terça-feira, 29 de novembro de 2016

Dia Internacional de Solidariedade com a Palestina: nada para comemorar



Kisan, Cisjordania, marzo 2015. Foto: Kayla Louise.
Kisan, Cisjordania, marzo 2015. Foto: Michaela Whitton


Por Maria Landi
Em 29 de novembro, é celebrado o Dia Internacional de Solidariedade com a Palestina, instituído pela ONU em 1977. Neste dia, em muitos países em todo o mundo, comitês de solidariedade e  governos realizam atos de comemoração, agitando bandeiras palestinas e fazem discursos inflamados a favor da causa palestina. Mas dificilmente há uma data mais ambígua no calendário dessa causa, isso implica que o apoio ao direito do povo palestino à autodeterminação é celebrado no mesm o dia em que a comunidade internacional decidiu despoj-lo de mais da metade de seu território. 

 Na verdade, a data recorda a Resolução 181 da Assembleia Geral (AG) da ONU, que em 1947 recomendou a divisão do território da Palestina histórica para criar dois Estados, um judeu e um árabe. A proposta tinha sido feita por uma comissão especial (UNSCOP) criada para resolver a questão palestina, depois que o governo britânico anunciou a sua decisão de deixar a Palestina, em fevereiro de 1947 , deixando  à ONU o futuro do país. Na Comissão Especial (UNSCOP) os países ocidentais e seus aliados conseguiram se impor sobre os árabes e aprovar o plano de partição por maioria (como um consenso não foi alcançado), com total desprezo pelos interesses dos povos árabes nativos.

A resolução 181 é geralmente invocada como base para a criação do Estado de Israel pela ONU. O sionismo a  considera  sua «pedra angular». No entanto, muitos especialistas apontam a falácia de semelhante afirmação  com solidez jurídica  e histórica: nem a Assembleia Geral (AG) nem o Conselho de Segurança tem  poder de criar , nem  para dividir  países ou dispor do seu território;  de modo que o texto da resolução fala sempre de recomendação . Ainda assim, como bem apontam os países árabes, a proposta foi contra a letra e o espírito da Carta da ONU.

Houve também fortes argumentos contra a ideia de divisão,  porque negava a vontade e o direito de autodeterminação do povo palestino; um direito recém consagrado na nova marca da ONU, num contexto mundial e regional de descolonização e da emergência de estados independentes. No entanto, cedendo à pressão sionista, ignorando as vozes  críticas e até mesmo a  proposta sensata dos países árabes de levar a questão ao Tribunal Internacional de Justiça, a AG aprovou a recomendação.


A ideia de dividir o território entre o povo nativos e os colonos  imigrantes nunca foi levantada em qualquer outro evento histórico. Além disso, o plano concedia a minoria judaica imigrante 54 por cento do território; uma divisão de todos os pontos de vista injusta e arbitrária, considerando as realidades demográficas do país. No final do século XIX  as pessoas de religião judaica constituíam 2 por cento da população da Palestina. No final da Primeira Guerra Mundial – já iniciada a imigração sionista -  chegou a 10 por cento. A contínua e massiva imigração de imigrantes vindo da Europa promovido pelo sionismo e facilitada pelo Mandato Britânico, ante o protesto e a resistência da população nativa, fez com que no final da Segunda Guerra Mundial os imigrantes  judeus representassem  um terço da população  Palestina - embora a maioria era de imigrantes europeus .

O que é pouco analisado é a triste papel desempenhado pelos países latinos americanos, aliados de uma Europa com uma má consciência pelo recente holocausto e preso em sua área de influência. Guatemala,  Peru e Uruguai se integravam o UNSCOP e se  alinharam com a posição recomendada  pela partição da Palestina. E na Assembleia Geral, a grande maioria dos nossos países votou  a favor; outro grupo menor se abstiveram e só Cuba votou contra. Em um mundo que  emergia  dos horrores da II Guerra Mundial, uma ONU recém-criada para  não repeti-los e, em pleno impulso descolonização do Médio Oriente, os países latino-americanos viraram as costas para o povo diretamente afetado  pelo projeto colonial europeu, alinhando-se com os novos e velhos colonizadores.  Até hoje Israel nunca perde a oportunidade para lembrar e agradecer o apoio Latino-Americano ao seu nascimento.

Convém  esclarecer que os sionistas, que não  simpatizavam com a partição da Palestina  porque queriam a totalidade da "Terra de Israel", ainda assim aceitaram a solução como  temporária, uma vez agora tinham o pretexto que precisavam para iniciar a conquista e apropriação do território palestino restante.


De fato, imediatamente após aprovada  a resolução, as milícias sionistas iniciaram , em dezembro de 1947, a limpeza étnica de aldeias, vilas e cidades palestinas, expulsando violentamente a população árabe e destruindo  sua infraestrutura urbana para tornar  impossível seu retorno e para apagar os vestígios dos  crimes que cometeram. Na narrativa sionista oficial, a "guerra de independência" israelense começou com "a agressão dos exércitos árabes vizinhos", em maio de 1948; mas a pesquisa histórica deixou claro que muito antes de um único soldado árabe pisar na Palestina para deter o avanço das forças sionistas, eles, os sionistas,  já haviam despovoado, assassinado e destruído muitas cidades palestinas.

 

O resultado da agressão contra o povo palestino foi que um ano depois  os sionistas  haviam conquistado quase 80 por cento do território palestino. E estas "fronteiras" adquiridas através de guerra – e a assinatura do armistício com os países árabes -  foram legitimadas em maio 1949, quando a ONU admitiu Israel sem exigir nenhuma  das condições estabelecidas previamente: retorno as fronteiras previstas no plano de partição, reconhecendo o estatuto especial de Jerusalém e permitir o retorno da população palestina expulsa. O resto do território da Palestina (Cisjordânia e Gaza) foi ocupado em 1967 por outra guerra.

 

Agora, quando se fala  de por fim a ocupação, que Israel se retirar dos territórios e permitir a criação de um Estado palestino, não se refere à divisão do território proposto (e nunca implementado) na resolução 181, mas nessas fronteiras móveis  decorrente da ocupação militar, e, portanto, ilegal nos termos da Carta das Nações Unidas.  Mas  Israel não está satisfeito com os 80 por cento do território palestino histórico que ocupa, a agressão militar contra a gente árabe  e a ocupação  avançam.

 

Este 29 de novembro também marca quatro anos desde que a Assembleia Geral da ONU aprovou a incorporação da Palestina como um Estado observador. Por voto da maioria, que teve apoio dos países da Ásia, África e América Latina, não resultou em absolutamente nenhuma mudança real para o povo palestino, que continuam a sobreviver sob ocupação militares e colonial na Cisjordânia e em Gaza, discriminados em Israel e em sua grande maioria refugiados ou exilados, proibidos de retornar à sua terra natal.

