quarta-feira, 26 de abril de 2017

28 DE ABRIL - GREVE GERAL - VAMOS PARAR O BRASIL !

QUEREM ACABAR COM A APOSENTADORIA E OS DIREITOS TRABALHISTAS!

 

 

 

3 motivos para cruzar os braços  dia 28 de abril

20/04/2017 

Governo quer que morramos sem nos aposentar
Da Redação do Sindsprev/RJPor Olyntho Contente
Temer, seu governo, a maioria do Congresso e a mídia dizem que a Previdência é deficitária, o que é mentira. As aposentadorias são pagas pela Seguridade Social, da qual a Previdência faz parte, e é formada, ainda, pela saúde e assistência.  A seguridade é superavitária, mesmo com os desvios que os governo faz de seus recursos. Só em 2015 este superávit foi de mais de R$ 11,2 bilhões.
  • Idade mínima para aposentadoria – Hoje os homens têm direito a se aposentar a partir de 35 anos de contribuição, e as mulheres, aos 30. Com a reforma, só poderão fazê-lo a partir dos 65 anos de idade.
  • Mais tempo de contribuição – Para um trabalhador ou trabalhadora se aposentar terá de comprovar pelo menos 25 anos de contribuição. Hoje, a exigência é de 15 anos.
  • 49 anos para aposentadoria integral – Para ter direito à aposentadoria integral, só contribuindo por, no mínimo, 49 anos.
  • Fim de aposentadorias integrais – Trabalhadores e trabalhadoras rurais, trabalho insalubre e em condições especiais, pessoas com deficiência e aposentadorias por incapacidade sofrerão covarde redução nas aposentadorias.
  • Corte nas pensões – Na proposta do governo acaba o direito ao acúmulo de aposentadoria e pensão por morte. Além disto, o valor das pensões equivalerá a 50% da aposentadoria do cônjuge que falecer. Hoje a pensão corresponde a 100% da aposentadoria.
  • Afeta a quem está na ativa – Eles querem que estas novas regras valham para homens e mulheres com menos de 50 e mulheres com menos de 45 anos. Os que estiverem acima destas idades entram numa regra de transição e poderão se aposentar pelas regras atuais, mas terão que contribuir com 50% a mais sobre o tempo que faltar para se aposentar.
Reforma trabalhista acaba com direitos históricos
  • Férias e jornada – Estão ameaçados as férias de 30 dias, a jornada de trabalho, a participação nos lucros e resultados que poderão ser parcelados em quantas vezes quiserem os patrões. O horário para refeições também poderá ser reduzido.
  • Trabalho temporário – O contrato de trabalho temporário passará a ter vigência de seis meses e poderá ser prorrogado por igual período.
Terceirização indiscriminada
  • O projeto de lei que acabou com qualquer limite para a terceirização pode acabar com categorias inteiras, que seriam substituídas por empresas terceirizadas. Vale para o setor público e privado. É o “liberou geral”.
  • Não haverá geração de emprego, como diz o governo. No setor público vai facilitar a entrada das terceirizadas travestidas de organizações sociais e fundações.
  • Na prática significa o início do fim do servidor público e dos concursos, e, para os terceirizados, salários mais baixos, maior jornada, menos direitos e garantias trabalhistas e piora nas condições de trabalho. Resultará, ainda, em maior número de acidentes, doenças (estresse, depressão, lesões por esforço repetitivo, entre outros) e mais mortes por acidente de trabalho.

Fonte: informativo das centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, UGT, CGTB, NCST, Intersindical, CSB, CTB e Força Sindical que convocam a Greve Geral

terça-feira, 25 de abril de 2017

Trump amplia a guerra contra a Síria. Iêmen, Afeganistão e Sudão do Sul

Em março de 2011, Obama lançou uma guerra contra a Síria para destruir sua soberania e substituir o presidente Assad por um governo de fantoches pro-ocidental.
Trump aumentou as apostas. Ele intensificou a guerra, aumentou o bombardeio de terror dos EUA e dobrou o número de forças dos EUA no terreno avançando provavelmente para um numero maior.
Trump quiere un cambio de régimen en Siria, extendió las guerras dirigidas por Estados Unidos en Yemen, Afganistán, Sudán del Sur
Seu plano de guerra extremamente perigoso arrisca o confronto direto com a Rússia. Em vez de governar com responsabilidade, ele está arriscando-se de forma imprudente em uma possível guerra nuclear no Oriente Médio e na península coreana.
No norte da Síria, centenas de milhares de civis estão ameaçados pelo bombardeio terrorista dos EUA - visando infraestruturas e prédios públicos sob o pretexto falso de combater contra o ISIS, criatura  criada e apoiada pelos EUA.
Na segunda-feira (24/04), o porta-voz e secretário-geral da ONU, Antonio Guterres  Dujarric  Staphane emitiu uma entrevista sobre as condições humanitárias catastróficas no Iêmen, Mosul, Afeganistão, Sudão do Sul, e a segurança de mais de 400.000 sírios em Raqqa.
Cerca de 10 milhões de iemenitas:
"Necessitam de ajuda imediata para salvar ou sustentar suas vidas", sublinhou. O país apresenta  "enorme emergência na questão de segurança alimentar do mundo ... à beira da (catastrófica) fome".
A luta e o bombardeamento terrorista em Mosul continuam, apresenta mais de  400 mil deslocados até agora - em desesperada necessidade de ajuda. A vida e o bem-estar de cerca de dois milhões de iraquianos estão ameaçados pelo conflito em curso. O número de mortos civis continua aumentando.
"Os detidos no Afeganistão continuam a enfrentar tortura e maus-tratos nos centros de  detenção do governo".
A guerra mais longa da América continua indefinidamente sem perspectivas de solução.
No Sul do Sudão,
"A falta de responsabilidade pelos crimes perpetrados durante o conflito continua sendo um dos maiores desafios do país".
 Síria
Os sírios de Raqqa e seus arredores estão expostos a combates terrestres diários e bombardeamentos terroristas liderados pelos EUA - inclusive contra infra-estrutura, hospitais, escolas, mesquitas, mercados e áreas residenciais.
Um  número desconhecido de civis estão sendo assassinados diariamente, talvez milhares antes da campanha terminar.
De acordo com Dujarric
"Nas últimas semanas, civis foram expostos a lutas diárias e ataques aéreos que resultaram em um número crescente de mortes e ferimentos civis ..."
"Cerca de 39.000 (foram) recém-deslocados", a maioria em áreas abertas, sem abrigo ou proteção contra os combates e bombardeios. As pessoas desesperadas estão sem ajuda humanitária.
A intervenção da Rússia na Síria tem melhorado em grande medida as condições de seu povo - libertado de centenas de áreas anteriormente controladas por terroristas apoiados pelos Estados Unidos, fornecimentos de ajuda humanitária por Moscou e do governo da Síria para sustentá-los.
Separadamente na segunda-feira, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra 271 funcionários do Centro de Estudos e Pesquisas Científicas da Síria - com o pretexto (falso) de envolvimento no desenvolvimento de armas químicas.
 
