domingo, 27 de setembro de 2009

ESTADO TERRORISTA DE ISRAEL FORNECE BOMBAS PARA O ATAQUE A EMBAIXADA BRASILEIRA EM HONDURAS



Laerte Braga
O holocausto não é um “privilégio” do povo judeu. Ao lado de judeus foram massacrados nos campos de concentração nazistas os negros, homossexuais e minorias outras.

O povo palestino vive um holocausto só que agora praticado por judeus/sionistas. O estado de Israel é um estado terrorista e esse desvio dos ideais do povo judeu foi previsto pelo físico Albert Einstein, judeu, numa carta publicada no final dos anos 40, pelo jornal THE NEW YORK TIMES. Einstein citava explicitamente Menachen Béguin, acusando-o de terrorista.

Nas prisões de Israel estão perto de mil cidadãos judeus processados ou por deserção (recusam-se às práticas terroristas do exército de Israel contra palestinos), ou por atos públicos de repúdio ao terrorismo sionista que governa Israel desde os primeiros momentos em 1948.

O MOSSAD, chamado serviço secreto de Israel não é um serviço de inteligência. É uma força militar para assassinatos, seqüestros, torturas e atua em todo o mundo em aberta e absoluta parceria com a CIA, seu similar norte-americano. É, portanto, uma organização terrorista.

No Brasil, especificamente, atua na chamada Tríplice Fronteira, onde moram centenas de milhares de árabes, inclusive palestinos. No governo FHC o presidente Clinton chegou a sugerir a presença de “terroristas” da Al Qaeda, fato mais tarde também citado pelo governo Bush, como justificativa para uma base militar dos EUA na região.

Os objetivos eram outros, como outros são os objetivos das bases militares na Colômbia.

As bombas atiradas contra a embaixada do Brasil em Honduras, Tegucigalpa, são de fabricação israelense, entraram no país em vôos clandestinos e a negociação entre o governo golpista de Michelleti e o governo de Israel com as empresas fabricantes foi conduzida por Yehuda Leitner, terrorista israelense que opera situações semelhantes em várias partes do mundo.

As empresas fabricantes são a ALFACOM e a INTERCOM. Ambas de capital norte-americano e israelense.

Há uma diferença entre o povo judeu e o governo terrorista de Israel. Ser judeu não significa ser terrorista, mas ser sionista sim e o governo israelense é sionista, tem as mesmas práticas dos nazistas de Hitler. Esse tipo de denúncia tem sido feito sistematicamente por intelectuais judeus, militantes e reflete a indignação que Einstein manifestou em sua carta ao THE NEW YORK TIMES há quase 70 anos.

O Estado de Israel é terrorista e o MOSSAD mera agência de seqüestradores, assassinos e torturadores.

Um repórter fotográfico da agência FRANCE PRESS relatou aos seus editores que várias das pessoas que se encontram na embaixada do Brasil em Honduras passaram mal em seguida ao lançamento de bombas israelenses contra o prédio e no interior do prédio.

O fotografo está dentro da área da legação brasileira.

Em Honduras acontece uma carnificina contra civis que se opõem ao golpe militar que derrubou o presidente Zelaya. O país está praticamente paralisado já que o povo não aceita a quartelada. Foi uma ação conjunta de elites hondurenhas, grupos econômicos norte-americanos com orquestração da embaixada dos EUA e presença ativa de militares norte-americanos (há uma base no país) e agentes do MOSSAD.

Agentes do MOSSAD fazem o que chamam de serviço sujo, tamanha a crueldade com que agem.

Transformar o holocausto em pretexto para práticas semelhantes e querer que as críticas ao sionismo sejam vistas como anti-semitismo é uma prática comum, historicamente comum. Apropriar-se de um fato e vestir-lhe a roupa que convém, dar-lhe a versão que desejam em função de interesses de grupos, de minorias.

O que está criando complicações para o terrorismo golpista em Honduras é a resistência pacífica do povo hondurenho. Não contavam que cidadãos e cidadãs fossem capazes de resistir com tamanha bravura à investida de bestas/feras travestidas de militares.