 

Esta data é uma oportunidade para lembrar o que já dissemos algumas vezes: a questão palestina não será resolvida sem o fim do sionismo, esta relíquia colonial que deu origem a um estado organizado  com base na supremacia étnica - religiosa. Enquanto for assim, enquanto  todas as pessoas que vivem nesta terra não tiverem  os mesmos direitos, não haverá  paz e não haverá  justiça; não só no que restou do território histórico  da Palestina, mas em toda a região onde o projeto sionista foi imposto há quase sete décadas atrás.


http://palestinalibre.org/articulo.php?a=62786

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

29 DE NOVEMBRO: DIA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE À PALESTINA

Este ano, resolvemos abrir uma "Roda de Conversa" sobre a Palestina e o Oriente Médio, em particular sobre  a agressão imperialista (EUA) à Síria. Uma oportunidade de rompermos com o silêncio e entender melhor a agressão sofrida pelo povo sírio, sem as manipulações ideológicas empregadas pela mídia corporativa e sionista e levantar o debate sobre atual  estratégia dos EUA/Israel para o Oriente Médio contra os povos árabes, no interesse geopolítico. 

Venha participar da 

"RODA DE CONVERSA SOBRE  A SÍRIA E A PALESTINA"

Convidamos para orientar  a roda:
Aziz Abudiab - esteve na síria no último período e de lá nos traz muitas informações.
Hassan El Gamal - palestino, membro do Movimento pela Paz no oriente Médio  e militante da causa árabe.


Local: Auditório do Sepe - Evaristo da Veiga, 55/ 7 andar
Data: 29 de novembro - terça feira - 18 horas






No dia 29 de novembro de 1947, a ONU aprovou a Resolução 181 que dividiu arbitrariamente o território palestino, sem  consultar aos que  lá viviam,  com a finalidade de instituir um estado  estranho à cultura e aos costumes árabes históricos  do povo local, o estado judaico de Israel.

Este dia, 29 de novembro, é celebrado por todo o mundo como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.  Momento em que  a militância internacionalista organiza atividades com a intenção de rememorar a tragédia que os palestinos  vivem desde 1948, ano da ocupação sionista criminosa, votada pela ONU e, é o momento também de afirmar nossa irrestrita solidariedade à heroica  resistência palestina contra as atrocidades diárias  que são submetidos há 68 anos. Este ano queremos dedicar especial atenção às crianças palestinas que sofrem o terror do Estado sionista através de prisões ilegais e infanticídio deliberado do exército de israel e a  atual  tragédia (nakba) ampliada para os povos dos Estado  que resistem à hegemonia dos EUA/Israel.



Não é possível mais compreender a situação da Palestina  sem levar em conta a situação  dramática dos povos da região que vêm sendo assassinados ou expulsos de sua terra  pelas bombas,  desde 2001,  no contexto da  estratégia de dominação do império sionista, como ainda acontece no  Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria e no Iêmen ( este através do aliado norte americano Saudita).

Afirmamos que  a luta do povo palestino para por fim  a ocupação  sionista de seu território esta absolutamente ligada ao exito das lutas e resistências dos povos desta região estratégica , em particular, dos sírios contra a ocupação do império sionista de seu país.

Também por isso,  não temos nenhuma dúvida em nos perfilar na solidariedade militante internacionalista à resistência de todo o povo árabe  da Síria, do Iraque, do Iêmen, do Afeganistão contra a ocupação militar, econômica e política dos EUA/Israel e seus aliados no Oriente Médio.

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Venha participar da 

"RODA DE CONVERSA SOBRE  A SÍRIA E A PALESTINA"

Convidamos para orientar  a roda:
Aziz Abudiab - esteve na Síria no último período e de lá nos traz muitas informações.
Hassan El Gamal - palestino, membro do Movimento pela Paz no oriente Médio  e militante da causa árabe.

Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestinos do RJ.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Recontando os crimes que mudaram o Curso da História: O Novo ‘Pearl Harbor’ e A Propaganda do Terror.