Washington os responsabiliza pelo desenvolvimento do agente tóxico usado em Kahn Sheikhoun no dia 4 de abril - um incidente com o qual a Síria não teve nada a ver, uma operação de falsa bandeira atribuído pelos EUA  de forma irresponsável aos militares sírios e Bashar al-Assad .
Na sexta-feira, Sergey Lavrov denunciou que o pedido da Rússia para uma investigação independente e imparcial no local foi "bloqueado por delegações ocidentais sem qualquer explicação".
"Óbvias informações falsas" estão sendo usadas pelos EUA e seus aliados desonestos para derrubar Assad - provavelmente se intensificou pela  escalada  envolvendo um maior número de forças dos EUA.
Stephen Lendman mora em Chicago. Ele pode ser alcançado em lendmanstephen@sbcglobal.net 
Seu novo livro como editor e contribuinte é intitulado "Flashpoint na Ucrânia: Como os EUA Drive para Hegemonia Riscos WW III."
Visite o site do blog em sjlendman.blogspot.com .

Crítica a certas visões oportunistas contemporâneas sobre o estado

 Cem anos atrás, no fim da sua obra "O estado e a revolução", Lênin notou que a 2ª Internacional havia caído em espiral dentro do oportunismo, que a experiência da Comuna fora esquecida e distorcida e acrescentou que: "Longe de inculcar nas mentes dos trabalhadores a ideia de que se aproxima o tempo em que devem atuar para esmagar a velha máquina estado, substituí-la por uma nova e deste modo fazer do seu domínio político o fundamento para a reorganização da sociedade, eles realmente pregaram às massas exatamente o oposto e retrataram a "conquista do poder" de um modo que deixava milhares de evasivas para o oportunismo". [23]
 
 A importância e atualidade do trabalho de
 Lênin sobre o estado 

Cem anos atrás, poucos meses antes da Grande Revolução Socialista de Outubro e em condições políticas particularmente difíceis e complexas, V.I. Lênin escreveu um trabalho de importância fundamental, "O Estado e a Revolução", o qual foi publicado pela primeira após a Revolução de Outubro, em 1918. 

Neste trabalho, Lênin destacou a natureza de classe do estado e a sua essência. "O estado é um produto e uma manifestação da irreconciabilidade dos antagonismos de classe. O estado ascende onde, quando e na medida em que antagonismos de classe objetivamente não podem ser reconciliados. E, inversamente, a existência do estado prova que os antagonismos de classe são irreconciliáveis". [1] 

Lênin também estabelece neste trabalho a necessidade e atualidade da revolução socialista e do estado dos trabalhadores. 

Foi baseado nas visões de Marx e Engels quanto à questão do estado, as quais foram formuladas em vários trabalhos, tais como "O 18 de Brumário de Luís Bonaparte", "A guerra civil em França", a "Crítica do Programa de Gotha", carta de Engels a Bebel sobre o 18 de Março de 1875, a introdução de Engels às terceiras edições de "A guerra civil em França" de Marx em relação à ditadura do proletariado. As conclusões que Marx e Engels extraem do estudo e generalização da experiência e das lições da revoluções era que a classe trabalhadora só pode adquirir poder político e estabelecer a ditadura do proletariado através da revolução socialista, a qual destrói o aparelho de estado burguês e cria um novo aparelho de estado. Assim, podemos caracteristicamente referirmo-nos ao facto de que Marx no seu trabalho "Crítica do Programa de Gotha" enfatizou que: "Entre a sociedade capitalista e a comunista está o período da transformação revolucionária de uma para a outra. Correspondendo a isto está também um período de transição política no qual o estado não pode ser senão a ditadura revolucionária do proletariado". [2] 

Lênin destacou a importância fundamental desta questão para aqueles que compreendem a existência e o papel determinante da luta de classe no progresso social, notando que "deveria ser dada atenção particular à observação extremamente profunda de Marx de que a destruição da máquina de estado burocrática-militar é "a condição prévia para toda revolução popular real" [3] e enfatizou que "Só é marxista quem estende o reconhecimento da luta de classe ao reconhecimento da ditadura do proletariado". [4] 

Além disso, Lênin procurou descrever as características da formação social-política comunista, aspectos básicos do estado socialista, enquanto criticou severamente visões da direita oportunista e anarquista em relação ao estado. 

Naturalmente, este trabalho específico de Lênin, e isto é verdadeiro para o resto de toda a titânica coleção das suas obras, não pode ser apartado dos seus outros trabalhos, tais como por exemplo "A Revolução Proletária e o renegado Kautsky" e deve sempre ser abordado num relacionamento dialético com os desenvolvimentos históricos. Seja como for, contudo, a abordagem leninista do estado é um enorme legado para movimento comunista internacional, o qual deve ser utilizado de um modo adequado a fim de repelir visões social-democratas e oportunistas acerca do estado, as quais têm penetrado e continuam a penetrar o movimento comunista internacional. Consequentemente, o objetivo desta intervenção não é apresentar as posições leninistas ou citações apropriadas de Lênin, mas fornecer uma resposta baseada no entendimento marxista-leninista do estado às visões oportunistas contemporâneas. Isto é ainda mais relevante hoje, quando muitas visões que Lênin combateu no seu tempo estão a reemergir em formas velhas e novas. 

O entendimento "neutral" não classista do estado 

As forças do oportunismo europeu constituíram a ferramenta básica para a nova diluição das características comunistas dos partidos comunistas e de trabalhadores. Trata-se de forças que são veículos para a ideologia burguesa no interior do movimento dos trabalhadores. Na Europa, elas estabeleceram o seu próprio centro ideológico-político e organizacional: o Partido de Esquerda Europeu (PEE), ao qual aderiram alguns PCs que no passado foram profundamente influenciados pelo eurocomunismo, tais como os PCs da França e da Espanha. O SYRIZA nele participa por parte da Grécia. Trata-se de um partido que contém forças influenciadas pela corrente eurocomunista que se separou do KKE em 1968, assim como forças que se separaram do KKE em 1991, sob a influência do "Novo pensamento" de Gorbachev. Este partido posteriormente fundiu-se com forças que vieram do PASOK social-democrata. 

