificativa para uma guerra sem limites . A agenda de Washington consiste em estender as fronteiras do Império Americano para facilitar o controle corporativo estadunidense total, enquanto se instalam nos EUA as instituições do Estado de Segurança Interna.
7. A “verdade inaceitável” é que os governos ocidentais, incluindo EUA, Reino Unido, França, OTAN e Israel – enquanto realizam uma autoproclamada “Guerra Global contra o Terrorismo” – oferecem apoio secreto e sistemático às mesmas entidades terroristas que são alvo de suas “guerras humanitárias” e “operações de contra-terrorismo”.
Guerra e crise econômica 
8. Em todas as regiões do mundo, a recessão econômica está profundamente estabelecida, resultando em desempregos massivos, no colapso dos programas de estado social e no empobrecimento de milhões de pessoas.
9. A crise econômica vem acompanhada de um processo de militarização mundial , uma “guerra sem fronteiras” liderada pelos Estados Unidos e por seus aliados da OTAN. A conduta de “longa guerra” do Pentágono está intimamente relacionada com a reestruturação da economia global.
10. “As operações ‘negras’ do Pentágono , inclusive os orçamentos da inteligência neles implícitos, são praticamente iguais em magnitude aos orçamentos totais de defesa do Reino Unido, França ou Japão e são dez por cento do total” (Tom Burghardt).
11. Uma “guerra econômica” instantânea, a qual resulta em desemprego, pobreza e doenças é conduzida pelo livre mercado. As vidas das pessoas estão em queda livre e seu poder aquisitivo é destruído . Na verdade, os últimos vinte anos da economia de “livre mercado” global resultaram, por meio da pobreza e da destituição social, na destruição de vidas de milhares de pessoas.
12. Vastas quantidades de dinheiro são adquiridas através de manipulação de mercado . Frequentemente denominado como “desregulação”, o aparelho financeiro desenvolveu instrumentos sofisticados de manipulação instantânea e de fraude.
13. Com informação interna e conhecimento prévio, os principais actores financeiros, utilizando os instrumentos do comércio especulativo, têm a capacidade para trapacear e falsificar movimentos do mercado em seu benefício, precipitar o colapso de um competidor e arruinar economias de países em desenvolvimento.
14. O que está em jogo é um processo de “limpeza financeira”, no qual os “bancos grandes demais para quebrar” da Europa e norteamericanos (Citi, JPMorgan Chase, Goldman Sachs e outros) deslocam e destroem instituições financeiras de baixo calibre, com vistas à tomada total do “cenário financeiro”.
15. A tendência subjacente aos níveis nacional e global está na direção da centralização e concentração do poder bancário, enquanto leva ao desmoronamento dramático da economia real.
Grécia: Medidas de austeridade 
16. Os credores utilizarão as obrigações da dívida multibilionária da Grécia como forma de impor reformas macroeconômicas mortais, as quais servirão para desestabilizar a economia nacional e, por sua vez, empobrecer a população. Estas reformas são denominadas pelo FMI como ‘política de condicionalidades’, a qual permitirá essencialmente que os credores ditem a política econômica e social.
17. Os credores estão muito interessados em adquirir riqueza real a partir da economia nacional, principalmente na aquisição das instituições bancárias nacionais, suas empresas estatais, sua terra agrícola, etc.
'.Desinformação, propaganda midiática e CIA 
18. A desinformação é sistematicamente “plantada” por operadores da CIA nas salas de redação de grandes jornais, revistas e canais de TV. Empresas externas de relações públicas são frequentemente utilizadas para criar “factóides”.
19. “Um grupo relativamente pequeno de correspondentes bem conectados oferece as manchetes, que conseguem a cobertura no grupo relativamente pequeno das fontes de notícias mainstream, onde os parâmetros do debate são estabelecidos e a “realidade oficial” é consagrada para divulgadores essenciais na cadeia de notícias” (Chaim Kupferberg sobre a cobertura midiática do 11 de setembro).