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De acordo com Joya, um dos grandes objetivos por trás da ocupação do Afeganistão é “restaurar o patrocínio do comércio da droga e exercer controle direto sobre as rotas dos 600 bilhões de dólares anuais da indústria global dela, traçada pela CIA. Há relatos de que até o Exército dos Estados Unidos está engajado no tráfico de drogas”. O Afeganistão produz 93% do ópio mundial, um aumento de 4.500% desde 2001 que coloca o país, novamente, como maior produtor mundial da planta, e maior exportador da droga. “A máfia da droga detém o poder afegão, apoiada pelo Ocidente”, denuncia Friba.
(...)
Kiriakou enfatiza que os tomadores de decisão de Washington deveriam responder em um tribunal pelo que o ex-agente da CIA qualifica de guerras arbitrárias no Oriente Médio. “Uma guerra de arbitrária é, por definição, uma guerra de agressão. Se George W. Bush, Richard Cheney, Donald Rumsfeld, Condoleeza Rice e outros fossem de qualquer outro país, eles poderiam estar sentados no banco dos réus em Haia”. Ganser segue a mesma linha e acrescenta que esta empreitada ocidental no Oriente Médio “é uma batalha pelo poder, por petróleo e por gás natural. Está relacionada a dinheiro e geostratégia”.
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Em maio de 2014, o historiador suíço Daniele Ganser questionou em Journal of 9/11 Studies: “Os historiadores, hoje e nos próximos anos, enfrentam uma tarefa desafiante: devem escrever a história dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001. O que escreverem, será ensinado nas aulas de História. Mas o que escreverão? Que Osama bin laden enviou 19 muçulmanos a fim de executar um ataque de surpresa nos EUA? Ou escreverão que a administração de Bush foi responsável pelo ataque, seja arquitetando-o ou deliberadamente permitindo a fim de chocar a população dos EUA, criar um pretexto para aumentar os gastos militares, e atacar Afeganistão e Iraque?”.
Longe de esclarecimentos ao mesmo tempo que acarretam consequências catastróficas à humanidade, os ataques do 11 de Setembro (11/9) nos Estados Unidos mudaram o curso da história muito mais que pelo atrativo jornalístico capaz de transmitir, ao vivo e com requintes de Hollywood o choque à Torre Sul do complexo do World Trade Center em Nova Iorque – duas emissoras simplesmente anteciparam, uma delas em uma hora, a queda do terceiro edifício, o Word Trade Center 7 jamais atingido por nenhum avião, ambos os fatos quem chama profunda atenção e geram inúmeros questionamentos, até hoje não explicados.Procurado pela reportagem, o ativista e escritor norte-americano Kevin Ryan, um dos maiores investigadores das implicações do 11/9, autor de Another Nineteen: Investigating Legitimate 9/11 Suspects, membro-fundador da Scholars for 9/11 Truth & Justice, do 9/11 Working Group of Bloomington além de diretor do Architects and Engineers for 9/11 Truth e co-editor do Journal of 9/11 Studies desde 2006, questiona: “Ou o terrorismo foi facilitado dentro dos Estados Unidos, ou o governo inexplicavelmente fracassou ao responder quando a nação foi atacada”.Segundo a versão oficial, os maiores ataques em solo norte-americano da história foram arquitetados de uma caverna no Afeganistão pelo saudita de origem iemenita Osama bin Laden quem, treinado, financiado e armado nas fileiras de Washington durante a Guerra Fria, esteve às vésperas dos atentados sob tratamento de hemodiálise no Hospital Americano de Dubai, capital dos Emirados Árabes, amigavelmente visitado por agentes da CIA. Em poucos dias, como se tudo já estivesse de antemão preparado, as forças norte-americanas e da OTAN já encontravam-se organizadas para combater na propalada “Guerra ao Terror”.Declarada de uma catedral pelo então presidente dos Estados Unidos George W. Bush, citando salmos ao lado de um rabino, de um padre e de um pastor evangélico, nos 15 anos cumpridos em 7 de outubro (data da invasão ao Afeganistão, em 2001), esta arbitrária guerra, mais longa ocupação militar da história dos Estados Unidos que fere todas as leis internacionais e a própria Constituição norte-americana (a qual desautoriza guerras de agressão), e que desde o início recusa-se em levantar provas e realizar julgamentos, tem gerado centenas de milhares de refugiados em todo o mundo, além de ter assassinado mais de um milhão e meio de civis apenas no Afeganistão e no Iraque, Estados que jamais atacaram nem sequer apresentaram, em nenhum momento na história, ameaça à segurança dos Estados Unidos.Crimes por forças policiais ocorridos inclusive na Europa, como no caso do estudante brasileiro Jean Charles de Menezes de 27 anos, baleado pelas costas por ter sido “confundido” com um “suspeito” de práticas terroristas pela Polícia de Londres em 2005; um dentre milhões de crimes jamais investigados nesta maniqueísta guerra que rompeu a política externa norte-americana e as relações internacionais em quase 400 anos, desde a assinatura da Paz de Vestfália que, em 1648, colocou fim á Guerra dos Trinta Anos na Europa surgindo como marco no equilíbrio de forças internacional, ao garantir a soberania das nações. Sobre o Estado policialesco que se tornou também o Reino Unido desde que teve início a “Guerra ao Terror”, o ativista britânico pelos direitos humanos Peter Tatchell, com longa história de luta e vítima perseguições e detenções pela causa das minorias em seu país, conta que “o Reino Unido introduziu a detenção sem acusação ou julgamento de suspeitos de terrorismo”.
Já nos epicentros da chamada luta contra o terrorismo, “do ponto de vista da proteção de civis ambas as operações têm sido um desastre”, afirma o finlandês Timo Kivimäki, professor de Relações Internacionais e diretor de Pesquisa da Universidade de Bath (Reino Unido), especialista em terrorismo global, um dos poucos acadêmicos sóbrios ao pensar o assunto que também traz, nesta reportagem, análises de como superar o terrorismo global. Mas os atentados do 11/9 mudaram o destino da humanidade, sobretudo, pelo estado permanente de medo nos quatro cantos do planeta que, inevitavelmente, alimenta desde o início a “Guerra ao Terror” apoiada em tão forte quanto precário apelo moralista e religioso: intolerância contra toda e qualquer diferença, especialmente islamitas de origem árabe estigmatizados pela mídia, incluindo a indústria cinematográfica norte-americana. Através disso, direitos civis têm sido feridos sem precedentes em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos com a introdução da Doutrina Bush seguida, em grande medida, por Barack Obama hoje – em determinados casos até ampliada, como a vigilância doméstica e global que se apoia, pateticamente, no discurso de segurança nacional. Profundo estado de tensão internacional levado às últimas consequências, sentido na vida cotidiana dos sete bilhões de habitantes da Terra hoje das mais diversas maneiras e nos mais diversos locais, públicos ou não.
“O medo funciona. O povo amedrontado faz qualquer coisa. Para que sintam medo é preciso criar uma aura de ameaça eterna. Os terroristas [do governo dos Estados Unidos] nos manipulam: sobem o alerta para laranja, depois para vermelho, e voltam para laranja. Eles misturam mensagens, e você enlouquece. É como treinar um cão: se você disser ‘sente e role’ ao mesmo tempo, ele não saberá o que fazer. O povo norte-americano vem sendo tratado assim! Estimulam o medo do povo. É impossível que alguém consiga viver assim, sempre no limite. O alerta não cairá para verde ou azul, nunca chegará lá!”, afirmou Jim McDermott, ex-congressista e psiquiatra norte-americano, no documentário Fahrenheit 9/11, do cineasta Michael Moore.