Um carro da embaixada do Brasil foi objeto de ataque de militares hondurenhos e todos os ocupantes submetidos a revista e constrangimentos, ontem, sexta-feira. Bombas sonoras israelenses estão instaladas à frente da embaixada, em funcionamento e operadas por agentes do MOSSAD encapuzados para não serem identificados em estreita colaboração do terrorismo sionistas de Israel com os golpistas.

Michelletti permanece no poder com a cumplicidade omissa dos EUA e a ação suja do governo de Israel.

A grande mídia brasileira subordinada a esses interesses está tentando de todas as formas confundir a opinião pública do País e desqualificar a ação do governo brasileiro. Há necessidade de mais firmeza mesmo que os EUA estejam fazendo de conta que não é com eles.

Obama é um embuste. Os militares da base norte-americana em Honduras agem sem se esconderem em ações conjuntas com os golpistas hondurenhos.

Dentro do próprio governo o ministro Celso Amorim tem sido hostilizado por conta de ministros ligados às elites brasileiras favoráveis ao golpe. É o resultado das alianças de Lula que, neste momento, se mostram muito mais pesadas e nocivas.

A luta pelo restabelecimento da democracia real em Honduras ultrapassa a simples volta do presidente Zelaya ao poder. É a própria dignidade latino-americana em jogo.

Elites e mídia brasileiras, como as hondurenhas, as chilenas, as argentinas, todas, são apátridas. E militares, em sua grande maioria, são meros agentes repressores desse tipo de terrorismo.

Democracia para eles é apenas um jogo de palavras para confundir e iludir a opinião pública.

Hoje pela manhã, em Honduras ocorreram várias manifestações pela volta da legalidade. À tarde uma grande marcha acontecerá em Tegucigalpa. Há cerca de 200 soldados terroristas/golpistas cercando a embaixada do Brasil e há notícias não confirmadas da chegada de um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Brasil ao país. Já estaria na embaixada, onde médicos atendem às vítimas das bombas israelenses. Esses médicos ou furaram o bloqueio, ou já lá estavam, pois a Cruz Vermelha Internacional denunciou que o governo golpista não permitiu acesso de seus integrantes ao prédio da embaixada em claro desrespeito à legislação internacional.

O momento exige em função da dignidade nacional, apesar da GLOBO, da FOLHA DE SÃO PAULO, de VEJA, organizações ligadas a grupos estrangeiros e controladas por eles. Da reação de funcionários brasileiros do governo dos EUA, caso de José Serra. E das elites enclausuradas no castelo FIESP/DASLU, espécie de castelo dos dráculas do Brasil. Exige respostas claras, firmes e decididas do governo. Está claro que Obama está fritando Lula e o Brasil.

Ou somos uma nação soberana, ou somos um grande auditório da GLOBO. Com aquele monte de moças bonitas nas primeiras filas, contratadas para exibir pernas e fazer caras, nos aplausos dirigidos pelos donos.

É optar por enfrentar se afirmar ou jogar por terra esse momento que é ímpar na história do Brasil e da integração dos povos latino-americanos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Comitê de Solidariedade inaugura na Cisjordânia escola profissionalizante com cursosinternacional

Comitê de Solidariedade inaugura na Cisjordânia escola profissionalizante com cursos
Gratuitos

Khader Othman

O COMITÊ Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino materializamos seu amor pela Palestina no dia 14 de agosto através da inauguração de escola técnica na cidade de Beit-ur, Cisjordânia, uma instituição pública e gratuita com cursos profissionalizantes para os palestinos. Longe dos discursos teóricos, longe de gritos e ofensas à invasão sionista do Estado de Israel na Palestina, transformamos as lágrimas pela situação atual do povo palestino em esperança promissora. A solidariedade, para ser efetiva, tem que ser concreta. Transformamos nosso apoio à resistência nacional palestina em ação sólida, viva, cheia de amor.

Os “palestinos na diáspora” – um grupo de brasileiros de origem Palestina –, dominados pela justiça, assumiram seu dever cívico perante a Pátria- mãe e consolidaram este projeto. Sabemos ser impossível derrotar a ocupação israelense somente pela crítica. É urgente e necessário criar condições para o nosso povo resistir e continuar lutando em nosso país. Todos os meios de lutas são possibilidades para acabar com essa odiada invasão sionista do Estado de Israel e juntar os
trapos dessa Pátria para tentar construir a Palestina, uma pátria unida.