20. Para manter a agenda de guerra, estas “realidades fabricadas”, despejadas diariamente nos canais de notícias devem tornar-se verdades indeléveis, as quais formam parte de um amplo consenso midiático e político. Neste particular, a mídia corporativa – embora agindo de forma independente do aparelho de inteligência militar – é um instrumento da evolução deste sistema totalitário.
O “terrorismo islâmico” e a mentalidade humana 
21 Os conceitos ISIS-Al Qaeda , repetidos ad nauseam têm potencialmente impactos traumáticos na mente humana e na capacidade de pessoas normais na análise e compreensão do “mundo realmente externo” da guerra, da política e da crise econômica.
22. A Al Qaeda constitui uma abstração estilizada, falsa e quase folclórica do terrorismo, a qual permeia as consciências de milhões de pessoas em todo o mundo.
'.O projeto califado do estado islâmico (ISIS/ISIL/Daesh) 
23. Aqueles que organizaram a campanha de bombardeio são aqueles que estão por trás do Projeto Califado.
24. A milícia do Estado Islâmico, a qual é supostamente o alvo da campanha “contra-terrorista” de bombardeio da coalizão OTAN-EUA, é secretamente apoiada pelos EUA e seus aliados.
25. Os terroristas do Estado Islâmico são a infantaria da aliança ocidental. Enquanto os EUA declaram atacar o Estado Islâmico, na verdade o protege. A campanha aérea tem o objetivo de destruir a Síria e o Iraque, ao invés de “caçar os terroristas”.
26. Uma complexa rede de organizações terroristas afiliadas à Al Qaeda , supervisionada pelas agências de inteligência dos EUA e dos aliados, expandiu-se, e se estendeu para o Oriente Médio, África Setentrional, África Subsaariana, Ásia Central, China Ocidental, Sudeste da Ásia e Ásia Meridional.
A “agenda de contra-terrorismo” de Washington no Iraque e na Síria consiste em apoio a terroristas 
28. A incursão das brigadas do Estado Islâmico (IS) no Iraque iniciada em junho de 2014 integrou-se em uma operação de inteligência militar cuidadosamente planejada e apoiada secretamente pelos EUA, OTAN e Israel.
29. Sem o apoio Ocidental, segundo Vladimir Putin, os terroristas não teriam sido capazes de tomar regiões inteiras do país. “ O propalado Estado Islâmico [ISIS] tomou o controle de um vasto território. Como isto foi possível? ” (discurso de Vladimir Putin na Conferência de Valdai, outubro de 2015).
Forças especiais do Ocidente dão assistência a terroristas na Síria 
30. Forças especiais do ocidente e agentes secretos , incluindo o SAS britânico, paraquedistas franceses, CIA, MI6 e Mossad, integraram as fileiras rebeldes.
31 Suas atividades não se limitam a treino. Estão sistematicamente envolvidos na supervisão de operações terroristas no terreno, juntamente com as forças especiais turcas e do Qatar, bem como milhares de mercenários recrutados a partir de países árabes.
32. Os franceses envolveram-se ativamente na Síria desde o início da insurgência no terreno como contatos de suas contrapartes estadunidenses, britânicas e israelenses. Em fevereiro de 2012, 13 oficiais militares franceses foram detidos em Homs, apontando para a presença de tropas externas em solo sírio no interior de postos rebeldes.
Os aliados da América: apoio da Arábia Saudita, Catar e Turquia ao estado islâmico 
33. A Arábia Saudita, Turquia, Paquistão, Catar, Jordânia e outros países estão envolvidos no recrutamento, treino e financiamento de terroristas islâmicos.
35. A prática da decapitação de civis pelo ISIS operante na Síria provém da Arábia Saudita. A prática de decapitações do ISIL faz parte dos programas de treinamento de terroristas financiados pelos EUA e implementados na Arábia Saudita e no Catar.