Tal partido argumenta que: "O estado, contudo, não é uma fortaleza mas sim uma rede, arena de relacionamento estratégico para a luta política. Ele não muda de um dia para o outro, mas ao contrário sua necessária transformação pressupõe batalhas constantes e contínuas, o envolvimento do povo, democratização contínua". [5] 

Como se verifica acima, eles não consideram que o estado burguês constitua por sua própria natureza um órgão para a dominação da classe burguesa, mas sim uma coleção de instituições que podem ser transformadas numa direção a favor do povo. Com base nesta visão, argumenta-se que o caráter das instituições do estado burguês, o estado burguês como um todo, pode ser adequadamente modelado desde que existam "governos de esquerda". 

Isto é claramente uma visão enganosa, porque na prática destaca o estado da sua base econômica, das relações econômicas dominantes. Cria ilusões entre os trabalhadores de que o papel do estado burguês e suas instituições (ex. parlamento, governo, exército, polícia) depende das forças políticas ("esquerda" ou "direita") que os dominam. 

Analogamente, visões perigosas estão a ser hoje cultivadas num certo número de países latino-americanos, através do conceito de "progressismo", por meio de vários governos "progressistas" e "de esquerda", os quais após as suas vitórias eleitorais tentam semear ilusões entre o povo de que o sistema pode mudar através de eleições burguesas e referendos. 

Contudo, na realidade não há "neutralidade" de classe por parte do estado burguês e suas instituições. O estado, como o marxismo-leninismo tem demonstrado, tem um claro conteúdo de classe, o qual não pode ser usado através de processos eleitorais e soluções governamentais burguesas em favor da classe trabalhadora e da mudança social. 

Acerca da visão respeitante ao "Estado Profundo" 

A emergência do SYRIZA como partido governante na Grécia levou a celebrações de muitas forças oportunistas por todo o mundo. Na verdade, sua cooperação no governo com o partido nacionalista ANEL foi interpretada por alguns como uma tentativa de controlar o estado profundo da Grécia através desta aliança política governamental. [6] Analogamente, alguns apresentaram as declarações feitas por A. Tsipras ainda antes das eleições, quando afirmou diretamente que a Grécia "pertence ao ocidente" e que a retirada da Grécia da NATO não estava na agenda, como sendo um movimento inteligente.[7] 

Qual é o objetivo desta visão que separa as funções do estado burguês umas das outras como "fatias de salame"? Naturalmente, no interior do aparelho de estado do estado burguês há estruturas com diferentes funções e tarefas. Contudo, isto confirma a visão que separa o estado em seções "duras" e "moles". Assim, por exemplo, as municipalidades, os serviços locais são uma parte integral da administração burguesa, pois os governos locais também são encarregados de implementar a estrutura legal reacionária e anti-povo que é aprovada por cada governo burguês e a sua maioria parlamentar. Os comunistas no nosso país são ativos nos governos locais, procuram ganhar a maioria nas municipalidades e hoje alcançaram isto em cinco municipalidades do país, as quais incluem a 3ª maior cidade na Grécia, Patras. Contudo, eles não promovem ilusões entre os trabalhadores acerca do caráter desta seção do estado burguês. Procuram, como oposição ou como maioria na administração das municipalidades, utilizar sua posição para desenvolver a luta de classe e não para "limpar" o capitalismo, o que é aquilo que defendem o SYRIZA e outras forças oportunistas. 

Estas forças oportunistas acham conveniente a separação do estado burguês em seções. Acima de tudo, porque isto pode ocultar que todo o aparelho de estado, apesar das diferentes funções das suas seções, está ao serviço da classe burguesa. Em segundo lugar, porque deste modo semeiam a ilusão entre os trabalhadores de que gradualmente, começando da "periferia" do estado burguês e marchando para o "centro", para as suas "profundidades", eles podem limpá-lo, transformando-o num estado que será a favor do povo. 

Forças oportunistas promovem visões utópicas semelhantes igualmente acerca das uniões capitalistas inter-estatais, tais como a imperialista UE. Na verdade, elas apregoam que através de referendos ou da emergência da esquerda, governos social-democratas, alegadamente uma "estrutura democrática para o continente" pode ser criada com "respeito pelos direitos democráticos e soberanos dos povos" [8] . Na realidade, tais afirmações contornam o caráter de classe desta união inter-estatal, a qual decorre do caráter de classe dos estados burgueses que a constituem e que, desde o seu nascimento em 1952, como "Comunidade Europeia do Carvão e do Aço", foi criada para servir os interesses do capital. 

A expansão da democracia no estado burguês como um "passo" para o socialismo 

Lenine entrou em conflito agudo com aqueles, como Bernstein, que argumentavam ser possível a reforma do capitalismo e a gradual transformação reformista da sociedade. 

Posteriormente, as visões do eurocomunismo ganharam um bocado de terreno, visões a argumentarem que comunistas podem transformar o estado numa direção a favor do povo através da via parlamentar e da expansão da democracia. 

O KKE, o qual combateu e continua hoje a combater tais visões, considerou que avaliações semelhantes feitas pelo PCUS fizeram um grande dano ao movimento comunista internacional. Estas visões chegaram a dominar o movimento comunista internacional principalmente após o 20º Congresso do PCUS e falavam de uma "transição parlamentar" [9] . Consequentemente, consideramos serem problemáticas visões desenvolvidas nesta base e que argumentam em favor da violação de princípios básicos da revolução e da construção socialista, como por exemplo conversas acerca de "uma variedade de formas de transição para o socialismo" ou o assim chamado "caminho de desenvolvimento não capitalista". 

O KKE extraiu conclusões e rejeitou as "etapas para o socialismo", as quais atormentaram e continuam hoje a atormentar o movimento comunista, pois devido a estas "etapas" eles por um lado negam o papel dos PC como força para o derrube do capitalismo em nome de tarefas "atuais" no quadro do sistema (ex. o objetivo de restaurar a democracia burguesa nas condições de ditadura) e por outro lado semeiam ilusões acerca da "transição parlamentar" para o socialismo. 