Beit-ur é uma cidade muito pobre e carente, como outras na Cisjordânia, mas agora seu cotidiano será transformado com a chegada da escola técnica. São 150 vagas que possibilitarão uma formação qualificada, proporcionando assim uma vida digna e de trabalho honesto para palestinos que, daqui a dois anos, sustentarão suas famílias.

São oficinas técnicas, divididas entre alunos femininos e masculinos, com a oferta de seis cursos profissionalizantes. São oficinas de Cabeleireiros e Beleza; de Corte e Costura, Bordados e Modelagem; de Informática; de Esquadrias de Alumínio; de Sistemas de Calefação e Refrigeração; e de Ferragem, Esquadrias, Cercas e Proteções.

No dia da inauguração da escola, colocamos uma faixa que ornamentava o prédio, com a linda poesia de Mahmoud Darwish:
Os grãos de uma espiga de trigo
Espalhados aqui e acolá
Enchem todo o vale de espigas

Este é o nosso lema. Nossa ideia não é isolada, mas uma construção coletiva em busca da libertação da Palestina. Foram três anos de trabalho, um acúmulo de esforços e sonhos de muitos militantes. Concluímos as negociações com a adoção do projeto pelo Ministério de Trabalho da Autoridade Nacional da Palestina.

Na inauguração, contamos com a presença de várias personalidades palestinas e membros da Autoridade Nacional e, em especial, de Ligia Maria Scherer, chefe da Delegação Especial do Brasil na Palestina, com Escritório-sede na cidade de Ramallah. Lígia aplaudiu a ideia e discursou para os presentes relatando as várias obras que o governo brasileiro está executando
nos territórios palestinos. Como nos ensinou Darwish: estamos plantando... o vale está cheio de espigas.

Unidade da esquerda

Outra coisa que me chamou bastante atenção nessa viagem para a Palestina foi o intenso movimento dos intelectuais e do povo em geral em torno da unificação da esquerda como uma resposta viável e prática para a crise interna. Somente a unificação das forças progressistas apontará uma saída para a crise que o processo de paz sofre nas mãos do imperialismo internacional.

Fruto desse esforço foi a conferência internacional “Experiências de unificação e renovação da esquerda na Palestina e no mundo”, realizada em Ramallah entre os dias 26 a 28 de junho, onde muitos militantes e intelectuais progressistas e de esquerda trocaram experiências e contribuíram para o amadurecimento da ideia de unificação. O processo de unificar a esquerda ganhou fôlego forte e esse tema predomina o debate entre os palestinos.

A Palestina que queremos

A população Palestina é de 11,2 milhões de pessoas. Atualmente, 5,2 milhões vivem no seu solo pátrio, nos territórios de Gaza e Cisjordânia, de forma subumana, desprovidas de direitos básicos, como acesso a hospitais, transportes, escolas, universidades, empregos e o direito mais elementar: o de ir e vir. Outros 6 milhões de palestinos vivem como refugiados em ouros países, sonhando com o dia de retornar.

O povo palestino deseja a paz e sua forma de defesa é a intifada, um posicionamento de libertação no qual são utilizados paus, pedras e seus corpos contra todo o armamento sofisticado do exército israelense apoiado pelo imperialismo estadunidense. Defendemos a Palestina democrática e laica, em seu solo pátrio histórico, com o retorno dos refugiados palestinos, e Jerusalém como sua capital, onde possam viver em harmonia e fraternidade cristãos, muçulmanos e judeus, como era antes de 1947.

Solidariedade
Os Comitês de Solidariedade cumprem o importante papel de divulgadores da causa palestina. Através de palestras, debates e eventos, propagamos informações sobre a luta de resistência do povo palestino.

No Brasil existem muitos comitês de solidariedade realizando um belo trabalho. Desde 2000, nosso Comitê Catarinense contribui para que a Palestina esteja presente nos corações e mentes dos brasileiros, povo este tão solidário à causa palestina, causa esta da humanidade.

São 62 anos de luta em defesa da Palestina livre. Convocamos a todos para, no dia 29 de novembro, Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, declararem-se palestinos, pois somos todos brasileiros, somos todos palestinos em busca da justiça.