Israel e o estado islâmico 
36. Netanyahu não nega que seu governo apoia os terroristas na Síria. O alto comando das forças de defesa de Israel reconheceram que “elementos da jihad global na Síria” têm o apoio de Israel.
37. O Estado de Israel colabora com as autoridades na operação contra-terrorista Charlie Hebdo e também apoia as duas principais entidades terroristas na Síria: o Estado Islâmico (ISIS) e a Frente Al Nusra .
A criminalização do Estado 
38. A “criminalização do Estado” ocorre quando criminosos de guerra legitimamente ocupam cargos de autoridade, os quais habilitam-nos a decidir “quem são os criminosos”, quando, na realidade, são eles próprios.
Guerras perpetradas por agressão violam o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas 
39. Estados Unidos, França e Inglaterra são os países agressores contra a Síria . Eles não podem, em hipótese alguma, invocar o direito de auto-defesa.
40. Por outro lado, a Síria é a vítima do ataque externo e tem o direito de auto-defesa, consoante o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, onde lê-se:  “Nada, na presente Carta, poderá impedir o direito inalienável à auto-defesa coletiva ou individual se um ataque armado é dirigido a um membro das Nações Unidas”. 
Tribunal de Nuremberg.Crimes de guerra 
41. A guerra em escala global conduzida pela coalizão OTAN-EUA é um empreendimento criminoso sob o disfarce de contra-terrorismo. Ela viola a Carta de Nuremberg, a constituição dos EUA e a Carta das Nações Unidas .
42. Segundo o ex procurador-geral de Nuremberg, Benjamin Ferencz, em relação à invasão do Iraque de 2003: “um caso prima facie que pode ser feito é que os Estados Unidos são culpados do crime supremo contra a humanidade – que consiste numa guerra ilegal de agressão contra uma nação soberana.” Ferencz referia-se ao “Crimes contra a Paz e de Guerra” ( Princípio VI de Nuremberg ).
43. O Princípio III de Nuremberg aplica-se diretamente ao presidente Obama e aos chefes de Estado, bem como aos chefes de governo da coalizão OTAN-EUA: “uma pessoa que cometeu um ato que constitui um crime sob o direito internacional na qualidade de Chefe de Estado ou responsável de governo não fica isento de responsabilidade sob o direito internacional”. 
O choque de civilizações: campanha mundial contra os árabes 
44. Uma dicotomia ‘bem’ versus ‘mal’ prevalece: um “Choque de Civilizações”. 
45. O ocidente tem uma “Missão”: “Devemos lutar contra o mal em todas as suas formas como meio de preservar o modo ocidental de vida.” Os perpetradores da guerra são apresentados como vítimas.
Cruzados.46. A “Guerra Global contra o Terrorismo” (GWOT) dirigida contra a Al Qaeda, lançada na sequência do 11 de setembro, está a evoluir rumo a uma completa “guerra religiosa”, uma “santa cruzada” contra o mundo muçulmano .
47. Uma “guerra religiosa” está a desdobrar-se, tendo em vista justificar uma cruzada militar global . Na consciência profunda de muitos americanos, esta “santa cruzada” contra muçulmanos justifica-se.
48. Enquanto o presidente Obama sustenta a liberdade religiosa, a ordem social inquisitorial dos EUA institucionalizou padrões de discriminação, preconceito e xenofobia contra os árabes.
49. O perfilamento étnico aplica-se a viagens, ao mercado de trabalho, ao acesso à educação e a serviços sociais, bem como, de forma geral, ao status social e sua mobilidade.
50. A onda de xenofobia direcionada contra muçulmanos que assolou a Europa Ocidental está vinculada à geopolítica. É parte de uma agenda militar. Consiste em demonizar o inimigo.
51. Países árabes possuem mais de 60 por cento do total das reservas petrolíferas. Por outro lado, os Estados Unidos mal têm 2 por cento. O Iraque possui cinco vezes mais petróleo que os Estados Unidos.