O KKE estuda sua história, extrai conclusões valiosas das lutas heroicas dos comunistas nas décadas passadas. O CC do KKE notou entre outras coisas na sua declaração recente sobre o 50º aniversário da Junta na Grécia: "O KKE e o movimento dos trabalhadores e do povo procuram e lutam por funcionar nas melhores condições possíveis, as quais facilitarão sua luta e mais geralmente expandem suas intervenções contra o capital e o seu poder. Eles lutam por liberdades e direitos, a fim de remover obstáculos à sua atividade, a fim de restringir – tanto quanto possível – a repressão estatal".[10] No entanto, nosso partido, ao estudar a sua história, avalia que: "A ditadura forneceu nova experiência que demonstra o caráter sem fundamento da avaliação que existia no Movimento Comunista Internacional e no KKE, de que o caminho da luta por uma democracia burguesa avançada é terreno fértil para a concentração de forças e que aproxima o processo revolucionário, que a luta pela democracia está dialeticamente conectada à luta pelo socialismo. Esta avaliação impediu o partido de pôr em relevo a ditadura militar como uma forma de ditadura do capital, impediu a orientação da luta popular como um todo contra o inimigo – a ditadura da classe burguesa e suas alianças imperialistas, como a NATO". [11] 

Hoje, visões erradas semelhantes estão a ser promovidas dentro das fileiras do movimento comunista. Trata-se de visões que ou falam de "etapas" na estrada para o socialismo ou de comunistas a "penetrarem" o poder, com o objetivo em ambos os casos de expandir a democracia, como uma primeira etapa para o socialismo. 

Na prática, tais visões adiam a luta para o derrube da exploração capitalista para um futuro distante, armadilha e restringe o movimento dos trabalhadores dentro do quadro de apenas lutar por melhores condições para a venda da força de trabalho, negando a orientação da luta para radicalizar o movimento dos trabalhadores, reagrupá-lo, concentrar forças sociais, as quais têm um interesse em confrontar os monopólios e podem lutar pelo derrube do capitalismo e a construção da nova sociedade socialista-comunista. 

A nacionalização de negócios capitalistas como um passo para mudar a natureza do estado 

Existe confusão semelhante quanto a questões relativas à economia. Durante muitos anos o movimento comunista internacional, o qual esteve e em grande medida continua a estar preso na lógica de etapas para o socialismo, viu o reforço do setor estatal do estado burguês como um passo para o socialismo. 

Na verdade, hoje alguns compreendem mal a posição leninista de que "o capitalismo monopolista de estado é uma preparação material completa para o socialismo, o patamar do socialismo, uma fase na escada da história entre a qual e a fase chamada socialismo não há fases intermediárias" [12] a fim de justificar o apoio ativo e a participação de comunistas na gestão burguesa com um setor estatal ampliado da economia. Mas deste modo eles entendem erradamente capitalismo monopolista de estado como sendo a existência de um setor estatal forte na economia e não como imperialismo, a etapa superior de capitalismo, tal como descrita por Lênin. 

A vida tem demonstrado que o capitalismo, de acordo com as suas necessidades, pode admitir que uma grande seção da economia do país seja administrada pelo estado. Assim, por exemplo, nas décadas de 1970 e 1980 a maior parte da economia grega estava nas mãos do estado, contudo isto não mudou de todo o caráter do estado burguês. Nem, naturalmente, significou que uma política de nacionalizar gradualmente negócios privados, que habitualmente significa simplesmente capitalistas a passarem suas dívidas para o estado, pudesse levar a uma mudança do seu caráter. Desde que o poder esteja nas mãos da classe burguesa, o estado (com um setor estatal mais forte ou mais fraco) será burguês e a classe dominante atuará como o "capitalista coletivo" da propriedade estatal. 

O nome do estado como reflexo de como é encarada sua natureza 

Lênin descreveu aspectos básicos do estado dos trabalhadores. Não podemos fechar os olhos à análise de Lênin e simplesmente orientar-nos para os adjetivos que acompanham o nome do estado. Hoje, por exemplo, emergiram a "República Popular de Lugansk" e a "República Popular de Donetsk". Qual é o caráter destas auto-proclamadas "Repúblicas Populares"? E como um aparte a esta discussão, podíamos ter em mente a existência, por exemplo, da chamada "República Democrática do Congo", onde crianças pequenas trabalham nas minas em condições terríveis de modo a que monopólios estrangeiros possam adquirir minérios valiosos como o cobalto e o cobre. 

Consideramos que não podemos julgar um estado e a nossa posição em relação a ele exclusivamente com base em como ele se auto-define e nas suas proclamações. Um critério básico deve ser qual classe possui os meios de produção e mantém o poder no estado específico, que espécies de relações de produção são predominantes no país específico. E isto é assim porque o estado, para marxistas-leninistas, é uma "máquina repressiva", o qual objetivamente na nossa era, no século XXI, na era da passagem do capitalismo para o socialismo, anunciada pela Revolução de Outubro, ou estará nas mãos da classe burguesa ou da classe trabalhadora. Não há caminho intermédio! 

Não devemos esquecer que como sempre, e os dias de hoje não são exceção, as classes burguesas procuram ocultar seus objetivos, ocultar o caráter de classe do seu estado. Assim, por exemplo, um método clássico que a classe burguesa utiliza para camuflar o estado é a projeção do seu caráter "nacional", apresentando seu estado como um "arma" para defender todo o país. O burguês hoje não hesita em utilizar também outras "armas" de propaganda a fim de subordinar o movimento dos trabalhadores "sob as suas bandeiras". Os comunistas, o movimento dos trabalhadores como um todo, devem demonstrar alto nível de vigilância quando políticos burgueses, que contribuíram para a restauração capitalista na antiga URSS, hoje utilizam o "cartão" anti-fascista. 

Hoje, quando a classe burguesa também está a reforçar forças fascistas, algumas da quais procuram mesmo desempenhar um papel no governo, tais como por exemplo na Ucrânia, os apelos a novas "frentes anti-fascistas" e por alianças mesmo com forças políticas burguesas, e mesmo estados burgueses que aparecem sob um manto anti-fascista, estão a intensificar-se. Contudo, como o KKE avaliou na Declaração do CC do KKE sobre os 70 anos desde o fim da 2ª Guerra Imperialista Mundial e da grande vitória anti-fascista dos povos: "O estado reacionário burguês não está nem desejoso nem é capaz de enfrentar a raiz e os ramos do nazismo; nem tão pouco o podem as chamadas "frentes anti-fascistas", alianças de movimentos populares e dos trabalhadores em cooperação com forças políticas burguesas. Só a aliança do povo, o desenvolvimento da luta de classe com o objetivo de derrubar o poder dos monopólios, o sistema capitalista, pode enfrentar o nazismo". [13] 

Além disso, o KKE considera que hoje o objetivo de poder dos trabalhadores não deve ser posto de lado por algum outro objetivo governamental no terreno do capitalismo, em nome da deterioração da situação da classe trabalhadora e dos extratos populares, devido à profunda e prolongada crise econômica, à guerra imperialista, ao terror aberto contra o PC e o movimento dos trabalhadores por organizações nazi-fascistas, provocações, a intensificação da violência do estado. [14] 