Com a imposição do medo por certos governos, grandes guerras e invasões foram perpetradas ao longo da história e abriram caminho para a imposição de políticas de linha dura, blindando a corrupção desenfreada das classes dominantes. No caso específico dos Estados Unidos no início deste século, “os crimes do 11/9 foram pretexto para guerras de agressão já previstas, empreendidas para consolidar o poder através da pilhagem de recursos naturais”, afirma Ryan. Durante os anos de Obama, quem chegou à Casa Branca sob discurso pacifista e defesa dos direitos humanos, houve acirramento da agressividade das forças militares no Oriente Médio, e nenhuma investigação sobre as implicações do 11/9.
Particularmente sobre a mídia corporativa internacional, desde o início optou pelo sensacionalismo e pela geração de histeria, favorecendo o discurso do governo local e sem nenhuma motivação investigativa. “Na sociedade de hoje, a mídia não é uma ferramenta para informar o público. É de entretenimento e propaganda. As pessoas não são entretidas por questões que desafiam seriamente as principais instituições de suas vidas”, pontua Ryan. “Quando os meios de comunicação predominantes relatam as questões não respondidas do 11/9, geralmente são muito limitados. Nunca vemos reportagens sobre os testemunhos do bombeiro nas explosões secundárias nos edifícios do World Trade Center [relatando explosivos contidos dentro da Torre, desde o subsolo até os andares superiores], nem investigação sobre os exercícios militares que obstruíam as respostas de defesa aérea naquele dia. Não ouvimos nada sobre como setenta por cento das questões das famílias das vítimas do 11/9 permanecem sem resposta diante da versão oficial”.
Os crimes do 11/9 também têm servido para que o governo dos Estados Unidos, sem aval judicial nem sequer provas, mantenha preso pelo tempo que a Casa Branca e a CIA determinarem, e torture das maneiras mais cruéis civis “suspeitos” de práticas terroristas. Sobre isto, o ex-agente da CIA John Kiriakou traz sérias revelações. “Fiquei em silêncio de 2002 até 2007. Decidi, finalmente, denunciar em dezembro de 2007 depois que o presidente George W. Bush mentiu duas vezes ao povo norte-americano. Ele disse, na primeira vez, que os Estados Unidos não torturavam ninguém”, conta Kiriakou, quem se demitiu da Agência de Inteligência e ficou dois anos preso por denunciar a administração de Bush.
E a realidade do Afeganistão, cuja ideia imposta ao inconsciente das sociedades ocidentais pela mídia predominante é que se trata de nação cujas vidas são de menos valor, é trazida do próprio país sul-asiático por duas importantes vozes que denunciam, em altíssono: “Vivemos um 11 de Setembro todos os dias no Afeganistão”. São elas: a líder da Associação das Mulheres Revolucionárias do Afeganistão (RAWA, na sigla em inglês), que se identifica apenas como Friba para sua segurança, e a ativista pelos direitos humanos, escritora e ex-parlamentar expulsa injustamente do cargo por denunciar membros narcotraficantes e acentuadamente misóginos colocados no poder pelos Estados Unidos, Malalaï Joya, quem, jurada de morte, vive escondida, nunca dorme duas noites na mesma casa e se movimenta pelo país apenas de táxi debaixo de uma burca, com 12 seguranças fortemente armados.
Realidade cruel que a mídia de desinformação global tem se recusado a apresentar – a não ser quando se trata de lançar mais gasolina sobre o fogo terrorista, com a velha pitada de petróleo árabe tornando-se, assim, perfeita propagandista do terror e dos interesses belicistas, econômicos e estratégicos do Império de turno.
Combate ao Terror, Crimes de Guerra e Narcotráfico
Em 3 de outubro de 2015, o hospital de Médicos sem Fronteiras na cidade afegã de Kunduz foi bombardeada “por engano” pelas forças norte-americanas, deixando como saldo 42 mortos e a destruição completa das instalações do centro de saúde. Tal “equívoco” tem sido uma constante diária no Afeganistão desde outubro de 2001. No país sul-asiático, o cenário é catastrófico: dia a dia inúmeras residências, escolas e hospitais destruídos deixando dezenas de milhares de inocentes mortos incluindo crianças, mulheres e idosos, além de um número ainda maior de inválidos.Kivimäki é enfático ao se referir à suposta luta do bem (Ocidente) contra o mal (muçulmanos e árabes em geral): “Não há nenhuma Guerra contra o Terror. Se houvesse, não usaria o terror como tática”. Na realidade, novas invasões ao Oriente Médio já estavam previstas nos porões de Washington bem antes dos atentados do 11/9: o Projeto para o Novo Século Norte-Americano, iniciado em meados da década de 1990 pelo então presidente Bill Clinton, foi reelaborado por futuros integrantes da equipe de governo de George H. Bush (filho) em 2000, ano das eleições presidenciais que dariam vitória justamente a Bush. No documento, os arquitetos dos crimes internacionais dos Estados Unidos, eufemisticamente chamados de “política externa”, alegam que apenas um novo Pearl Harbor seria capaz de motivar nova empreitada na região mais rica em petróleo do planeta, e assim impulsionar a já combalida economia do país à época. “Se olharmos para os países onde a proteção das grandes potências tem operado, podemos ver que mais da metade das mortes em conflitos do mundo é produzida ali”, acrescenta o analista.As invasões norte-americanas ao Afeganistão em 2001 e Iraque em 2003 ferem a Constituição dos Estados Unidos, a qual não autoriza guerra preventiva, isto é, sem que o país haja sido agredido antes. No plano externo, Washington e seus aliados têm passado por cima dos acordos internacionais estipulados pelas Nações Unidas (ONU), a qual prevê guerra apenas como “ação em caso de Ameaça à paz, ruptura de paz e agressão” de um Estado contra outro em sua Carta, capítulo VII, ratificada por seus 193 países-membros, incluindo os próprios Estados Unidos.Sobre as alegações do então presidente Bush de que Saddam Hussein armazenava e produzia bombas de destruição em massa, jamais encontradas, além de ter tido ligações com os terroristas do 11/9, fato tampouco comprovado, a ONU vistoriou o Iraque por vários meses prévios à invasão norte-americana sem ter encontrado nada que motivasse intervenção militar, manifestando-se totalmente contrária à invasão em consonância com os países da região e de praticamente todas as partes do mundo.Para o analista finlandês, a brutalidade das forças militares ocidentais que carece de legitimidade e fere a Convenção de Genebra, ataca indiscriminadamente os direitos humanos, impõe seus valores e aumenta ataques aéreos visando apenas punição de supostos inimigos, sem considerar solidariedade internacional e o fortalecimento da ONU, gera efeito reverso aumentando atos terroristas e diminuindo a segurança dentro dos Estados Unidos e dos países aliados. “Apenas através de ações interativas de paz e de diálogo, esta espiral de escalada poderia ser encerrada”, adverte. E observa ainda: “Na imposição de justiça e equidade, estes países tornaram-se atores enquanto outros, especialmente os países em desenvolvimento e muçulmanos, os objetos de disciplina das coalizões militares, gerando ressentimento. As operações militares no Oriente Médio têm aumentado a violência, de maneira que a proteção voltou-se contra aqueles que se tem o objetivo de proteger. As maciças operações militares ocidentais que minaram os direitos soberanos de muitos países muçulmanos e que causaram uma série de fatalidades, deram origem à expansão do radicalismo anti-ocidental no Terceiro Mundo muçulmano. A lógica da escalada, do aprofundamento e da difusão do ódio de ambos os lados se impuseram, e novas formas de terrorismo surgiram”. Neste sentido, Tatchell aponta: “A Guerra ao Terror está a ponto de se transformar em uma guerra de terror, com as novas leis draconianas que afirmam defender a liberdade, na verdade a minando”.