52. Uma vasta parte do petróleo mundial se encontra em terras árabes. O objetivo da guerra liderada pelos EUA é roubar aquelas reservas petrolíferas. E para alcançar este objetivo, estes países serão alvo de guerras, operações secretas, desestabilização econômica e mudanças de regime.
A coalizão OTAN-EUA ameaça a Rússia e a China 
53. A “Ameaça Comunista” da Guerra Fria foi substituída pela ameaça mundial do “Terrorismo Islâmico”.
54. Apesar de a Rússia e China se terem tornado economias capitalistas de “livre mercado”, um primeiro ataque nuclear preventivo é, contudo, considerado.
55. China e Rússia não são mais consideradas “ameaças ao capitalismo”. Muito pelo contrário. O que está em jogo é a rivalidade econômica e financeira entre as potências capitalistas.
56. A aliança sino-russa sob a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) constitui um “bloco competidor capitalista” que mina a hegemonia econômica dos EUA.
57. Em maio de 2014, a Lei de Prevenção de Agressão Russa (RAPA) foi introduzida no senado americano (S 2277), exigindo a militarização da Europa Oriental e dos Países Bálticos, bem como o posicionamento de tropas estadunidenses e da OTAN na fronteira com a Rússia.
58. Na Ásia, os Estados Unidos contribuíram, sob o seu “Eixo para a Ásia”, para estimular seus aliados da Ásia-Pacífico, incluindo Japão, Austrália, Coréia do Sul, Filipinas e Vietnã a que ameaçassem e isolassem a China como parte de um processo de “cerco militar”, que ganhou força em fins da década de 1990.
Arma nuclear.Os perigos da guerra nuclear 
59. Na sequência da Guerra Fria, a compreensão dos perigos de uma guerra nuclear não está mais na ordem do dia. Documentos publicamente disponíveis confirmam que uma guerra nuclear preventiva ainda figura como tática possível para o Pentágono. As armas nucleares, comparadas às dos anos de 1950, são mais avançadas. O sistema de entrega é mais preciso.
60. Para além da China e da Russia, o Irã, a Síria e a Coréia do Norte são alvos de uma guerra nuclear preventiva. Não nos iludamos, o plano do Pentágono de explodir o planeta utilizando armas nucleares avançadas ainda vem à baila.
61. Com uma capacidade explosiva que varia entre um terço a seis vezes uma bomba de Hiroshima, mini ogivas nucleares são consideradas “inofensivas para civis”. A guerra nuclear preventiva é vista como um “empreendimento humanitário” . Os cientistas contratados do Pentágono apoiaram o uso de armas nucleares táticas: elas são “inofensivas aos civis porque a explosão se dá abaixo do solo.”
62. O Pentágono confirmou sua política de um ataque nuclear preventivo à Rússia em resposta ao suposto ataque russo contra a Ucrânia . Se esses ataques nucleares americanos fossem implementados, a humanidade seria precipitada numa Terceira Guerra Mundial, a qual potencialmente seria a “guerra final” no planeta Terra.
63. Deveríamos estar preocupados? As pessoas nos mais altos níveis de governo que decidem o uso de armas nucleares não tem a menor ideia das implicações de suas ações. A ideia de explodir o planeta utilizando armas nucleares é totalmente apoiada pela candidata à presidência Hillary Clinton, que acredita que as armas nucleares são instrumentos de pacificação. Sua campanha eleitoral é financiada por corporações que produzem armas de destruição em massa.
'.
Fidel Castro e os perigos da guerra nuclear 
O autor com Fidel Castro.64. “Os EUA perderiam a guerra convencional e a guerra nuclear não é alternativa para ninguém. Aliás, a guerra nuclear se tornaria inevitavelmente global”. 