A construção socialista e o estado sob o socialismo 

Durante décadas sociais-democratas e oportunistas têm estado a executar, dentre outras coisas, um esforços sistemático para negar toda abordagem científica do socialismo e seu estado. Lemos, por exemplo, no material do centro oportunista da Europa, o PEE, que ele defende as "perspectiva de um socialismo democrático". E esta "perspectiva socialista" é definida pelo PEE como "uma sociedade de justiça fundada na combinação (pooling) da riqueza e dos meios de produção, e na soberania da escolha democrática, em harmonia com os recursos limitados do planeta". Confusões semelhantes e abordagens anti-marxistas da sociedade socialista têm-se multiplicado em anos recentes com os vários "socialismos" da América Latina. Desde o "Socialismo para o Século XXI" de Chavez aos "socialismo do buen vivir " no Equador, onde o dólar estado-unidense é utilizado como a divisa nacional. 

Para nós, eles têm como objetivo ignorar o facto de que na base de toda formação sócio-econômica está um modo específico de produção, a qual é a unidade dialética das forças de produção e das relações de produção. As relações de produção como um todo em toda fase do processo de reprodução-produção, distribuição, intercâmbio, consumo constituem a base econômica da sociedade. Abordando a questão cientificamente, Lênin sublinhou que: "Na produção social da sua vida, os homens entram em relações definidas que são indispensáveis e independentes da sua vontade, relações de produção as quais correspondem a uma etapa definida do desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. A soma total destas relações de produção constitui a estrutura da sociedade, a fundação real, sobre a qual ascende uma superestrutura legal e política e à qual correspondem forma definidas de consciência social". [15] 

J.V. Staline notou: "Há dois tipos de produção: a capitalista, incluindo o estado-capitalista, em que há duas classes, em que a produção é executada para o lucro do capitalista; e há o outro tipo, o tipo socialista de produção, em que não há exploração, em que os meios de produção pertencem à classe trabalhadora e em que as empresas são dirigidas não para o lucro de uma classe alheia, mas para a expansão da indústria no interesse dos trabalhadores como um todo". [16] 

Eis porque o KKE rejeita várias interpretações de socialismo que nada têm a ver com a visão marxista-leninista. E como tem sido sublinhado em relação às visões do PEE, ou aos vários "socialismos" da América Latina, o que temos em essência é a promoção de posições oportunistas acerca da "humanização" do capitalismo, "a utopia acerca da democratização do estado burguês, enquanto a economia capitalista "mista" está a ser apresentada como um novo modelo de socialismo. "A lógica de especificidades nacionais constitui um instrumento do "eurocomunismo" a fim de negar as leis científicas da revolução e da construção socialista e hoje o problema manifesta-se com os mesmos argumentos ou semelhantes. (...) a fim de [tentar] confirmar a substituição do caminho revolucionário pelo parlamentarismo, o abandono do socialismo por mudanças governamentais que administrarão a sociedade burguesa, como por exemplo fazem o Fórum São Paulo e outras forças. A construção do socialismo é um processo unificado, o qual começa com a conquista do poder pela classe trabalhadora a fim de formar o novo modo de produção, o qual prevalecerá com a completa abolição de relações capitalistas, relações capital – trabalho assalariado. A socialização dos meios de produção e a planificação central são leis da construção socialista, condições necessárias para a satisfação da necessidades do povo". [17] 

O KKE, estudando a experiência da construção socialista avaliou as reformas econômicas de 1965 na URSS como erradas. Trata-se de reformas que deram prioridade a "reformas de mercado" e trouxeram de volta para a economia socialista o papel do lucro. Em consequência emergiram nas empresas interesses especiais (vested interests). As reformas erradas na economia foram combinadas com direções erradas semelhantes na superestrutura política (ex.: o estado de todo o povo) e na estratégia do movimento comunista internacional (ex.: política de "coexistência pacífica"). Naturalmente, nosso partido discorda das avaliações de PCs que foram arrastados para a corrente danosa do "maoismo" e consideraram que de um momento para outro, imediatamente após o 20º Congresso, o estado dos trabalhadores deixou de existir ou na verdade que estava alegadamente transformado em "social-imperialismo" e assim participaram na propaganda anti-soviética. Em contraste, nosso partido, o qual defende a contribuição da URSS como o fez o movimento internacional comunista e dos trabalhadores, considera que o socialismo foi construído na URSS. Contudo, também considera que o 20º Congresso do PCUS foi um ponto de viragem, devido a um certo número de posições oportunistas que foram adotadas sobre questões relativas à economia, à estratégia do movimento comunista e a relações internacionais. 

Hoje, avaliamos que 30 anos após a contra-revolução na URSS, Europa Central e do Leste, a capitalização da China avançou. Ali existem relações de produção capitalistas. Ao mesmo tempo observamos o contínuo reforço de relações capitalista em países que procuraram a construção socialista, tais como Vietnan e Cuba. [18] 

Alguns camaradas de outros PCs argumentam que os desenvolvimentos nestes países são resquícios da NEP na era de Lênin. Em outros textos [19] , destacámos as diferenças entre a NEP e as mudanças que se verificam nestes países e com cujos resultados nosso partido está preocupado, baseado no seu longo estudo da experiência da URSS. E isto é assim porque a socialização dos meios produção concentrados, a planificação central na distribuição da força de trabalho e dos meios de produção, a erradicação da exploração do homem pelo homem para a maioria dos trabalhadores são condições básicas e necessárias, não só para o começo da construção socialista como também para a sua continuação. 

Além disso, com observou
Lênin, "a ditadura do proletariado não é apenas a utilização da força contra os exploradores e nem mesmo principalmente a utilização da força. O fundamento econômico desta utilização de força revolucionária, a garantia da sua eficácia e êxito está no facto de que o proletariado representa e cria uma organização social do trabalho de tipo superior em comparação com o capitalismo. Isto é que é importante, isto é a fonte do fortalecimento e a garantia de que o triunfo final do comunismo é inevitável". [20] Está claro que esta "organização social de tipo superior" nada pode ter a haver com o nepotismo. Como foi observado no Relatório do CC do KKE ao 20º Congresso do partido, "a Coreia do Norte tem prosseguido o reforço das chamadas "zonas econômicas livres", o "mercado". O Partido dos Trabalhadores da Coreia abandonou por alguns anos o marxismo-leninismo e promove a idealista teoria "Juche", fala de "kimilsunguismo-kimjongunismo", violando todo conceito de democracia socialista, do controle dos trabalhadores e do povo, num regime de nepotismo". [21] 

Ao invés de um epílogo: Devemos acabar com as "evasivas" da 2ª Internacional 

O KKE efetuou um estudo profundo das causas que levaram ao derrube do socialismo na URSS, seguindo o caminho de muitos anos de estudo e discussão no interior do partido e dedicando o 18º Congresso (em 2009) a apresentação de respostas abrangentes sobre esta questão, extraindo conclusões valiosas para o futuro. Com base neste esforço, baseado no marxismo-leninismo, nosso partido enriqueceu o seu entendimento programático do socialismo, algo que está refletido no novo Programa adotado no 19º Congresso (2013). 