Em 29 de novembro de 1947, a ONU, através da resolução 181, impôs a partilha do solo pátrio da Palestina para a criação do Estado de Israel. O restabelecimento da Palestina é uma tarefa de todos nós.

Khader Othman é do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino.
E-mail: comitepalestinasc@yahoo.com.br.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O encontro tripartite é inútil e semeia ilusões


A margem da reunião da Assembléia Geral dasa Nações Unidas, a Casa Branca anunciou um encontro tripartite , Obama, Abas e Netanyahu, em Nova York .
A FDLP declara que este encontro é absolutamente inútil , uma vez que Israel mantém e prossegue com a colonização em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada; semeia a ilusão na opinião pública e nos países integrantes da Assembléia Geral; enfraquece a Campanha do Bloqueio Internacional imposto sobre o governo de direita e ultra direita de Netanyahu. Além de encobrir às políticas agressivas expansionistas do sionismo em Jerusalém e Cisjordânia e o Bloqueio à Faixa de Gaza
A FDLP enviou na manhã de 18 de setembro, uma mensagem ao presidente da Autoridade Nacional, Mahaboud Abbas, se posicionando contra sua ida a tal encontro tripartite, uma vez que continua a construção dos assentamentos mesmo depois da do enviado americano George Mitchel ter como missão justamente deter as construções.
A mensagem enviada a ANP não só rechaça o anuncio político tripartite visando o reatamento das conversações como a posição de exigir que se detenha imediatamente a expansão colonial antes das negociações se iniciarem.
As resoluções de unidade nacional do Comitê Executivo da OLP determina exatamente isso: “ Não há negociações antes de se deter totalmente o colonialismo”
A declaração convoca os países árabes a tomar posição unida de apoio ao povo palestino no sentido de paralisar totalmente a expansão colonial e rechaçar “ a normalização” das relações com o governo sionista, assim como insistir que o ocupante abandone os territórios árabes e palestinos ocupados em 1967 e se garanta os direitos nacionais do povo palestino a autodeterminação, o Estado independente com Jerusalém capital e o retorno de todos os refugiados, resolução 194 das nações Unidas.
Oficina Central de Información del
Frente Democrático para la Liberación de Palestina
21 de septiembre del 2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Manifesto em defesa do MST

(para adesão ao manifesto, por favor envie e-mail para lmarinamst@gmail.com ou mariiduque@gmail.com )


“...Legitimam-se não pela propriedade, mas pelo trabalho,

nesse mundo em que o trabalho está em extinção.

Legitimam-se porque fazem História,

num mundo que já proclamou o fim da História.

Esses homens e mulheres são um contra-senso

porque restituem à vida um sentido que se perdeu...”

(“Notícias dos sobreviventes”, Eldorado dos Carajás, 1996).




A reconstrução da democracia no Brasil tem exigido, há trinta anos, enormes sacrifícios dos trabalhadores. Desde a reconstrução de suas organizações, destruídas por duas décadas de repressão da ditadura militar, até a invenção de novas formas de movimentos e de lutas capazes de responder ao desafio de enfrentar uma das sociedades mais desiguais do mundo. Isto tem implicado, também, apresentar aos herdeiros da cultura escravocrata de cinco séculos, os trabalhadores da cidade e do campo como cidadãos e como participantes legítimos não apenas da produção da riqueza do País (como ocorreu desde sempre), mas igualmente como beneficiários da partilha da riqueza produzida.

O ódio das oligarquias rurais e urbanas não perde de vista um único dia, um desses novos instrumentos de organização e luta criados pelos trabalhadores brasileiros a partir de 1984: o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST. E esse Movimento paga diariamente com suor e sangue – como ocorreu há pouco no Rio Grande do Sul, por sua ousadia de questionar um dos pilares da desigualdade social no Brasil: o monopólio da terra. O gesto de levantar sua bandeira numa ocupação, se traduz numa frase simples de entender e, por isso, intolerável aos ouvidos dos senhores da terra e do agronegócio. Um País, onde 1% da população tem a propriedade de 46% do território, defendida por cercas, agentes do Estado e matadores de aluguel, não podemos considerar uma República. Menos ainda, uma democracia.