Dentro do Reino Unido, maior aliado de Washington, Tatchell lembra que tem havido ataques e prisões muitas vezes violentos de muçulmanos totalmente inocentes, inclusive de muçulmanos universitários que pesquisavam a Al-Qaeda como parte dos estudos. “Tais excessos são contraproducentes, contribuem para uma maior radicalização da comunidade muçulmana”.
No Afeganistão, Joya aponta aos gastos militares bilionários de Washington em seu país como contraditórios, questionando o destino do dinheiro e observando que o Taliban, paradoxalmente, apenas se fortalece. “Se uma pequena parte desse dinheiro fosse gasta de verdade na mudança de vida do povo afegão, a situação poderia mudar”, pontua a ativista.
Mencionando que democracia não pode ser imposta por intervenção estrangeira segundo todas as evidências históricas e a do próprio Afeganistão hoje, Friba afirma que “a chave para a liberdade e para a democracia está em uma luta unida, organizada do nosso povo. Uma luta árdua que seja, mas não há outra maneira de sair deste atoleiro. Apenas as pessoas de um país podem decidir seu destino, e construir um sistema que lhes serve”. A isso, Joya acrescenta: “Não há dúvidas de que o Afeganistão precisa de ajuda internacional para voltar aos trilhos e se reconstruir, mas nós não queremos ocupação, os afegãos têm uma longa história de oposição à ocupação estrangeira”.
Enquanto afirma que a maioria dos afegãos considera que o governo dos Estados Unidos os traiu em nome de democracia e defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres historicamente oprimidas em seu país, Friba alerta: “As pessoas que amam a paz têm que enxergar a realidade do Afeganistão, e de todos os outros países que os Estados Unidos invadiram. O que eles veem como raras notícias da situação catastrófica nesses países, é a realidade cotidiana do povo. Elas precisam pressionar seus governos para que mudem a política de invasões e ocupação, e serem solidárias às vítimas dessas guerras, o que fortalecerá a luta pela liberdade e pela democracia nesses países. Elas devem saber que o imposto que pagam é usado por seus governos para tornar o Afeganistão e outros países em guerra um Inferno, que irá impactar diretamente suas vidas e tornar os países ocidentais inseguros, como o que testemunhamos hoje nas cidades europeias”.
Obama assumiu a Casa Branca em 2009 prometendo encerrar a ocupação no Afeganistão. Com o passar do tempo, contudo, foi se evidenciando que a promessa não seria cumprido até que, em 16 de maio de 2013, ficou claro que o presidente norte-americano não manteria fielmente a essência velada da “Guerra ao Terror, de perpetuar a ocupação em um país estratégico pela localização, próximo de rivais como China, Rússia e Irã, além da proximidade em relação a países com grandes reservas petrolíferas e pela grande riqueza afegã em recursos minerais que, segundo Friba, têm sido privatizados por “instituições imperialistas como FMI, Banco Mundial, OMS, com consequências devastadoras ao pobre povo afegão”. Pois em maio de 2013, Michael Sheehan, secretário-adjunto de Defesa para operações especiais e conflitos de baixa intensidade, prenunciou que “a guerra contra a Al-Qaeda e suas redes afiliadas poderia durar mais 20 anos”, durante uma audiência no Senado a fim de solicitar autorização para o uso da Força Militar.
“O governo dos Estados Unidos tem dado as mãos aos mais brutais inimigos do povo afegão, e instalado pessoas infames e corruptas em cargos-chave de seu regime-fantoche para avançar em seus interesses regionais no Afeganistão”, afirma Joya. E acrescenta: “As forças dos Estados Unidos e da OTAN não são sérias em sua luta contra o Taliban, contra quem joga o jogo de Tom e Jerry. Todos sabem que derrotar um pequeno grupo como o Taliban não é difícil para uma superpotência apoiada por diversas outras nações, mas os Estados Unidos precisam do Taliban como desculpa para ficar no Afeganistão por muito tempo, e transformar o país em sua base militar na região para combater potências asiáticas tais como China, Rússia, Irã, entre outros, e também prosseguir com suas estratégias econômicas e militares na região”.
Assim, o regime de Obama apenas tem aumentado os crimes de guerra no Afeganistão matando até mais civis que Bush, superando este, em muitas vezes, até na utilização dos devastadores drones, aviões não tripulados considerados ilegais por ferir a soberania das nações e matar sem prévia sentença judicial, além de colocar em maior risco a vida de civis inocentes conforme mostram claramente os fatos e o próprio relatório da comissão bipartidária norte-americana que, em 2014, incluiu diversos ex-agentes da inteligência e oficiais militares do país. “Os afegãos estão esmagados entre quatro inimigos: as forças dos Estados Unidos e da OTAN, os criminosos e senhores da guerra da Aliança do Norte no governo impostos pelos norte-americanos, o Taliban e um Estado Islamita recém-surgido”, diz Friba, garantindo também que o Afeganistão está pior agora que antes da invasão liderada pelos Estados Unidos.
De acordo com Joya, um dos grandes objetivos por trás da ocupação do Afeganistão é “restaurar o patrocínio do comércio da droga e exercer controle direto sobre as rotas dos 600 bilhões de dólares anuais da indústria global dela, traçada pela CIA. Há relatos de que até o Exército dos Estados Unidos está engajado no tráfico de drogas”. O Afeganistão produz 93% do ópio mundial, um aumento de 4.500% desde 2001 que coloca o país, novamente, como maior produtor mundial da planta, e maior exportador da droga. “A máfia da droga detém o poder afegão, apoiada pelo Ocidente”, denuncia Friba.
Dentro dos Estados Unidos, a prática de tortura por parte da CIA em Guantánamo contra “suspeitos” de envolvimento com terrorismo, segundo Kiriakou, não se trata de exceção como se tentou fazer crer quando tal fato se tornou inegável no final do mandato de Bush – quem tentou se eximir de responsabilidades. “Eu sabia que a CIA estava torturando seus prisioneiros, que a tortura era a política oficial da CIA e que o presidente havia aprovado, pessoalmente, a tortura”. Perguntado se algo mudou com Obama, o ex-agente da CIA é categórico: “Honestamente, não acho que haja nenhuma diferença real entre George W. Bush e Barack Obama. Nossos métodos de inteligência estão exatamente da mesma maneira”. E acrescenta: “Sem supervisão real por parte do Congresso, a CIA vai continuar fazendo o que bem entende em todo o mundo. A CIA tem de trabalhar para proteger o povo norte-americano respeitando os direitos humanos, os direitos civis e as liberdades civis. Ela não está fazendo isso. Segurança e liberdade não são mutuamente exclusivas. Podemos ter ambas”.
Kiriakou enfatiza que os tomadores de decisão de Washington deveriam responder em um tribunal pelo que o ex-agente da CIA qualifica de guerras arbitrárias no Oriente Médio. “Uma guerra de arbitrária é, por definição, uma guerra de agressão. Se George W. Bush, Richard Cheney, Donald Rumsfeld, Condoleeza Rice e outros fossem de qualquer outro país, eles poderiam estar sentados no banco dos réus em Haia”. Ganser segue a mesma linha e acrescenta que esta empreitada ocidental no Oriente Médio “é uma batalha pelo poder, por petróleo e por gás natural. Está relacionada a dinheiro e geostratégia”.
Para Ryan, nada disso é do interesse dos principais meios de comunicação: “Atualmente, são quase inteiramente de propriedade de apenas algumas grandes corporações para impor a verdade à sociedade. Como a General Electric pode vender armas se sua parceira, a rede de TV NBC, disser às pessoas a verdade sobre a guerra?”.
O Novo ‘Pearl Harbor’