O Programa do KKE nota entre outras coisas: "O poder socialista é o poder revolucionário da classe trabalhadora, a ditadura do proletariado. O poder da classe trabalhadora substituirá todas as instituições burguesas, as quais serão esmagadas pela atividade revolucionária, com novas instituições que serão criadas pelo povo". [22] 

Além disso, o Programa do KKE descreve em pormenor:
  • A base material da necessidade do socialismo na Grécia 
  • Os deveres do KKE para a revolução socialista 
  • Seus deveres mais especificamente sobre a situação revolucionária 
  • O papel principal do Partido na revolução 
  • Socialismo como a fase primeira e mais baixa do comunismo 
  • A questão da satisfação das necessidades sociais 
  • Princípios fundamentais da formação do poder socialista
O 20º Congresso do KKE, efetuado este ano, de 30 de Março a 2 de Abril de 2017, colocou a tarefa abrangente do endurecimento (steeling) ideológico-político-organizacinal do partido e da sua juventude como um partido para o derrube revolucionário. 

Cem anos atrás, no fim da sua obra "O estado e a revolução",
Lênin notou que a 2ª Internacional havia caído em espiral dentro do oportunismo, que a experiência da Comuna fora esquecida e distorcida e acrescentou que: "Longe de inculcar nas mentes dos trabalhadores a ideia de que se aproxima o tempo em que devem atuar para esmagar a velha máquina estado, substituí-la por uma nova e deste modo fazer do seu domínio político o fundamento para a reorganização da sociedade, eles realmente pregaram às massas exatamente o oposto e retrataram a "conquista do poder" de um modo que deixava milhares de evasivas para o oportunismo". [23] 

Hoje, 100 anos após a Grande Revolução de Outubro e um ano antes do 100 aniversário da fundação do nosso partido, o KKE procura com suas posições e atividade barrar as "portas e janelas" ao oportunismo. Isto é uma condição prévia para a realização dos ideais de uma sociedade sem a exploração do homem pelo homem. 
 
[1]  "State and Revolution", V.I. Lenin, Collected Works, V. 25 
[2]  "Critique of the Gotha Programme", K. Marx 
[3]  "State and Revolution", V.I. Lenin, Collected Works, V.25 
[4]  "State and Revolution", V.I. Lenin, Collected Works, V.25 
[5] From SYRIZA's governmental programme. 
[6] The Real News Network, Interview (28/1/2015) with Leo Panitch, Professor of Political Science at York University, Toronto, Canada. therealnews.com/... 
[7]  Article of Paul Mason (1/9/2015), former BBC journalist and former economics editor for Channel 4 www.irishtimes.com/... 
[8]  5th Congress of the PEL. Political Document: "Refound Europe, create new progressive convergence" 
[9] 18th Congress of the KKE, Resolution on Socialism. February 2009 
[10]  "Statement of the CC of the KKE on the Military Coup of the 21st of April 1967. Rizospastis, 5 March 2017. 
[11]  Ibid 
[12] "The impending catastrophe and how to combat it", V.I. Lenin, Collected Works, V.25 
[13] Declaration of the CC of the KKE on the 70 years since the end of the 2nd World Imperialist War and the great anti-fascist victory of the peoples. April 2015 
[14]  ibid 
[15]   "Karl Marx", V. I. Lenin, Collected Works, V.21 
[16] J.V. Stalin, Works, V. 7 
[17] Speech of the KKE at the 16th International Meeting of the Communist and Workers' Parties in Ecuador. 
[18] Theses of the CC of the KKE for the 20th Congress. 
[19] "The international Role of China", Komep 6/2010 
[20] "A great beginning", V.I. Lenin, Collected Works, V. 29 
[21] Report of the CC of the KKE to the 20th Congress of the party, March 2017. 
[22]  Programme of the KKE, 2013 
[23] "State and Revolution", V.I. Lenin, Collected Works, V. 25 


[*] Posição da seção de relações internacionais do CC do KKE na 11ª Conferência anual "V.I. Lenine, a Revolução de Outubro e o mundo contemporâneo". 

A versão em inglês encontra-se em inter.kke.gr/... 


Este documento encontra-se em http://resistir.info/ .

Caças estadunidenses matam mais 7 crianças no norte da Síria

Columna de humo producida tras un ataque aéreo de la coalición anti-EIIL en una zona en Siria.

Pelo menos 11 pessoas, incluindo 7 crianças, morreram como resultado de um ataque aéreo por caças norte-americanos contra uma cidade no norte da Síria.

De acordo com ativistas citados pelo diário Britânico Daily Mail, a coalizão liderada pelos EUA bombardeou nesta terça-feira (25/04) a província de Al-Raqa, como parte de um suposto apoio as forças  curda, que lutam contra o DAESH.

Entre as vítimas desta operação se encontra uma uma família de oito membros que fugiram dos combates na cidade de Tabqa em  veículo que foi atingido pelo bombardeio.

Conforme relatado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) dos sete filhos que morreram no ataque cinco estavam com idade entre seis meses e 15 anos.
De acordo com o mesmo ong, pelo menos 1256 civis foram mortos na Síria desde o início do bombardeio da chamada coalizão anti-EIIL em Setembro de 2014, que são realizadas sem o consentimento do Governo de Damasco.
http://www.hispantv.com/noticias/siria/339721/ataque-eeuu-coalicion-civiles-raqa-ninos-muertos


Cuidado com os cães de guerra:

O império americano à beira do colapso?
 
De todos os inimigos das liberdades públicas a guerra é, talvez, o mais temível porque inclui e desenvolve o germe de todos os outros. A guerra é o pai de exércitos; destes originam-se dívidas e impostos... instrumentos conhecidos para submeter os muitos à dominação dos poucos... Nenhuma nação poderia preservar sua liberdade em meio à guerra contínua. 
– James Madison
 


Travar guerras sem fim no estrangeiro (no Iraque, Afeganistão, Paquistão e agora Síria) não torna a América – ou o resto do mundo – mais seguros, certamente não está a fazer a América grande outra vez e está inegavelmente a afundar os EUA ainda mais profundamente na dívida. 