A Constituição de 1988 determina que os latifúndios improdutivos e terras usadas para a plantação de matérias primas para a produção de drogas, devem ser destinados à Reforma Agrária. Mas, desde a assinatura da nova Carta, os sucessivos Governos têm negligenciado o seu cumprimento. À ousadia do MST de garantir esses direitos conquistados na Constituição, pressionando as autoridades através de ocupações pacíficas, soma-se outra ousadia, igualmente intolerável para os senhores do grande capital do campo e das cidades: a disputa legítima e legal do Orçamento Público.

Em quarenta anos, desde a criação do INCRA (1970), cerca de um milhão de famílias rurais foram assentadas. Mais da metade, entre 2003 e 2008. Para viabilizar a atividade econômica dessas famílias, para integrá-las ao processo produtivo de alimentos e divisas no novo ciclo de desenvolvimento, é necessário travar a disputa diária pelos recursos públicos. Daí resulta o ódio dos ruralistas e outros setores do grande capital, habituados desde sempre ao acesso exclusivo aos créditos, subsídios e ao perdão periódico de suas dívidas.

O compromisso do Governo de rever os critérios de produtividade para a agricultura brasileira, responde a uma bandeira de quatro décadas de lutas dos movimentos dos trabalhadores do campo. Ao exigir a atualização desses índices, os trabalhadores do campo estão apenas exigindo o cumprimento da Constituição Federal, e que os avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas quatro décadas, sejam incorporados aos métodos de medir a produtividade agrícola do nosso País.

É contra essa bandeira que a bancada ruralista do Congresso Nacional reage, e ataca o MST. Como represália, buscam, mais uma vez, articular a formação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o MST. Seria a terceira em cinco anos. Se a agricultura brasileira é tão moderna e produtiva – como alardeia o agronegócio, por que temem tanto a atualização desses índices?

E, por que não é criada uma única CPI para analisar os recursos públicos destinados às organizações da classe patronal rural? Uma CPI que desse conta, por exemplo, de responder a algumas perguntas, tão simples como: O que ocorreu ao longo desses quarenta anos no campo brasileiro em termos de ganho de produtividade? Quanto a sociedade brasileira investiu para que uma verdadeira revolução – do ponto de vista de incorporação de novas tecnologias – tornasse a agricultura brasileira capaz de alimentar nosso povo e se afirmar como uma das maiores exportadoras de alimentos? Quantos perdões da dívida agrícola foram oferecidos pelos cofres públicos aos grandes proprietários de terra, nesse período?

O ataque ao MST extrapola a luta pela Reforma Agrária. É um ataque contra os avanços democráticos conquistados na Constituição de 1988 – como o que estabelece a função social da propriedade agrícola – e contra os direitos imprescindíveis para a reconstrução democrática do nosso País. É, portanto, contra essa reconstrução democrática que se levantam as lideranças do agronegócio e seus aliados no campo e nas cidades. E isso é grave. E isso é uma ameaça não apenas contra os movimentos dos trabalhadores rurais e urbanos, como para toda a sociedade. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que custou os esforços e mesmo a vida de muitos brasileiros, que está sendo posta em xeque. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que está sendo violentada.

É por essa razão que se arma, hoje, uma nova ofensiva dos setores mais conservadores da sociedade contra o Movimento dos Sem Terra – seja no Congresso Nacional, seja nos monopólios de comunicação, seja nos lobbies de pressão em todas as esferas de Poder. Trata-se, assim, ainda uma vez, de criminalizar um movimento que se mantém como uma bandeira acesa, inquietando a consciência democrática do país: a nossa democracia só será digna desse nome, quando incorporar todos os brasileiros e lhes conferir, como cidadãos e cidadãs, o direito a participar da partilha da riqueza que produzem ao longo de suas vidas, com suas mãos, o seu talento, o seu amor pela pátria de todos nós.

CONTRA A CRIMINALIZACÃO DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA.


PELO CUMPRIMENTO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUE DEFINEM AS TERRAS DESTINADAS À REFORMA AGRÁRIA.

PELA ADOCÃO IMEDIATA DOS NOVOS CRITÉRIOS DE PRODUTIVIDADE PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA.

Brasília, 21 de setembro de 2009

PÉDRO TIERRA
OSVALDO RUSSO
PLINIO ARRUDA SAMPAIO
EDUARDO GALEANO
HELOISA FERNANDES