As implicações do 11/9 possuem contradições e evidências de sobra que apontam para execução interna, isto é, que norte-americanos em posições de poder foram responsáveis pela realização dos ataques, o que, diante de inúmeras evidências, é o mais plausível enquanto Bush e Obama fizeram de tudo para impedir uma investigação independente instada por pesquisadores locais e familiares de vítimas. Para o atual ocupante da Casa Branca, “é contraproducente olhar para trás”, gerando profunda indignação a familiares de vítimas e pesquisadores da tragédia.A denominada Comissão do 11/9 foi, desde o início, programada para defender o governo de Washington. Sofreu diversas interferências de altos escalões da política conforme Ryan observa: “A Comissão do 11/9 não conseguiu responder 70% das perguntas colocadas pelas famílias do 11/9, responsáveis por dirigir a criação da Comissão. Também é importante perceber que um esboço do que viria a se tornar o Relatório da Comissão do 11/9 foi produzido antes do início da investigação. O esboço foi mantido em sigilo do pessoal da Comissão, e parece ter determinado o seu resultado. Além disso, a Comissão alegou repetidas vezes, 63 vezes para ser exato, que não encontrou nenhuma evidência relacionada a muitos dos aspectos mais importantes dos crimes. Esses fatos sugerem que a Comissão nunca teve nenhuma intenção de revelar a verdade sobre o 9/11″.Diversos físicos e arquitetos norte-americanos, reunidos na organização Architects & Engineers for 9/11 Truth(AE911Truth), observam que as Torres Gêmeas e o World Trade Center 7 (WTC7) ruíram à velocidade de queda livre, o que só seria possível através de implosão controlada. Embora a prefeitura de Nova Iorque, a mando de Bush, tenha removido imediatamente os resquícios dos edifícios que deveriam servir como investigação, alguns transeuntes conseguiram levaram consigo partes dos escombros que acabaram nas mãos dos AE911Truth. Através de minuciosa investigação, foram constatados componentes de explosivos, mais especificamente dinamites em partes dos edifícios destruídos supostamente pelo choque dos aviões, em tese sequestrados por muçulmanos radicais. “Quem colocou os explosivos nos edifícios do World Trade Center?”, questiona Ryan. “Quem foi convidado à reunião de eliminação de explosivos/terrorismo no World Trade Center 7 na manhã de 11 de setembro de 2001, e qual foi a ordem do dia? A segunda questão refere-se a uma reunião convocada por Larry Silverstein e pelo Serviço Secreto no edifício 7 do World Trade Center na manhã de 11/9. Unidades de eliminação de explosivos provenientes de instalações militares dos EUA haviam sido convidadas para a reunião. Foi apenas mais uma incrível coincidência? Precisamos saber mais sobre isso”.Especificamente sobre a queda do WTC7, há o fato surpreendente – para dizer o mínimo – que ele ruiu sem ter sido chocado por nenhum avião. “Foi ao chão por implosão controlada? Ou pelo fogo como o NIST [ National Institute of Standards and Technology] alega?”, questiona Ganser lembrando que mesmo o NIST admite nos dias de hoje que o WTC7 levou poucos alguns segundos para cair. “Isso significa que durante esses segundos,o edifício sofreu resistência zero, resistência absolutamente nenhuma. No entanto, havia 81 colunas sustentando o edifício. Desta maneira, isso é muito estranho”, observa Ganser.Outra pergunta entre as inúmeras sem resposta envolvendo os ataques do 11/9, diz respeito ao tempo que os aviões sobrevoaram o espaço norte-americano: por até uma hora. Especialmente um deles, em direção ao Pentágono, local considerado o mais seguro do mundo, sem ter sido interceptado pelo sistema de segurança aérea que, pela primeira e única vez na história do país, falhou inexplicavelmente diante de uma operação que levaria, no máximo, um minuto para que jatos interceptadores iniciassem o processo de detenção dos aviões. Houve diversos discursos oficiais desencontrados na tentativa de explicar o que realmente aconteceu com a defesa aérea norte-americana naquele dia, um substituindo o outro, todos impossíveis de serem sustentados. No caso particular da Standard Operating Procedures (Procedimentos Operacionais Padrão, responsáveis por garantir respostas de emergência através dos jatos) estavam simplesmente suspensos em 11 de setembro de 2001 – primeira e única vez na história dos Estados Unidos.
“Muitas vezes as pessoas entendem mal, pensando que os transpônderes dos aviões sequestrados foram todos desligados, e que os aviões não poderiam ter sido rastreados. Esta afirmação não reconhece que as autoridades haviam rastreado aviões que traficavam drogas via radar por muitos anos. Mais importante, o voo 175 não desligou o transponder. Este foi o segundo avião que atingiu o World Trade Center e seu transponder esteve ligado durante todo o tempo em que os defensores de ar o assistiam na tela. Por isso, eles sabiam que estava fora da rota. Voou sequestrado por 20 minutos após o primeiro avião ter atingido o World Trade Center, cerca de 45 minutos após o primeiro sequestro, fato sabido das lideranças da Administração Federal de Aviação”, precisa Ryan, quem também questiona: “Na medida em que o piloto automático avança, é interessante notar que, de acordo com o estudo oficial da trajetória de voo, o piloto automático do voo 77 [que atingiu o Pentágono] ficou ligado enquanto o avião era sequestrado, e ao longo de sua volta de 180 graus de volta para Washington. Parece que a volta a Washington foi parte do caminho do voo programado, ou o piloto automático foi comandado instantaneamente”.
Outra contradição diz respeito aos supostos sequestradores dos quatro aviões, que segundo a versão oficial eram 19: seis deles, denunciados no mesmo dia pelo Federal Bureau of Investigation (FBI, polícia federal e secreta dos Estados Unidos), apareceram dias depois vivos em diferentes partes do mundo, denunciando não serem terroristas, possuindo os mesmos dados e a mesma fisionomia das alegadas pelos oficiais norte-americanos. Sobre isso, Ryan lamenta a ausência de investigação por parte do FBI, quem até hoje mantém os seis na lista de sequestradores do 11/9. “Os relatórios de que os homens acusados ainda estavam vivos não foram investigados pelo FBI, nem pela Comissão do 11/9. Mesmo o novo diretor do FBI, Robert Mueller, expressou publicamente dúvidas sobre a identidade dos sequestradores.
Questionado sobre a hipótese de execução interna, Ryan afirma: “É difícil discordar considerando que as pessoas fora dos Estados Unidos não poderiam ter feito o que precisava ser feito [a fim de atingir e derrubar as Torres Gêmeas e o Pentágono]. Por exemplo, apenas norte-americanos poderiam ter levado a rede de comando dos país a falhar, e apenas norte-americanos poderiam ter desativado as defesas aéreas. Em outro sentido, o 11/9 continua sendo uma ‘execução interna’ pela qual muitos norte-americanos não vão sequer atentar à evidência dos crimes. As barreiras psicológicas são muito grandes”.
Para Kiriakou, “o 11 de Setembro foi, é claro, a pior falha de inteligência da história dos Estados Unidos. A CIA nunca poderá mudar isso”. Ryan mostra-se pessimista que a verdade seja encontrada, e que justiça seja feita: “Nenhum dos presidenciáveis [Clinton e Trump] vai fazer nada para desafiar a versão oficial do 11/9. Se o fizessem, nunca ouviríamos nada sobre eles na mídia corporativa”.
Edu Montesanti
Edu Montesanti é autor do livro Mentiras e Crimes da “Guerra ao Terror” (2012). Escreve para revista Caros Amigos Jornal Pravda e Pravda Report (Rússia), Global Research (Canadá), e Truth Out (Estados Unidos). É tradutor do sítio na Internet das Abuelas de Plaza de Mayo (Argentina) e da Associação das Mulheres Revolucionárias do Afeganistão (RAWA, na sigla em inglês); foi tradutor do sítio na Internet da escritora, ativista pelos direitos humanos e ex-parlamentar afegã expulsa injustamente do cargo, Malalaï Joya. Escreveu para Diário Liberdade (Galiza), Observatório da Imprensa (TV Brasil) e Nolan Chart (Estados Unidos). www.edumontesanti.skyrock.com