De facto, é admirável que a economia ainda não tenha entrado em colapso. 

Na verdade, mesmo se puséssemos fim a toda intrusão dos militares e trouxéssemos hoje todas as tropas de volta para casa, levaria décadas para pagar o preço destas guerras e afastar os credores do governo das nossas costas. Mesmo assim, os gastos do governo teriam de ser cortados dramaticamente e os impostos agravados. 

Faça as contas. 

O governo tem US$19 milhões de milhões (trillion) de dívida: Os gastos de guerra aumentaram a dívida do país. A dívida agora excedeu uns estarrecedores 19 milhões de milhões e está a crescer a uma taxa alarmante de US$35 milhões/hora e US$2 mil milhões a cada 24 horas . Mas enquanto os empreiteiros da defesa estão a ficar mais ricos do que nos seus sonhos mais loucos, nós estamos empenhados a países estrangeiros tais como o Japão e a China (nossos dois maiores credores estrangeiros em US$1,13 e US$1,13 milhões de milhões, respectivamente). 

O orçamento anual do Pentágono consome quase 100% da receita do imposto sobre o rendimento individual . Se há qualquer regra absoluta pela qual o governo federal parece operar é de que o contribuinte americano sempre é espoliado, especialmente quando chega o momento de pagar a conta da tentativas da América de policiar o mundo. Tendo sido cooptados pela cobiça dos empreiteiros da defesa, de políticos corruptos e de responsáveis incompetentes do governo, a expansão militar do império americano está a sangrar o país a uma taxa de mais de US$57 milhões por hora . 

O governo gastou US$4,8 milhões de milhões em guerras no exterior desde o 11/Set, com US$7,9 milhões de milhões em juros: Trata-se de uma carga fiscal de mais de US$16 mil por americano. Quase um quarto dessa dívida foi incorrido em consequência das guerras no Iraque, Afeganistão, Paquistão e Síria. Durante os últimos 16 anos, estas guerras têm sido pagas quase inteiramente pela contracção de empréstimos junto a países estrangeiros e ao Tesouro dos EUA. Como destaca o Atlantic, estamos a combater o terrorismo com um cartão de crédito . Segundo o Watson Institute for Public Affairs da Brown University, os pagamentos de juros sobre o que já tomámos emprestado para estas guerras fracassadas podiam totalizar mais de US$7,9 milhões de milhões em 2053 . 

O governo perdeu mais de US$160 mil milhões devido ao desperdício e à fraude por parte dos militares e empreiteiros da defesa: Com empreiteiros pagos frequentemente superando em número as tropas alistadas para combate, o esforço de guerra americano alcunhado como "coligação da vontade" evoluiu rapidamente para a "coligação da faturação", com contribuintes americanos forçados a pagar milhares de milhões de dólares para subornos em cash, bases de luxo, uma auto-estrada para lugar nenhum, equipamento defeituoso, salários para os chamados "soldados fantasmas" e sobrepreços em tudo e mais alguma coisa associada ao esforço de guerra, incluindo um assento de vaso sanitário de US$640 e uma máquina de café de US$7600 . 

Contribuintes estão a ser forçados a pagar US$1,4 milhão por hora para fornecer armas estado-unidenses a países que não podem arcar com a despesa de adquiri-las. Como informa a Mother Jones, o programa de Financiamento Militar Estrangeiro do Pentágono "abre o caminho para o governo dos EUA pagar por armas para outros países – só para"promover a paz mundial", naturalmente – utilizando os seus dólares fiscais, os quais são então reciclados para as mãos das corporações do complexo militar-industrial. 

O governo dos EUA gasta mais em guerras (e ocupações militares) no estrangeiro a cada ano do que todos os 50 estados somados gastam em saúde, educação, bem-estar e segurança. De facto, os EUA gastam mais com os seus militares do que os oito países com mais altos gastos de defesa somados . O alcance do império militar da América inclui cerca de 800 bases em até 160 países , operadas a um custo de anual de mais de US$156 mil milhões. O jornalista de investigação David Vine relata: "Mesmo resorts e áreas recreativas em lugares como os Alpes Bávaros e Seul, Coreia do Sul, são bases do mesmo tipo. A nível mundial, os militares dirigem mais de 170 campos de golfe . 

Agora o presidente Trump quer aumentar o gasto militar em US$54 mil milhões. Prometendo "um aumento histórico no gasto de defesa para reconstruir os esgotados militares dos Estados Unidos", Trump deixou claro onde estão suas prioridade – e não são os contribuintes americanos. Como informa The Nation, "Num planeta onde os americanos representam 4,34 por cento da população, os gastos militares são responsáveis por 37 por cento do total global . 

Acrescente-se o custo de travar a guerra na Síria (com ou sem aprovação do Congresso) e o fardo sobre os contribuintes subirá a mais de US$11,5 milhões por dia . Ironicamente, enquanto candidato presidencial Trump opôs-se veementemente a que os EUA utilizassem força na Síria , bem como a abrigar refugiados sírios dentro dos EUA. Mas ele não teve problemas em retaliar contra o presidente sírio Bashar al-Assad em nome de crianças sírias mortas num ataque químico. O custo do lançamento dos 59 mísseis Tomahawk contra a Síria? Estima-se que só os mísseis custam US$60 milhões. Veja bem, este é o mesmo homem que, enquanto fazia campanha para a presidência, advertia que combater a Síria assinalaria o arranque da III Guerra Mundial contra uma unidade síria, russa e iraniana. Os preços do petróleo já começaram a subir pois os investidores antecipam uma extensão do conflito. 

Claramente, a guerra tornou-se uma enorme máquina de fazer dinheiro e o governo dos EUA, com o seu vasto império, é um dos seus melhores compradores e vendedores. 

Mas o que a maior parte dos americanos – com os cérebros lavados e acreditando que patriotismo significa apoiar a máquina de guerra – deixa de reconhecer que estas guerras em curso têm pouco a ver com a manutenção da segurança do país e tudo a ver com o enriquecimento do complexo militar-industrial a expensas do contribuinte. 


A argumentação pode continuar a mudar para explicar porque forças militares americanas estão no Afeganistão, Iraque, Paquistão e agora Síria. Contudo, o que permanece constante é que quem dirige o governo – incluindo o atual presidente – está a alimentar o apetite do complexo militar-industrial e a engordar as contas bancárias dos seus investidores. 