65. “Penso que ninguém na terra deseja que a humanidade desapareça. Esta é a razão pela qual penso que o que deveria desaparecer não são apenas as armas nucleares, mas também todas as convencionais. Devemos garantir a paz a todos os povos, sem distinção. 
66. “Em uma guerra nuclear o dano colateral seria a vida humana . Tenhamos a coragem de anunciar que todas as armas nucleares ou convencionais, tudo o que for usado para fazer guerra, deve desaparecer!” 
67. “Trata-se de exigir que o mundo não padeça uma catástrofe nuclear para que se preserve a vida.” Fidel Castro Ruz, Havana, outubro de 2010. (Gravado por Michel Chossudovsky, Havana, outubro de 2010, direito de imagem, Fidel Castro, Michel Chossudovsky).
Fukushima: radiação nuclear global 
'.68. O desastre de Fukushima no Japão trouxe à tona os perigos de uma radiação nuclear mundial . A crise no Japão foi descrita como “uma guerra nuclear sem uma guerra”.
69. Nas palavras do famoso romancista Haruki Murakami : “Dessa vez ninguém nos jogou uma bomba… Preparamos o terreno, cometemos o crime com nossas próprias mãos, estamos destruindo nossas próprias terras, e estamos destruindo nossas próprias vidas”. 
70. A radiação nuclear – a qual ameaça a vida no planeta Terra – não é primeira página dos noticiários em face de questões mais insignificantes de interesse público, incluindo cenas ao nível local de crimes ou notícias de tablóides sobre celebridades de Hollywood.
71. O consenso político duvidoso no Japão, EUA e Europa Oriental é que a crise em Fukushima foi contida. A verdade é o oposto. A partir do que é sabido e documentado, o depósito sistemático de águas altamente radioativas no Oceano Pacífico constitui um disparador potencial de um processo de contaminação radioativa global.
72. Estas águas contêm plutônio 239 e sua libertação no Oceano tem tanto repercussões locais como globais. De acordo com a Dra. Helen Caldicott, se um micrograma de plutônio for inalado pode causar a morte .
Geoengenharia: alteração do clima para fins militares 
73. As técnicas de modificação ambiental (ENMOD) para uso militar constituem, no atual contexto de guerra global, a arma suprema de destruição em massa.
74. Tema raramente reconhecido no debate global de mudança climática, o tempo mundial agora pode ser modificado como parte de uma nova geração de armas eletromagnéticas sofisticadas. Os EUA e a Rússia desenvolveram habilidades de manuseio do clima para uso militar.
75. A manipulação do clima é a arma preventiva par excellence . Pode ser ativada contra países inimigos ou até “nações amistosas”, sem que o saibam. A guerra climática constitui uma forma secreta de guerra preventiva. A manipulação do clima pode ser utilizada para desestabilizar economias, ecossistemas, bem como agriculturas adversárias.
O ressurgimento do nazismo na Ucrânia 
76. A verdade proibida é que o ocidente engendrou na Ucrânia – por meio de uma meticulosa operação secreta – um regime proxy integrado por neonazis.
77. Fato desconhecido de muitos americanos, o governo americano está canalizando recursos financeiros, armas e treino para uma entidade neonazista – a qual é parte da Guarda Nacional da Ucrânia – o Batalhão Azov (Батальйон Аэов). O Canadá e a Inglaterra confirmaram que também apoiam a Guarda Nacional.
78. O Batalhão Azov – que ostenta “oficialmente” o emblema nazista – é descrito pelo regime Kiev como “um batalhão voluntário de defesa territorial”. Trata-se de um batalhão da Guarda Nacional sob a jurisdição do Ministério de Assuntos Internos, o equivalente ao Departamento de Segurança Interna americano.
79. O Batalhão Azov apoiado por seus parceiros ocidentais não está apenas envolvido em operações paramilitares na Ucrânia Oriental. Também está gerindo um projeto de treino militar em regime de campo de férias para crianças, como parte de seu programa de doutrinação nazista e de treino .
80. Com os nomeados políticos do Svoboda e do Right Sector encarregados da segurança nacional e das forças armadas, um verdadeiro movimento contestatário de base contra as reformas macroeconômicas mortais do FMI será provavelmente reprimido brutalmente pelos “camisas marrons” do Right Sector, bem como pela Guarda Nacional conduzida por Dmitri Yarosh, por conta da Wall Street e do Consenso de Washington.
O estado policial 
81. Em vez de tomarem providências em relação a uma catástrofe social iminente, os governantes do ocidente, que servem os interesses das elites econômicas, instalaram um estado policial “Big Brother” , com um mandato para confrontar e reprimir todas as formas de oposição e dissidência.
82. Agora, o Departamento de Defesa autoriza a disposição interna de tropas americanas para “a condução de operações fora do âmbito da guerra”, incluindo atividades de imposição da lei e a repressão de “distúrbios civis”.
83. A revogação da democracia é vista como meio de garantir “segurança interna” e sustentar liberdades civis .
84. Um departamento do FBI fundado em 2004 no governo Bush contribuiu para a integração da imposição da lei à espionagem interna . Seu mandato foi essencialmente político, voltado para a repressão de todas as formas de oposição política e social nos EUA.
85. De acordo com um Relatório do Conselho de Segurança Interna de 2004, é dito que estes “conspiradores” internos estão agindo em conluio com “terroristas externos”. O Relatório identificou “grupos internos radicais” e “funcionários descontentes”.
Os ataques terroristas de Paris, 13 de novembro de 2015 
86. Os ataques de 13 de novembro foram imediatamente seguidos pela decretação de um Estado de Emergência, o fechamento das fronteiras francesas, bem como a suspensão de liberdades civis como forma de – segundo o presidente François Hollande – salvaguardar os valores democráticos.
87. As mortes trágicas foram usadas pelo governo Hollande (com o apoio da mídia) para estimular o público a aceitar a implementação de medidas de estado policial, para o interesse da república francesa, especialmente no que toca a segurança nacional francesa contra um autoproclamado “estado islâmico” ilusório com base no norte da Síria, que na verdade é criação da inteligência norteamericana.
88. As medidas também incluem procedimentos que habilitam a polícia a realizar prisões arbitrárias e buscas em residências sem mandados, na área metropolitana da Paris, iniciando uma potencial campanha de ódio contra a população árabe na França.
89. Estas medidas drásticas do estado policial (incluindo a revogação do habeas corpus), empreendidas pelo presidente Hollande, foram tomadas sem um relatório de inquérito policial.
Mudar o quadro da guerra, construindo paz, democracia e justiça social 
90. A propaganda de guerra difundiu-se gradativamente. A guerra é justificada como operação de paz.
'.91. Quando a guerra se transforma em paz, o mundo vira de cabeça para baixo. A conceptualização já não é mais possível. Surge um sistema social inquisitório. O consenso é travar a guerra. As pessoas não conseguem mais pensar por si mesmas. Elas aceitam a autoridade e a visão da ordem social estabelecida.
94. A questão não é se a guerra vai ou não acontecer, mas quais os instrumentos à nossa disposição que nos permitirão contornar e, de uma vez por todas, desarmar esta agenda militar global. 
95. Criminosos de guerra ocupam cargos de autoridade. A cidadania é estimulada a apoiar governantes, os quais estão “comprometidos com sua segurança e bem estar”. Através da desinformação midiática, a guerra é justificada como mandato humanitário.
96. A legitimidade da guerra deve ser discutida. Apenas o sentimento anti-guerra não desarma uma agenda militar. Oficiais de alto escalão do governo Obama, membros das forças militares e do congresso americano têm autoridade delegada para apoiar uma guerra ilegal.
97. Um segmento significativo do movimento anti-guerra foi cooptado. Agimos contra a guerra, mas apoiamos a “guerra contra o terrorismo”. Podemos contar com um discurso político ambíguo.
98. Como, de forma eficiente, acabar com a agenda de guerra e do estado policial?
99. Principalmente negando a “guerra contra o terrorismo” e a guerra religiosa contra a “jihad islâmica”, a qual constitui a própria base da doutrina de segurança nacional americana.
100. Sem a “guerra contra o terrorismo”, os políticos do alto escalão não têm onde se escorar. Uma vez revelada plenamente a Grande Mentira, a legitimidade é derrubada tal como um castelo de cartas.
101. Qual a melhor forma de alcançar este objetivo? Desmascarar totalmente as mentiras subjacentes à “guerra contra terrorismo” e revelar o fato amplamente documentado do apoio de governos ocidentais aos terroristas, isto é, são patrocinadores estatais do terrorismo.
102. A propaganda midiática apoia a legitimidade da “guerra contra o terrorismo”. “Grupos malignos estão à espreita”, a jihad é apontada como ameaça ao mundo ocidental.
103. Os patrocinadores da guerra e de seus crimes devem ser apontados, incluindo empresas petrolíferas, empreiteiras de defesa, instituições financeiras e a mídia corporativa, os quais se tornaram parte da máquina da propaganda de guerra.
Mudança de regime no ocidente 
104. O que se exige é uma rede anti-guerra de base, um movimento de massas em níveis nacional e internacional , os quais desafiem a legitimidade dos principais atores militares e políticos, bem como seus patrocinadores, e que operariam de modo instrumental para remover aqueles que governam em nosso nome.
105. Esta não é uma tarefa fácil. O primeiro passo é quebrar o consenso e que seja feito por meio do que podemos descrever como contra-propaganda. É neste contexto que a Verdade se torna uma arma poderosa.
106. A construção deste tipo de rede levará tempo para se desenvolver. Inicialmente, tal rede deveria concentrar-se em desenvolver uma firme posição anti-guerra dentro das organizações civis (e.g. sindicatos, organizações comunitárias, organizações profissionais, federações estudantis, conselhos municipais, etc). Entretanto, em muitas destas organizações – as quais incluem ONGs, tais como a Anistia Internacional – a liderança foi cooptada; muitas destas organizações são generosamente financiadas por fundações corporativas. Consequentemente, desde 2003, o movimento anti-guerra em países do ocidente está praticamente inativo.
107. Desmascarar a mentira significa desmascarar o projeto criminoso de destruição global, no qual a busca pelo lucro é sua força capital.
108. Esta agenda militar guiada pelo lucro destroi os valores humanos e transforma as pessoas em zumbis inconscientes.
109. Vamos virar a mesa rompendo o consenso, especialmente rompendo o aparelho de propaganda.
110. Influenciar a opinião pública não é o suficiente; o que tem de ser empreendido é a quebra do processo de propaganda interna dentro do governo, do sistema judiciário, das agências de aplicação da lei, do corpo militar, da inteligência, etc. Em última instância, estas são as áreas privilegiadas onde as decisões são tomadas.
111. A doutrina das forças armadas americanas é a “guerra contra o terrorismo”. Está profundamente consolidada. Oferece uma “Causa Justa” para a guerra. É a força motriz das tropas. É utilizada para construir legitimidade aos bombardeios. O que precisa ser feito é quebrar o processo de tomada de decisão dentro da arena militar por meio de contra-propaganda.
112. William Shakespeare é certeiro ao descrever, no mundo contemporâneo, os arquitetos da Nova Ordem Mundial: “O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.” 
113. Nossa tarefa inegável é enviar os “demônios” de nosso tempo, os autoproclamados arquitetos da “democracia” e do “livre mercado”, para o lugar que merecem.
Michel Chossudovsky,
25/Dezembro/2015
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/… .
Tradução de Sergio R. A. de Oliveira.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/.

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