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Por dentro do governo invisível: guerra, propaganda, Clinton & Trump


 Por John Pilger     02.Nov.16
O papel dos media no condicionamento e manipulação da opinião pública nunca foi tão grande. Nunca foi tão grande a sua cumplicidade com os objetivos, as estratégias, as guerras e os crimes do imperialismo. O facto de apoiarem Clinton na eleição presidencial nos EUA quase obriga a reflectir sobre o que é que os incomoda em Trump.

O jornalista norte-americano Edward Bernays é frequentemente descrito como o homem que inventou a propaganda moderna.  Sobrinho de Sigmund Freud, o pioneiro da psicanálise, foi Bernays que cunhou o termo “relações públicas” como um eufemismo para os truques de comunicação (spin) e seus enganos.
Em 1929, persuadiu feministas a promoverem cigarros para mulheres fumando no desfile da Páscoa de Nova Iorque – comportamento considerado então bizarro. Uma feminista, Ruth Booth, declarou: “Mulheres! Acendam outra tocha da liberdade! Derrubem outro tabu sexista!” 
A influência de Bernays estendeu-se muito para além da publicidade. O seu maior sucesso foi papel que desempenhou em convencer o público norte-americano a aderir ao morticínio da Primeira Guerra Mundial. O segredo, disse, era a “engenharia do consentimento” das pessoas a fim de as “controlar e arregimentar de acordo com a nossa vontade sem que se deem conta disso”. 
Descreveu isso como “o verdadeiro poder dominante na nossa sociedade” e chamou-lhe um “governo invisível”. 
Atualmente o governo invisível nunca foi tão poderoso e tão pouco compreendido. Na minha carreira como jornalista e cineasta, nunca conheci propaganda que interviesse tanto nas nossas vidas e permanecesse incontestada. 
Imaginem duas cidades. 
Ambas estão sob o cerco das forças do governo do país. Ambas estão ocupadas por fanáticos que cometem atrocidades terríveis, tais como a decapitação de pessoas. 
Mas existe uma diferença fundamental. Num dos cercos, os soldados do governo são descritos como libertadores por repórteres ocidentais neles incorporados, que entusiasticamente relatam as suas batalhas e ataques aéreos. Há primeiras páginas de jornais com fotos destes heroicos soldados a fazerem o V de vitória. Há escassa menção a baixas civis. 
Na segunda cidade – em outro país vizinho – quase exatamente o mesmo está a acontecer. As forças do governo sitiam uma cidade controlada pela mesma raça de fanáticos. 
A diferença é que esses fanáticos são apoiados, financiados e armados por “nós” – Estados Unidos e Grã-Bretanha. Eles dispõem até de um centro de media que é financiado pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha. 
Outra diferença é que os soldados do governo que mantêm esta cidade sob cerco são os maus, condenados por agredir e bombardear a cidade – o que é exatamente o que os bons soldados fazem na primeira cidade. 
Faz confusão? Na verdade não. Tal é o duplo critério básico que é a essência da propaganda. Refiro-me, naturalmente, ao cerco atual da cidade de Mossul pelas forças do governo do Iraque, que são apoiadas pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha e ao cerco de Alepo pelas forças do governo da Síria, apoiados pela Rússia. Um é bom; o outro é mau. 
O que raramente se informa é que ambas as cidades não teriam sido ocupadas por fanáticos e devastadas pela guerra se a Grã-Bretanha e os Estados Unidos não tivessem invadido o Iraque em 2003. Esse empreendimento criminoso foi lançado sob mentiras notavelmente semelhantes à propaganda que agora distorce a nossa compreensão da guerra civil na Síria. 
Sem o rufar dessa propaganda apresentada como notícia o monstruoso Daesh, a Al-Qaida, a al-Nusra e o resto da gangue jihadista poderia não existir, e o povo da Síria poderia não estar hoje a lutar pela sua vida. 
Alguns podem lembrar, em 2003, uma sucessão de repórteres da BBC a voltarem-se para a câmara e a dizer-nos que Blair fora “vingado” pelo que acabou por ser o crime do século. As redes de televisão norte-americanas produziram a mesma validação para George W. Bush. A Fox News foi buscar Henry Kissinger para apoiar as falsificações de Colin Powell. 
No mesmo ano, logo após a invasão, filmei uma entrevista em Washington com Charles Lewis, o famoso jornalista de investigação americano. Perguntei-lhe: “O que teria acontecido se os meios de comunicação mais livres do mundo tivessem seriamente contestado o que acabou por ser crua propaganda?” 
Respondeu que se os jornalistas tivessem feito seu trabalho, “há uma muito, muito boa probabilidade de que não teríamos ido para a guerra no Iraque”.
Foi uma declaração chocante, e apoiada por outros jornalistas famosos a quem coloquei a mesma pergunta – Dan Rather da CBS, David Rose do Observer e jornalistas e produtores da BBC, que preferiram o anonimato. 
Por outras palavras, se os jornalistas tivessem feito o seu trabalho, se tivessem contestado e investigado a propaganda ao invés de a amplificar, centenas de milhares de homens, mulheres e crianças estariam vivas hoje, e não haveria ISIS nem o cerco de Alepo ou Mossul. 
Não teria havido nenhuma atrocidade no metro de Londres em 7 de Julho de 2005. Não teria havido nenhuma fuga de milhões de refugiados; não haveria acampamentos miseráveis. 
Quando a atrocidade terrorista de Novembro último aconteceu em Paris, o presidente François Hollande enviou imediatamente aviões para bombardear a Síria – e mais terrorismo seguiu-se, como era de prever, o resultado da fanfarronada de Hollande acerca de a França estar “em guerra” e não “mostrar nenhuma clemência”. Que a violência estatal e violência jihadista se alimentam mutuamente é a verdade que nenhum líder nacional tem a coragem de exprimir. 
“Quando a verdade é substituída pelo silêncio”, disse o dissidente soviético Yevtushenko, “o silêncio é uma mentira.” 
O ataque ao Iraque, o ataque à Líbia e o ataque à Síria aconteceram porque o governo de cada um desses países não era um fantoche do Ocidente. O cadastro de direitos humanos de um Saddam ou de um Kadhafi era irrelevante. Não obedeceram a ordens nem renunciaram ao controlo dos seus países.
O mesmo destino aguardava Slobodan Milosevic uma vez que se recusou a assinar um “acordo” que exigia a ocupação da Sérvia e a sua conversão numa economia de mercado. O seu povo foi bombardeado, e ele foi processado em Haia. Independência deste tipo é intolerável. 
Como revelou a WikiLeaks, foi apenas quando o líder sírio, Bashar al-Assad, rejeitou em 2009 um oleoduto que atravessaria o seu país do Qatar para a Europa, que foi atacado. 
A partir desse momento, a CIA planeou destruir o governo da Síria com fanáticos jihadistas – os mesmos fanáticos que atualmente mantêm refém o povo de Mossul e de Alepo oriental. 
Por que não é isso notícia? O ex-funcionário da chancelaria britânica Carne Ross, que foi responsável pela manutenção de sanções contra o Iraque, disse-me: “Nós alimentávamos os jornalistas com factoides de inteligência higienizada, ou deixávamo-los congelados do lado de fora. Era assim que funcionava.”
O cliente medieval do Ocidente, a Arábia Saudita – à qual os EUA e a Grã-Bretanha vendem milhares de milhões de dólares em armas – está atualmente destruindo o Iêmen, um país tão pobre que, no melhor dos casos, metade das crianças são desnutridas. 
Procure no YouTube e verá o tipo de bombas maciças – “nossas” bombas – que os sauditas usam contra aldeias miseráveis e contra casamentos e funerais.
As explosões parecem pequenas bombas atômicas. Os apontadores de bombards na Arábia Saudita trabalham lado a lado com os oficiais britânicos. Este facto não está no noticiário da noite. 
A propaganda é mais eficaz quando o nosso consentimento é engendrado por gente com uma boa educação – Oxford, Cambridge, Harvard, Columbia – e com carreiras na BBC, The Guardian, The New York Times, The Washington Post. 
Estas organizações são conhecidos como os media liberais. Apresentam-se como esclarecidos, tribunas progressistas do espírito moral (zeitgeist) da época. São anti-racistas, pró-feministas e pró-LGBT. 
E amam a guerra. 
Enquanto falam em defesa do feminismo, apoiam guerras de rapina que negam os direitos de inúmeras mulheres, incluindo o direito à vida.
Em 2011 a Líbia, então um estado moderno, foi destruída com o pretexto de que Muammar Kadhafi estava prestes a cometer genocídio contra o seu próprio povo. Foi uma notícia incessantemente repetida; mas não existia qualquer prova. Era uma mentira. 
Na verdade, a Grã-Bretanha, Europa e os Estados Unidos queriam aquilo a que gostam de chamar “mudança de regime” na Líbia, o maior produtor de petróleo da África. A influência de Kadhafi no continente e, acima de tudo, a sua independência eram intoleráveis. 
Assim, ele foi assassinado com uma faca no traseiro por fanáticos apoiados pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Hillary Clinton aplaudiu a sua morte horrível diante das câmaras, declarando: “Viemos, vimos, ele morreu!” 
A destruição da Líbia foi um triunfo dos media. À medida que os tambores de guerra eram rufados, Jonathan Freedland escrevia no Guardian: ”Embora os riscos sejam muito reais, a necessidade de intervenção continua a ser forte.” 
Intervenção – uma palavra polida, benigna, utilizada pelo Guardian, cujo significado real, para a Líbia, foi a morte e destruição. 
De acordo com os seus próprios registros, a OTAN lançou 9.700 “missões de ataque” contra a Líbia, das quais mais de um terço foram apontadas a alvos civis. Incluíam mísseis com ogivas de urânio. Olhem para as fotografias dos escombros de Misurata e Sirte, e as valas comuns identificadas pela Cruz Vermelha. O relatório da UNICEF sobre as crianças mortas diz, “a maioria [delas] com idade inferior a dez anos”. 
Como consequência direta, Sirte tornou-se a capital do Daesh. 
A Ucrânia é outro triunfo dos media. Jornais liberais respeitáveis, como o New York Times, o Washington Post e The Guardian, e emissoras tradicionais, como a BBC, NBC, CBS, CNN têm desempenhado um papel fundamental no condicionamento dos seus telespectadores para aceitar uma nova e perigosa guerra fria. 
Todos têm deturpado os acontecimentos na Ucrânia como sendo um ato perverso da Rússia quando, na verdade, o golpe na Ucrânia em 2014 foi trabalho dos Estados Unidos, ajudados pela Alemanha e pela NATO. 
Esta inversão da realidade é tão difusa que a intimidação militar da Rússia por parte Washington não é notícia. É ocultada por trás de uma campanha de difamação e terror da mesma espécie daquela em que cresci durante a primeira guerra fria. Mais uma vez, os Ruskies estão a vir apanhar-nos, liderados por outro Estaline, que The Economist descreve como o diabo. 
A supressão da verdade sobre a Ucrânia é um dos mais completos blackouts noticiosos que posso lembrar. Os fascistas que engendraram o golpe em Kiev são da mesma cepa que apoiou a invasão nazi da União Soviética em 1941. De todos os alarmismos acerca da ascensão do fascismo anti-semita na Europa, nunca algum líder sequer menciona os fascistas na Ucrânia – excepto Vladimir Putin, mas esse não conta. 
Muitos nos media ocidentais têm trabalhado arduamente para apresentar a população étnica de língua russa da Ucrânia como estranha a seu próprio país, como agentes de Moscovo, quase nunca como ucranianos que pretendem uma federação dentro da Ucrânia e como cidadãos ucranianos resistindo a um golpe orquestrado pelo estrangeiro contra o seu governo eleito. 
Há quase a alegria de uma reunião de ex-alunos entre os belicistas. 
Os que rufam o tambor do Washington Post a incitar à guerra com a Rússia são os mesmos editorialistas que publicaram a mentira de que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. 
Para a maior parte de nós, a campanha presidencial norte-americana é um espetáculo midiático coisas esquisitas, em que Donald Trump é o arqui-vilão.
Mas Trump é odiado por aqueles com poder nos Estados Unidos por razões que pouco têm a ver com os seus comportamento e opiniões obnóxias. Para o governo invisível em Washington, o imprevisível Trump é um obstáculo para o projeto da América para o século 21. 
Este é manter o domínio dos Estados Unidos, subjugar a Rússia e, se possível, a China. 
Para os militaristas em Washington, o verdadeiro problema com Trump é que, nos seus momentos de lucidez, ele parece não querer uma guerra com a Rússia; quer dialogar com o presidente russo, não combatê-lo; diz que quer dialogar com o presidente da China. 
No primeiro debate com Hillary Clinton, Trump prometeu não ser o primeiro a introduzir armas nucleares num conflito. Afirmou: “Eu certamente não faria o primeiro ataque. Uma vez que a alternativa nuclear se verifica, está tudo acabado”. Isso não foi notícia. 
Será que ele realmente quis dizer isso? Quem sabe? Muitas vezes ele contradiz-se. Mas o que está claro é que Trump é considerado uma séria ameaça ao status quo mantido pela vasta máquina de segurança nacional que dirige os Estados Unidos, pouco importando quem está na Casa Branca. 
A CIA quer vê-lo derrotado. O Pentágono quer vê-lo derrotado. Os media querem vê-lo derrotado. Mesmo o seu próprio partido quer vê-lo derrotado. Ele é uma ameaça para os governantes do mundo – ao contrário de Clinton, que não deixou nenhuma dúvida de que está preparada para ir para a guerra com armas nucleares contra a Rússia e a China. 
Clinton tem cabedal para isso, como muitas vezes se gaba. Na verdade, o seu registro é comprovado. Como senadora, apoiou o banho de sangue no Iraque. Quando concorreu contra Obama em 2008 ameaçou “obliterar totalmente” o Irão. Como secretária de Estado, foi conivente com a destruição de governos na Líbia e em Honduras e pôs em marcha o assédio da China. 
Ela já se comprometeu a apoiar um No Fly Zone (interdição de voo) na Síria – uma provocação direta para a guerra com a Rússia. Clinton pode muito bem tornar-se a mais perigosa presidente dos Estados Unidos de toda a minha vida – uma distinção para a qual a concorrência é feroz.

Sem um fiapo de prova, Clinton pôs-se a acusar a Rússia de apoiar Trump e de ter hackeado os seus emails. Divulgados pela WikiLeaks, esses emails revelam que tudo que Clinton diz em privado, em discursos e “palestras” compradas pelos ricos e poderosos, é exatamente o oposto do que ela diz publicamente. 
Por isso é tão importante silenciar e ameaçar furiosamente Julian Assange. Como editor da WikiLeaks, Assange conhece a verdade. E deixem-me esclarecer desde já e tranquilizar os muitos que se preocupam: Assange está bem; e a WikiLeaks está operando a pleno vapor. 
Está hoje em curso a maior acumulação de forças lideradas pelos EUA desde a Segunda Guerra Mundial – no Cáucaso e na Europa Oriental, na fronteira com a Rússia, na Ásia e no Pacífico, onde o alvo é a China. 
Tenha isso em mente quando o circo da eleição presidencial chegar ao seu final em 8 de Novembro. Se o vencedor for Clinton, um coro grego de patetas comentadores irá celebrar a sua coroação como um grande passo em frente para as mulheres. Nenhum vai mencionar as vítimas de Clinton: as mulheres da Síria, as mulheres do Iraque, as mulheres da Líbia. Ninguém vai mencionar os exercícios de defesa civil que estão sendo realizados na Rússia. Ninguém vai lembrar as “tochas da liberdade” de Edward Bernay. 
O porta-voz de George Bush certa vez chamou aos media “facilitadores cúmplices”. 
Vindo de um alto funcionário numa administração cujas mentiras, potenciadas pelos media, causaram aquele sofrimento, essa descrição é uma advertência da história. 
Em 1946 o acusador público do Tribunal de Nuremberg disse acerca dos media alemães: “Antes de cada grande agressão eles iniciaram uma campanha de imprensa calculada para enfraquecer as suas vítimas e para preparar psicologicamente o povo alemão para o ataque. No sistema da propaganda, as armas mais importantes foram a imprensa diária e a rádio.” 

28/Outubro/2016
O original encontra-se em www.counterpunch.org/…
Encontra-se em http://resistir.info/
A tradução de choldraboldra.blogspot.pt/… foi revista por odiario.info