Um bom exemplo: o presidente Trump planeja "reforçar" gastos militares enquanto corta fundos para o ambiente, proteções de direitos civis, artes, negócios possuídos por minorias, emissoras públicas de rádio e TV, a Amtrak (ferrovia), aeroportos rurais e rodovias inter-estaduais . 

Por outras palavras: a fim de financiar este florescente império militar que policia o globo, o governo estado-unidense está preparado para levar a nação à bancarrota, sacrificar nossos soldados, aumentar as probabilidade de terrorismo e de ricochetes internos – e de empurrar o país muito mais para perto de um colapso final. 

Claramente, nossas prioridades nacionais estão numa necessidade desesperada de revisão geral . 

Como pergunta o repórter Steve Lopez do Los Angeles Times:
Por que lançar dinheiro na defesa quando tudo está em derrocada em torno de nós? Precisamos  gastar mais dinheiro com nossos militar (cerca de US$600 mil milhões este ano) do que os sete países seguintes somados? Precisamos  de 1,4 milhão de pessoal militar ativo e 850 mil reservas quando o número de inimigos no momento – ISIS – não passa de dezenas de milhares? Neste caso, parece que há algo radicalmente errado com a nossa estratégia. Deveriam 55% dos gastos discricionários do governo federal ir para os militares e apenas 3% para transportes quando o número de vítimas americanas é muito maior devido à infraestrutura caduca do que ao terrorismo? Será que a Califórnia precisa tantas bases militares ativas (31, segundo militarybases.com) quando ela tem campus de universidades estaduais (33)? E será que o estado precisa de mais pessoal militar no ativo (168 mil segundo a revista Governing ) do que professores em escolas públicas elementares (139 mil)?
Obviamente, há muito melhores utilizações para os fundos dos contribuintes do que os milhões de milhões de dólares que são desperdiçados na guerra. O que se segue são apenas algumas das formas como esses dólares poderiam ser utilizados: 
Na medida em que "nós o povo" continuamos a permitir ao governo travar suas custosas, absurdas e infindáveis guerras no exterior, a terra americana continuará a sofrer: nossas estradas se esfarelarão, nossas pontes cairão, nossas escolas cairão em decadência, nossa água de beber se tornará imbebível, nossas comunidades se desestabilizarão e o crime ascenderá. 

Aqui está o problema: se a economia americana entrar em colapso – e com ela os últimos vestígios da nossa república constitucional – será o governo e seus orçamentos de guerra de milhões de milhões de dólares que deverão ser culpados. 

Naturalmente, o governo já antecipou esta ruptura. 

Eis porque o governo transformou a América numa zona de guerra, transformou a nação num estado vigiado e classificou "nós o povo" como combatentes inimigos. 

Durante anos o governo atuou com os militares na preparação para o tumulto civil generalizado provocado pelo "colapso econômico, ruína do funcionamento da ordem política e legal , deliberada resistência ou insurgência interna, emergências de saúde pública difusas e desastre catastróficos naturais e humanos". 

Tendo gasto mais de meio século a exportar guerra para terras estrangeiras, a aproveitarem-se da guerra e a criarem uma economia nacional aparentemente dependente dos despojos de guerra, os falcões há muito que orientaram sobre nós seus apetites conduzidos pelo lucro, trazendo para casa os materiais de guerra – tanques militares, lançadores de granadas, capacetes Kevlar, rifles de assalto, máscaras de gás, munições, aríetes, binóculos de visão noturna, etc – e entregando-os à polícia local, transformando assim a América num campo de batalha. 

É assim que a polícia estatal vence e "nós o povo" perdemos. 

Contudo, como finalmente deixo claro no meu livro Battlefield America: The War on the American People , todo império militar fracassa. 

No máximo do seu poder, mesmo o poderoso Império Romano não podia confrontar-se com uma economia em colapso e militares florescentes. Períodos prolongados de guerra e falsa prosperidade econômica levam geralmente à sua morte. O historiador Chalmers Johnson prevê:
O destino dos impérios democráticos anteriores sugere que um tal conflito é insustentável e será resolvido em um de dois modos. Roma tentou manter seu império e perdeu sua democracia . A Grã-Bretanha optou por permanecer democrática e no processo deixou ir-se o seu império. Intencionalmente ou não, o povo dos Estados Unidos já está embarcado na rota do império não democrático.
Isto é a "influência injustificável, desejada ou não, do complexo militar-industrial" de que o presidente Dwight Eisenhower nos advertia há mais de 50 anos a fim de não deixar perigar nossas liberdades ou processos democrático. Eisenhower, que foi o Comandante Supremo das Forças Aliadas na Europa durante a II Guerra Mundial, estava alarmado com a ascensão da máquina de guerra orientada pelo lucro que emergiu a seguir à guerra – uma máquina que, a fim de se perpetuar, teria de manter-se a travar guerras. 

Não prestámos atenção à sua advertência. 

Mas como reconheceu Eisenhower , as consequências de permitir o complexo militar-industrial, exaurir nossos recursos e ditar nossas prioridades nacional estão para lá de graves: 

Toda arma fabricada, todo vaso de guerra lançado, todo foguete disparado significa, em última análise, um roubo àqueles que sofrem fome e não são alimentados, àqueles que sofrem frio e não são vestidos. Este mundo em armas não está só a gastar dinheiro. Ele está a gastar o suor dos seus trabalhadores, o gênio dos seus cientistas, as esperanças dos seus filhos. O custo de um moderno bombardeiro pesado é isto: uma escola moderna de tijolo em mais de 30 cidades. É de duas centrais elétricas, cada uma abastecendo uma cidade de 60 mil habitantes. É de dois hospitais refinados e plenamente equipados. É de cerca de 80 quilômetros de auto-estrada em betão. Nós pagamos por um único avião caça cerca de 13,6 mil toneladas de trigo. Pagamos por um único destróier com novos lares que poderiam ter alojado mais de 8000 pessoas. Isto, repito, é o melhor modo de vida no caminho que o mundo está a tomar. Isto não é de todo um meio de vida, em qualquer sentido verdadeiro. Sob a nuvem da ameaça de guerra, é a humanidade enforcada numa cruz de ferro. 

Acorda, América. Não resta muito tempo para chegarmos à hora zero. 
15/Abril/2017
[*] Procurador constitucional e escritor, é fundador e presidente de The Rutherford Institute . Seu novo livro éBattlefield America: The War on the American People (SelectBooks, 2015). johnw@rutherford.org . 

O original encontra-se em www.informationclearinghouse.info/46875.htm 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .